Aproximação

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Na minha frente sentada com suas pernas cruzadas e um cigarro em mãos , estava o desgraçado que tentou matar Andrés Ravatcho seu pior inimigo .

Olhei para Martinelli que trajava um terno branco impecável, uma camisa social preta com botões abertos no peito que insinuava o começo de alguma tatuagem tribal.

-Bom , você não me conhece. Mas já deve ter ouvido falar sobre mim . Itan Martinelli. 

Oh , ouvi muito sobre você . Inspecionei minuciosamente o homem à minha frente . Martinelli não era nada do que eu imaginava . Com seus olhos verdes , seus cabelos loiros , e sua pele branca , ele definitivamente não era como eu imaginava que fosse. Ele poderia ser como Bastos , um velho barrigudo e não um ator mexicano .

-Leana Holks mas, você já deve saber .

Me apresentei mostrando pouca vontade.Martinelli pegou minha mão sobre a mesa e deixou um beijo molhado no dorso . A vontade foi limpar imediatamente no meu vestido mas, contive a ação .

-Sinto muito pela sua perda .

Tenho certeza que meus olhos faiscaram nesse momento .Dei de ombros, tentando não transparecer mais ainda meu desconforto com essa conversa.

- A vida de vocês não levam a outro destino, sempre acaba em morte.

-Andei observando você a um tempo. Não me parece afetada pela morte do seu marido .

-Andrés não era meu marido. Ele me reivindicou como mulher mas, eu nunca o aceitei como marido .

-Boatos circulavam de que vocês pareciam apaixonados e ele parecia disposto a matar qualquer um para te defender .

-Bom , ele me dava uma vida de luxo e conforto . Não tem como negar uma oportunidade dessas quando aparece. Parecer apaixonada era o mínimo que eu poderia fazer .

Martinelli me observou parecendo não acreditar nas minhas palavras . Olhei para ele com tédio .

-O que você quer, afinal ?

-Estou apenas... curioso, Leana.

-Parece que está me julgando. Me olhando desse jeito desconfiado. Eu que deveria estar nessa posição .

-Você não é nada do eu imaginei, Leana. Bonita, inteligente, língua afiada e parece a vontade com o nosso mundo .

-Acredite -olhei ele de cima a baixo - você também não é de longe o que imaginava.

Ele acreditou nisso , porque um sorriso brotou dos seus lábios .

-Eu queria te ver outra vez . Conversar com você , te conhecer . Quero saber o porquê do Ravatcho ter te escolhido . O que tem de especial , apesar de já estar desconfiando .

-Não tenho nada de especial , Martinelli . Sou apenas , eu.

-Amanhã as 9h me encontre aqui .

-O que eu vou ganhar com isso? Eu deveria ser sua maior inimiga agora .

-Não vejo você como uma .Venha amanhã !

Martinelli se levantou e sumiu em questão de segundos . Soltei o ar que nem sabia que estava prendendo , não seria fácil ter que lidar com esse homem. Eu tinha que manter o foco e continuar com o plano, eu iria vingar Andrés custe o que custar.

Tomei mais dois drinks para não parecer suspeito e sai em direção a Mercedes indo para casa . Mandei mensagem para Magnus avisando que estava a caminho .

Cheguei em casa indo de encontro a Andrés . Olhei para seu rosto e senti vontade de chorar, odiava como tudo tinha virado de cabeça para baixo de repente .

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