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｢🥧｣
Em todos os meus 18 anos eu jamais acreditei em amor a primeira vista.
Até por que, creio eu que isto não exista.
Não há como você simplesmente olhar para alguem e já consegui-la amar. Conseguir deseja-la intensamente, planejar uma vida com ela -, não tem como isso ocorrer de primeira.
Porém, eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser nisso quando o vi pela primeira vez.
Era o incio da primavera, e o clima não poderia estar melhor. Até mesmo o humor das pessoas parecia muito bom. A cafeteria Paradise aonde trabalho - conhecida por fazer as melhores tortas de limão da região -, estava tendo uma fila de clientes e o local estava movimentado demais.
── ❪Nome❫ ─── a doce voz de Tsukishima me fez ficar mais agitada. ── Esta pronto.
Eu podia ver somente metade de seu corpo pela pequena janela aonde ele deixava os pedidos prontos.
Ainda bem que ele estava na cozinha, por que se estivesse no balcão iria assustador os clientes com seu rosto carrancudo.
── Impressão minha ─── Sugawara se aproximou de mim ── ou ele esta mais mau humorado hoje?
Encaro Tsuki novamente e o vejo quebrando ovos com toda a força.
── Difícil dizer...─── e realmente era difícil, por que Tsukishima sempre estava de mau-humor.
Sugawara deu de ombros.
Eu tinha acabado de sair de uma mesa aonde clientes haviam chegado, larguei o pedido na janela e assim que me virei paralisei no lugar.
Foi naquele momento que o vi.
Meu corpo simplesmente havia perdido todos sentidos e eu me imaginava encarando-o da forma mais estranha possível. Sem piscar e sem expressão alguma. Era como se ele fosse uma luz brilhante que iluminava todo aquele local e esmagasse todos a volta com sua essência.
Mesmo que tivesse com a maior cara de sono.
── Hum...boa tarde? ─── sua voz era baixa e entrou como uma suave melodia em meus ouvidos.
Pisquei rapidamente, sentindo meu rosto quente.
── Oi... Q-quer dizer... Boa tarde. ─── cocei a garganta. ── Em que posso ajudar? O que deseja?
Merda. Eu estava desesperada e nervosa demais.
O que era irritante e estranho, já fazia oito meses que trabalhava em Paradise e nunca me senti tão nervosa — nem mesmo no primeiro dia de trabalho.
── A torta de limão...─── ele olhou pela vitrine no balcão e apontou com o dedo indicador. ── É realmente boa?
Eu queria ouvir mais da sua voz.
── Sim é ótima ─── falei automaticamente, sem desviar os olhos de seu rosto belo. E sem piscar.
O garoto loiro a minha frente juntou as sombrancelhas, provavelmente estranhando meu jeito.
Mas não dava para evitar.
Era simplesmente o garoto mais bonito que já vi.
── Entendi ─── ele murmurou. ── Vou querer um pedaço... Na verdade, dois pedaços.
Dois? Sera que ele tinha namorada?
Ah merda, isso seria tão azarado pra mim.
Rapidamente concordei e mesmo não querendo tirar os olhos dele, tive que olhar bem o que eu estava fazendo enquanto pegava com o maior cuidado do mundo duas fatias da torta de limão.
Tomando todo o cuidado possível. Por que sinceramente, ele era lindo demais e merecia o melhor.
── Aqui esta ─── digo, encarando-o novamente.
O garoto tirou notas de dinheiro e me entregou, lhe dei o troco e ele pegou o saquinho de papel com seu pedido.
── Obrigado...─── murmurou antes de se virar e começar a sair do lugar.
O segui com o olhar até mesmo quando não estava dentro da cafeteria, até desaparecer na esquina.
Soltei a respiração que nem percebi que estava segurando.
── O que foi isso?
Me assusto com a voz de Kei atrás de mim e o encaro.
── Isso o que?! ─── digo, franzindo o cenho.
Ele sorriu irônico.
── Você parecia completamente hipinotizado por aquilo lá.
Arqueie uma sombrancelha.
── Você ta louco ─── desviei o olhar. ── Ficar na cozinha está mexendo com seu cérebro minúsculo.
Mas era verdade. Eu realmente estava hipinotizada.
E durante os dias seguintes até o último dia das férias de verão, eu não conseguia esquecer o rosto do garoto sonolento.
