Capítulo Único

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A forma como Castiel gemia seu nome era encantadora. Coberto com uma fina coberta, ele se esfregava no lençol velho e gemia seu nome no travesseiro. Dean podia acordá-lo? Podia. Mas e a diversão? Se Castiel soubesse o quão encantador Dean achava que ele estava sendo como humano, não desejaria voltar a ser um anjo.

Estava parado no batente da porta do quarto de Castiel no bunker, com um sorrisinho um tanto indecente nos lábios. Nos últimos dias se tornara rotina escutar Castiel gemer seu nome de maneira pecaminosa.

Era comum fechar a porta e sair corredor adentro quando percebia qualquer movimentação diferente por parte do outro, como um gemido diferente ou um leve levantar de cabeça. Hoje, porém, havia prometido a si mesmo que ficaria no batente até ele acordar, e, quando percebesse sua completa consciência, se aproximaria e deixaria sua ereção à mostra.

Estava cansado de fingir não querer nada com Castiel. Quando ele era anjo não havia cheiro, não havia como o ver ofegante após uma caminhada, nem como vê-lo comer ou até mesmo tomar água. Dean talvez tivesse se apegado a esses pequenos detalhes da nova vida de Castiel. Queria tocá-lo, beijá-lo em lugares que nunca imaginara nem olhar em outros homens. Apenas queria Castiel. E hoje, se tudo desse certo, o teria.

Fechou a porta quando Castiel tossiu, mas dessa vez ficou no quarto. Seguiu até a cama quando percebeu um movimento diferente pela parte do outro. Parou bem em frente ao seu rosto e aguardou seus olhos incrivelmente atraentes abrirem.

Simples, era só fazer o que seu desejo queria. Nada de joguinhos.

Havia algumas coisas em Castiel, que Dean sempre fora apegado. Amava sua inocência doce, seu olhar, sua curiosidade. Era difícil de contar, mas sempre fora apaixonado por Castiel. Desde o momento que o vira pela primeira vez, talvez. Ele só precisava se tornar mais humano, corar, até mesmo roncar. E agora Castiel era tudo o que Dean fantasiava.

Quando Castiel finalmente terminou de abrir os olhos, sua expressão se formou na tão comum confusão, para em seguida se abrir num completo desespero. Castiel se sentou na cama, olhou para a virilha de Dean e se arrependeu amargamente.

Dean mordeu o lábio ao ver o volume nas calças de Castiel.

Sem delongas, decidiu falar:

--Ouvi você gemendo meu nome.--Castiel olhou em seus olhos--Tenho escutado todos os dias. Imagino que seja horrível acordar e perceber que é um sonho.--Se pôs sentado ao lado de Castiel, apresentando o sorriso mais cafajeste que o ex anjo já havia visto em sua face.--Se quiser, a gente pode realizá-lo.

Castiel engoliu em seco, porque, sinceramente, ele não fazia ideia de onde havia saído seu conhecimento acerca do que acontecia em seus sonhos. Ele não sabia se queria... Quer dizer... Ele queria, obviamente queria fazer aquilo com Dean. Ele apenas não sabia ter coragem.

"Vamos, Cass. Eu sei que você está com tanta vontade quanto eu"

Ele não mentiria. Ter Dean dessa forma era sua fantasia desde o "cara da pizza". Poderia negar até Dean convencê-lo a aceitar de uma forma ou de outra, mas se tinha algo que havia aprendido com a vida de humano, é que fazer o tão famoso "cu doce" não levava a nada.

Meneou a cabeça o suficiente para Dean ver e fechou os olhos. Aguardou em silêncio, esperando um movimento do outro. Quando não ouviu nada, abriu os olhos. Suas bochechas atingiram um tom de vermelho nunca antes visto quando olhou o então nu Dean Winchester terminar de retirar a cueca.

Em seus sonhos nunca conseguira ver a parte cobiçada. Olhando-a agora, temia-a e nem sabia o motivo.

"Cass... Em seus sonhos, nós fazemos o que, exatamente?"

Gemidos-DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora