CAPÍTULO OITO

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Quem é vivo sempre aparece né mesmo?



                      GIOVANNA

Nós voltamos para o Rio de Janeiro ainda naquela noite.

-Eu terei que voltar ao Rio  pra deixar tudo acertado já que teremos que ficar aqui por um tempo – Alexandre  disse  assim que chegamos no hotel.

-Sim, você tem razão. Eu terei que voltar também.

Assim que nós nos separamos, eu liguei para a Piny e agora estávamos a caminho do Rio.

Era estranho deixar São Paulo, porque significava deixar Clara para trás. Nem que fosse provisoriamente. Mas me dava uma certa angústia.

-Em breve estaremos de volta Gio– Alexandre disse ao meu lado.

-E se o Juiz não concordar? O que faremos?

-Não tem porquê não concordar.

-Espero que esteja certo.

Quando desembarcamos, Piny já me aguardava.

-Achei que tinha fugido para São Paulo. – comentou pegando minhas malas e eu ri.

-Quase isso,mas eu te conto tudo depois.

Ela olhou para Alexandre,como se fosse um raio-x  tentando detectar algo nele.

-Quer uma carona?- ela perguntou.

Ele deu de ombros,passando os dedos pelos cabelos.

Ninguém tinha vindo buscá-lo. Geralmente era Otaviano que fazia isso. Mas depois
da sujeira que aprontou,acho que ele não era mais agente do Alexandre. Assim espero.

-Sim, a gente te leva – falei.

Ele tentou negar,mas insistimos e ele acabou concordando. Nós o deixamos no hotel,o mesmo hotel onde nos encontrávamos no passado.

Um arrepio tomou conta do meu corpo e as lembranças da minha mente.

-Eu te ligo, ok? - falou saindo do carro.

-Okay. - Foi tudo que fui capaz de dizer ao vê-lo passar pela entrada do hotel.

Dentro do carro, Piny me encarava. Seu olhar me fuzilava,a sua curiosidade era gritante.

-Por que sinto que tem algo acontecendo aqui?

-Tem muita coisa acontecendo aqui e você nem imagina! Mas vamos pra casa e eu te conto tudo.

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-Sua mãe me ligou, perguntando o que estava acontecendo com você – Piny falou enquanto eu acendia um cigarro e ela fazia um lanche pra mim.

Eu fiz uma careta.

-Saco. Eu preciso contar tudo a ela.

-Então vai mesmo morar em São Paulo.- ela afirma colocando o prato na minha frente.

-Provisoriamente, até que tenhamos a guarda dela definitiva.

-Você e o Nero?

Eu a fitei.

-Sim, eu e Nero, qual o problema?

-Nada…

-Eu sei o que está pensando. Isso não é... - eu tentei achar as palavras para expressar aquilo que até pra mim ainda era nebuloso – algum tipo de reconciliação. Eu e Nero estamos fazendo isso pela Clara. Precisamos fingir que estamos juntos, porque o juiz pode não nos conceder a guarda dela.

Por Acaso - GNOnde histórias criam vida. Descubra agora