Capítulo 1 - Primeiro dia

62 9 15
                                    

Annabeth

Um campo de flores de diversas cores, um céu azul sem nuvens com um sol radiante, olho para baixo e enxergo o volume do vestido que uso, ele é branco, as mangas são longas de renda, semelhante a um vestido de noiva. Quando novamente ergo minha cabeça para olhar a paisagem, encontro um rapaz de terno, a julgar pelas nossas vestes, eu era a noiva e ele o noivo. Mas o seu rosto não é nítido, inclusive a distância era grande entre nós dois, entretanto existia paz ali, pelo menos até o céu enegrecer e o sol desaparecer, as flores murcharem e uma chuva muito forte iniciar, então eu vejo aquele rapaz cair ao chão, assustada eu corro em sua direção e em poucos segundos o alcanço, ao enxerga-lo no chão vejo uma grande ferida em sua cabeça, com muito sangue em volta, eu me abaixo ao seu lado e seguro sua mão, sinto um sentimento grande em meu coração como se ele fosse alguém muito importante e especial para mim, sua respiração esta fraca, como também sua pulsação, eu me desespero por não saber o que fazer mas uma voz mansa e firme diz: você pode salva-lo.

Acordo do sonho com meu coração acelerado, como todas as outras vezes, afinal esse é um sonho recorrente que tenho, eu já o tive mais de uma, duas, três, quatro vezes... O que me traz preocupação e dúvidas como: Quem era o rapaz do sonho? Por que estávamos vestidos de noivos? E o que significa?

Eu já orei buscando alguma direção e resposta em relação a isso, porém não obtive resultados precisos, além de continuar sonhando com os mesmos detalhes, o mesmo cenário e todo o resto. Nunca cheguei a contar a ninguém, até cogitei conversar com Margareth sobre o assunto, afinal ela vai se casar mês que vem e eu cheguei a pensar que o sonho fosse sobre ela e o Natan, que são noivos, mas se fosse mesmo por que então o rosto de Natan não estaria claro para mim? Ou por que o sentimento profundo que tenho no sonho daria entender que na verdade é o que Margareth sente pelo seu noivo?

Simplesmente não faz sentido, eu sinto que é algo realmente comigo e outro alguém, só não sei o que é e quem é.

Saio dos meus devaneios quando me assusto com o alarme do meu celular que marca 6:00h em ponto, o desligo rapidamente e só então a ficha cai de que hoje é o primeiro dia de aula e que as férias já se foram.

ㅡ Oh Deus! ㅡ digo dramaticamente, cubro o meu rosto com o travesseiro e respiro fundo. Sem alternativas eu me ajoelho ao lado da minha cama e faço a minha oração como de costume ao acordar.

Me levanto quando termino de orar e corro para o banheiro do corredor antes que alguém entrasse. Tomo um rápido banho, escovo os dentes, troco de roupa no próprio comodo, sendo a blusa de uniforme, uma calça jeans larga e meu tênis de sempre. ㅡ all-star preto de cano médio ㅡ Saio do banheiro e dou de cara com Margareth na porta, a toalha em seu ombro e sua cara de sono denunciam que ela precisará sair contra sua vontade.

Assim como eu.

ㅡ Vai pra onde, Margo? ㅡ pergunto.

ㅡ Bom dia pra você também, obrigada. ㅡ ela cumprimenta enquanto me empurra para o lado e entra no banheiro ㅡ Preciso encontrar o abençoado do Natan que marcou a degustação do outro lado do mundo para às oito da manhã. ㅡ enfantiza a distância.

Rio e ela termina de me empurra para fora, mas diz antes de fechar a porta:
ㅡ E esse uniforme? Já voltou de férias?

ㅡ Pois é, hoje é o primeiro dia e eu já estou desejando férias de novo. ㅡ torço o nariz.

ㅡ Mas pense pelo lado bom... É o seu último ano. ㅡ ela pontua e eu tento sorrir animada mas falho miseravelmente ㅡ Nem começa Anna, quando faz essa cara aí já sei que vai arranjar todos os motivos possíveis para faltar, mas a mãe já ta ciente das suas desculpas esfarrapadas. E já adianto que não é para você ficar reclamando de minuto em minuto que Deus tá vendo e Ele não gosta de gente que resmunga.

O Amor que vem do Alto (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora