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Fui despertando aos poucos, me espreguicei e sentir uma moleza em meu corpo, abrir os olhos e a janela do quarto estava aberta. O vento movia a cortina e ainda sonolento me sentei na cama. Senti um gosto amargo na boca e um desconforto do pescoço, passei a mão naquele local e estava dolorido. O que diabos aconteceu com meu pescoço?

Me levantei da cama e por não tropecei no lençol que estava no chão. Foi quando eu me dei conta que eu estava desnudo. Porque eu dormir assim? Fui até o espelho e quando eu vi o reflexo do meu pescoço, eu paralisei completamente, meu corpo estremeceu por inteiro, que cheguei a ter dificuldade para respirar.

Estou marcado?

O barulho de uma porta fechando, chamou minha atenção e eu fui até a cozinha. Arregalei os olhos ao ver um homem, com sacolas nas mãos. Corri para dentro do quarto e me vestir rapidamente. Quem é esse homem e o que ele está fazendo aqui?

Tentei fazer de tudo para me lembrar da noite anterior, mas eu não consigo. Me sentei na cama prestes a desabar em choro. Estou marcado, o que eu fiz da minha vida?

— Oh, bom dia? — Aquele homem entrou no quarto e eu me afastei, com medo dele.

— Quem é você? — Eu disse abraçando um travesseiro e ele me olhou com uma expressão preocupada.

— Você não lembra o que aconteceu? — Ele perguntou e eu desviei o olhar, incomodado. — Você não lembra de mim?

— Não lembro! —  Eu disse, querendo chorar. — O que você fez comigo?

— Tem certeza que não lembra de nada mesmo, o festival de fogos de artifícios, a sua pulseira enrroscou na minha e foi uma luta para desenroscar. — Ele foi falando e como flashs, eu fui recordando. — Eu te trouxe para casa e começamos a beber... — Eu olhei para ele, lembrando até esse momento.

— O que aconteceu depois? — Eu disse baixo.

— Você lembra, não lembra? — Ele perguntou preocupado.

— Até a gente bebendo na sala, depois não... — Ele passou a mão no rosto, depois no cabelo. Visilvememte preocupado.

— Nós transamos! — Ele disse baixo e lágrimas caíram dos meus olhos.

— Você me marcou? — Eu disse chorando e ele me olhou aflito. — Por que você fez isso?

—  Eu também não lembro muita coisa..

— Porque você me marcou? — Eu gritei, chorando.

— Calma. Vamos conversar! Não precisa se alterar..

— Eu não te dei esse direito! Fora da minha casa! — Eu gritei desesperado.

— Vamos conversar sobre o que aconteceu, por favor?

— Eu não quero conversar nada! — Eu me levantei da cama — Fora da minha casa!

— Por favor, se acalma! Vamos conversar! — Ele pediu e eu limpei minhas lágrimas, a marca estava latejando e eu tentei me acalmar.

Ele saiu por um momento do quarto e logo voltou com um copo com água, se aproximou e colocou o copo na minha mão. Eu estava tremendo.

— Beba um pouco de água. — Ele disse e eu bebi um pouco de água e ainda trêmulo me sentei na cama.

— Como isso foi acontecer? — Eu o olhei ainda em prantos.

— Eu não sei! Estou sendo sincero! — Ele me olhava com atenção —Mas eu vou arcar com minhas responsabilidades de Alfa, fique tranquilo.

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