Capítulo 2 - Tuesday

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Terça-Feira

Terça-feira. Segundo dia de aula e eu não quero ir à escola. Eu mal pude dormir durante toda a madrugada ao pensar em como eu iria agir na frente de Minatozaki Sana hoje.

Estava com vergonha pelos dois papéis de retardada que interpretei ao falar com ela ontem. Com raiva por ter agido igual a uma retardada na frente dela. E desesperada. Sim, novamente estou desesperada por causa dela. Como vou conseguir olhar na cara dela? Eu não vou conseguir, não mesmo.

Dá para acreditar que ela falou comigo? Que ela BEIJOU a minha bochecha? Ela sorriu para MIM, apenas para mim. Aquele sorriso que eu sempre via dirigido ao mundo foi, enfim, dirigido a mim e eu... eu ainda acho que é um sonho, muito longo por sinal. Mas durante a mesma madrugada eu acabei tendo uma ideia brilhante!

— Anda Jihyo! — Minha amiga gritou.

— Já vou! — Não posso mais parar pra amarrar o cadarço porque a Jeongyeon não me espera. Corri e a alcancei. — Jeongie.

Estávamos a caminho do colégio e eu precisei parar um pouco por causa do cadarço que desamarrou sozinho. Você sabe o quão perigoso é um cadarço desamarrado? Muito!

— Que é? — Deixei passar essa ignorância dela.

— Eu tive uma ideia perfeita! — Falei.
— Escuta só que brilhante: Momo está na mesma sala que você e Sana na mesma sala que eu.

— Aham.

— Pensa comigo agora, e se a gente falasse com elas para trocarmos de turmas? Você ficava comigo e elas duas com elas duas. — Concluí sorrindo satisfeita.

Ela riu.

— Pode esquecer isso! — Parei de andar e cruzei os braços.

— Por quê? — Ela também parou alguns passos à minha frente e me encarou.

— Amiga, eu gostei dessa turma, foi bom eu ter ido pra lá. Além do mais a Momo faz aulas de dança também. — Prefere a companhia de um estranho a minha?

— Isso não é justificativa, Yoo.

— Para de drama! Não vou deixar de ser sua amiga e nem você deixará de ser a minha.

— Não é isso, Jeongyeon — Era um pouco, mas ela não precisava saber. — Eu não quero ter que aturar a Sana sozinha. Não quero ficar sozinha com aquela garota.

— Sozinha no meio de quase quarenta pessoas? Relaxa. — Ela continuou a andar e eu bufei para então segui-la. — Vai por mim, vai ser bom para você. Não era isso que você queria? — Acho que não quero mais. Não quero, não. — E nem adianta negar. No fundo você está urrando de alegria. — Não estou, não.

Chegamos na escola e decidi que não iria correr desesperada até a sala só para sentar perto da... daquela lá. Sim, no momento estou com ódio dela, de mim, de Jeongyeon, de Momo. Não sei de quem, mas estou!

— Não vai para a sala? — Minha amiga no momento inimiga perguntou.

— Por quê? Não posso mais ficar aqui? — Falei séria.

— Jihyo. — Ela respirou fundo e segurou meus ombros fazendo-me encará-la. — Parou a criancice, né? Ela não vai te atacar! Senta longe ou sei lá.

— Não! JEONGYEON VOCÊ NÃO ESTÁ ENTENDENDO A SITUAÇÃO. — Me desvencilhei de seus braços. — ELA AGORA FAL...

— Bom dia! — Travei ao escutar aquela voz. Que bom, né? Agora ela não morre mais.

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