Corte de Luz e Sombras - Livro 1 - Fanfic ACOTAR

𝒳𝒳𝐼𝒱 +18

Lyana

☽ 𝒞𝑜𝑟𝑡𝑒 Noturna, 𝑑𝑖𝑎  𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑠𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜.

— Eu  — Suspirei — Não consigo me mexer.

A puxada de Crystal nas cordas do espartilho que me envolvia. Eu observava o vestido que a família de Eris havia disponibilizado para este dia. As mangas de renda e o busto em corte reto me agradavam. Mas a saia pesada e armada por diversas anáguas me impediriam  de correr, caso eu precisasse quem sabe fugir no último momento.

Gotas de suor se formavam entre as roupas de baixo que eu vestia. Eu podia me observar no espelho. Meus cabelos estavam compridos demais, batendo quase que abaixo da minha cintura super fina apertada pelo espartilho:

— Está nervosa? —  Perguntou Crystal.

—  Não —  Respondi subitamente.

Ela sorriu enquanto escovava meu cabelo:

—  É o casamento mais aguardado de todos, faz tempo que não temos uma comemoração neste nível.

Minha cabeça doía por conta do feitiço lançado nos criados da casa do vento. Eu sentia Rhysand tentando os libertar a todo momento:

—  Quando poderemos partir? —  Perguntei.

Ela dirigiu-se ao armário, de onde tirou uma grande capa branca jogando-a sobre meus ombros:

—  As carruagens estão à sua disposição —  Ela ajeitava o laço em meu peito —  Para onde iremos?

Pensei por um momento. Meu olhar se perdia entre as folhas alaranjadas das árvores do lado de fora:

—  Iremos para o chalé.

☽ ☾ ☽ ☾ ☽ ☾

Deslizei as mãos pela parede de madeira. Me surpreendi ao lembrar-me daquele local. O casamento aconteceria em algumas horas e eu precisava estar sozinha. 

Mandei meu espectro para a casa do vento. Uma magia antiga que eu havia descoberto em um dos livros que roubei do acervo de Petronius. Com ela parte da consciência poderia vagar por onde você já estivesse passado.

A casa do vento estava lotada, os criados desde cedo começaram a decorar a mansão com lenços brilhosos e flores alaranjadas lembrando as cores da corte outonal. Os convidados chegavam a cidade pela manhã, entre eles Thesan, Tarquin e os membros de sua corte. Meu irmão os recebia com um sorriso sem graça em seu rosto, escondendo que nada daquilo estava sob seu controle, e isso me divertia.

Eu encarava aquele vestido pomposo, parado na sala do chalé. Pinturas coloriam as paredes ao meu redor, e eu podia reconhecer os traços de Feyre neles:

—  Confusa com sua decisão?

A voz de meu irmão fez meu corpo se arrepiar. Virei-me em sua direção, ele usava um terno preto adornado de bordados prateados. Os cabelos sempre impecáveis e penteados para trás:

—  Um pouco —  Respondi —  Talvez eu resolva fugir na última hora.

Ele caminhou em minha direção, dando uma boa olhada no vestido tradicional da corte outonal: