Isso não é tão simples

Heroísmo

Johan e Jenny estavam vendo dois caras carregando Liam, que estava desmaiado. Não tinham muito no que pensar, os jovens estavam confusos com o que estava acontecendo, mas Johan tomou uma atitude. Foi em direção aos dois homens e chegou dando uma voadora no que segurava a parte dos ombros de Liam. O corpo apagado do cacheado caiu. O outro homem soltou as pernas de Liam e foi em direção a Johan que lutou com ele e o deixou inconsciente. Jenny observou o irmão de longe e enfim se aproximou para erguer a cabeça do namorado e colocar no seu colo. Johan olhou para eles e sorriu, mas então caiu no chão. O moço em que que ele tinha dado uma voadora levantou e o nocauteou. O homem jogou Jenny para longe. Pegou Liam e o colocou no próprio carro. Saiu dali, deixando um Johan apagado, uma Jenny desesperada e seu comparsa para trás.

Liam acordou tonto. A única coisa que se lembrava era de se assustar com algo em seus olhos e de gritar. Depois sentiu um cheiro forte e apagou. Ele estava atordoado e tentava focar onde estava, quando percebeu que suas mãos estavam amarradas. Ele não sabia como e nem o porquê. Tentou reconhecer o lugar, mas não conseguiu. Tudo o que conseguiu foi perceber um cheiro forte de morfo. O lugar era escuro, tinha apenas uma fresta de luz vindo de baixo da porta. A única porta que tinha ali, sem janelas, sem persianas, não tinha nada ali além de escuridão. Liam, uma única entrada e saída.

Liam começou a gritar. Ele precisava saber onde estava. Gritava, "olá" ," me ajuda", "alguém ai?", mas sem resposta, ele tirou todas as forças que tinha, virou suas mãos para frente e agradeceu ao universo por ter uma ótima flexibilidade. O garoto viu que estava com a braçadeira de plástico ou enforca gato. Ele posicionou suas mãos em frente a sua cintura e fez um gesto de sarrar. Gemeu de dor. O enforca gato quebrou, mas machucou seus pulsos.O jovem foi em direção a porta, e quando abriu deu de cara com um homem que ele nunca tinha visto antes. O homem era alto, tinha uns 1,90 de altura. Liam se assustou com o semblante do cara. Naquele momento Liam desejou não ter se soltado. O homem falou:

- Seja esperto e volte pra lá ou eu vou machucar você

- Quem é você? – indagou o jovem

- Eu sou uma das muitas pessoas que estão atrás de você. Agora volte pra lá

- Eu sinto que você pegou o cara errado

- Você é Liam Montgomery. Se tem uma coisa que eu sei é que com certeza eu peguei o cara certo – O homem falou e agarrou o jovem pelo pulso, jogando ele para o chão

- Não ouse sair daí novamente

Liam estava ainda mais confuso. Quem era aquele homem, e como assim "uma das pessoas", quantas pessoas são? E porquê estão atrás dele. E de novo; Muitas perguntas e nenhuma resposta.

**

Johan estava acordando atordoado. Sua irmã estava em pé conversando com um policial. Ele tentava assimilar e lembrar do que tinha acontecido. A voadora, a briga, Jenny sendo jogada para longe e Liam...

- Liam...

- Olá, você acordou - Jenny se vira e fala para o irmão

O policial terminou de escrever algo na caderneta e saiu. Disse que iria fazer o interrogatório do outro homem e que faria o melhor para encontrar o senhor Montgomery.

- Não sabemos do Liam. Aquele homem o pegou, mas deixou o outro para trás. Talvez eles ...

- Eles não conseguiram nada. Deixa comigo - Johan fala ríspido, interrompendo a irmã

- Eles têm a placa do carro de Liam - Jenny fala, tentando convencer o irmão, sabendo que era uma tentativa em vão

- E você, o gps do celular - Johan falou pegando o celular da irmã e indo em direção a um dos carros e adentrando em um deles. Jenny entrou pela outra porta e disse:

- É o meu namorado lá, e você não sabe a senha do meu celular. Vamos lá, vamos bancar a sua síndrome de heroísmo.

Embora quisesse concordar com Jennifer, de que era uma síndrome, não era. Ele queria salvar Liam. Estava preocupado, queria salva-lo, queria ser o herói dele. Johan não entendia como em tão pouco tempo alguém poderia mexer com ele assim. Talvez Liam e eles tivessem aquelas conexões de amizades. Era o que Johan repetia na cabeça enquanto dirigia e Jenny citava o caminho.

Ambos sabiam que tinham que ligar para a polícia e ligaram, mas não antes de já estarem no local. Chegaram em um tipo de galpão antigo. Johan estacionou um tanto distante para não os notarem, e ninguém suspeitar de nada. Saíram juntos do carro e foram pra perto tentar ver o galpão, e de novo ambos sabiam que deveriam esperar policia, mas não fizeram. Ali estavam os irmãos, olhando por uma janela. Tinha somente um rapaz alto, ele andava para um lado e para o outro, conversando no celular e uma porta atrás dele, imaginaram que era ali que Liam estava. Jenny e Johan se entreolharam, sabiam o que fazer, se entendiam bem e se conheciam o suficiente para saber o que um e o outro estavam falando apenas com o olhar. Jennifer se afastou e começou a colocar o plano que fizeram com o olhar em ação. Minutos depois Jenny bateu na porta da frente, não antes de mandar mensagem para o policial que tinha dado o cartão com o número a ela. Ela mandou a localização e um "depressa". Jennifer bateu incansavelmente na porta, o homem que estava sendo observado por Johan franziu a testa. Conseguiu ler os lábios do moço falando: "só um minuto" e deixando o celular de lado, o homem estava indo até sua irmã.

Jennifer esperava o homem. Amarrou o cabelo num coque, olhou para o carro que ela foi buscar e estacionou ali perto. Fez uma cara de desespero assim que o homem abriu a porta.

**

Liam estava inquieto do outro lado. Podia ouvir o homem falando no celular, não conseguia entender, mas o escutava. Minutos depois ouve só silêncio. Liam torceu para que Jennifer tivesse lembrado do celular dele, e de rastreá-lo. O jovem cacheado estava assustado, não podia tentar sair de novo. Estava sem saídas, preso, tentava cantarolar algo pra poder se acalmar, mas não conseguia. Não vinha a calmaria, apenas nervosismo e o caos, o caos sufocante. Liam estava a beira de um ataque de pânico. Tentava dizer para si mesmo que ia ficar tudo bem, mas ele não conseguia. Começou a andar para um lado e para outro em busca de ar, ar que seu pulmão achava estar sem. "1,2,3," tentou contar pra se acalmar, mas quaisquer chances de se acalmar acabaram quando ele ouviu um estrondo e um grito, grito que ele conhecia, era Jennifer.

continua...