— Onde você esteve? — ele perguntou.
— Onde eu disse que estaria.
Parada bem na frente do seu coração, esperando seus olhos me enxergarem. Abri os braços durante a queda, sentindo o vento levar minhas lágrimas para lhe fazer companhia.
No mar, o sol banha minhas costas nuas. Me despedaço por cima de você como se isso pudesse te fazer ficar por mais uma noite. Minhas coxas doem, mas ele não para de se mexer, e eu não quero ser culpada de estragar seu prazer. Como um céu radiante, te digo que foi a melhor noite da minha vida, vejo estrelas em seus olhos. Só quero o teto vazio do meu quarto, o lar bonito que os lençóis formam em meu corpo.
Tua mão na minha nuca, a outra na cintura. Um beijo me cala, tua voz me arrebata naquelas três mentiras tão palpáveis e ridículas.
— Eu te amo.
Um suspiro sai da minha garganta. Não posso ir embora quando tudo em mim pede para que eu fique. Maldito cérebro com seus químicos, maldito coração com sua palpitação. Tudo é maldito quando envolve você e eu, mas eu continuo.
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Aurora Poetarum
PoetryUm compilado de textos e poemas extraídos de madrugadas sem dormir e muitos anos de choro reprimido.