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Jessy

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Jessy

Quinta 21 de dezembro, acordei cedo, ontem eu não havia comido nada, mal conseguia levantar da cama, hoje eu acho que já acordei um pouco melhor, o assunto já não era algo que me atormentava na cabeça, prefiro não ficar pensando sobre para não voltar a ficar mal novamente

Levantei e fui tomar um banho, outra coisa que ontem eu não tinha conseguido fazer, foi um banho demorado, eu lavei meu cabelo, passei a mão pelo meu corpo com o sabonete e tentei ser forte o suficiente para ignorar as cenas se repetindo na minha cabeça, soltei algumas lágrimas, e me permitir ser fraca, pelo menos um pouco só, terminei o banho minutos depois, sai e me enxuguei, coloquei uma calça moletom do Breno que ficou enorme, então amarrei com um cadarço na cintura, e uma camiseta do mesmo também, me olhei no espelho e soltei um suspiro junto a uma careta, eu estava péssima, parecia um defunto, lavei o rosto com uma água gelada e escovei os dentes, arrumei meu cabelo e sai do banheiro, encontrei o Breno sentado na cama, me lembro da primeira vez que vi essa cena e soltei um sorriso fraco

Bom dia morena! — ele falou baixo por conta dos meninos que ainda estavam dormindo, a voz dele estava grossa acredito que seja por ele ter acabado de acordar

Bom dia red Black! — eu soltei gentil

Agora pronto até o vermelho em inglês — ele riu fraco, levantou da cama e se aproximou de mim, no impulso dei um passo para trás e agora eu comecei a perceber o quanto o acontecimento vai dificultar meu dia a dia, vi o olhar confuso do mesmo

Desculpa, foi reflexo — soltei olhando para o mesmo, ele concordou com a cabeça e sorriu, se aproximou de novo, dessa vez com cuidado e depositou um beijo na minha cabeça, logo em seguida entrou no banheiro

Fiquei um tempo me preparando psicologicamente para descer e tomar café e quando senti que estava pronta foi o que eu fiz, após chegar na cozinha, tinha já algumas pessoas acordadas, e também tinha pessoas novas na casa, como o Kroy e o Lino, comprimentei eles, falei bom dia para quem eu já conhecia, fiquei um bom tempo conversando com o pessoal enquanto comia Sucrilhos, após terminar a conversa e o que eu estava comendo, levantei, lavei o que eu sujei e sai para o lado de fora, o lugar eu eu sempre ficava, sentei lá e fiquei encarando o céu

Achei você — o girassol falou chegando longos minutos após eu ficar aqui sozinha

Estava me preocupando?

— Sim, quero saber como você está, parece que acordou melhor hoje — concordei com a cabeça

estou bem melhor hoje mesmo!

— Jessy, não acha que está na hora de considerar a proposta que seu primo e o Breno te deram a uns dias atrás, por que você não vem morar com a gente? — desviei o olhar do moreno — Bom, você só precisaria gravar vídeo para o podcast do Bob, apenas

— Acho que depois do que rolou, é melhor eu me afastar um pouco de lá mesmo, e bom, morar com vocês é como se fosse um sonho — ele sorriu e me abraçou

serão os melhores dias da sua vida, eu prometo que farei de tudo para você se sentir em casa

— Tecnicamente sempre que estou com você eu me sinto em casa independente do lugar — eu soltei retribuindo o abraço

Fico feliz em saber disso, você sabe que no fim das contas, você é a minha pessoa — sorri

Você também é a minha pessoa. — falei com toda sinceridade do mundo

Eu vou entrar pequena, se vai vir?? — neguei com a cabeça

vou ficar aqui mais um pouquinho — ele concordou com a cabeça, deu um beijo na minha testa e saiu

Soltei um suspiro, e encarei o céu, era estranho, mas nesse exato segundo eu só queria beber, é como se eu precisasse de bebida, mesmo tendo o apoio de todo mundo a minha volta, ainda sinto falta daquilo que me faz mal, afinal, eu e meu pai não somos tão diferentes, a diferença máxima é que ele usa drogas e a minha droga é a bebida

Hoje teria batalha e eu vou ter que batalhar contra o Barreto, pensar nisso distraia bastante a minha cabeça, era engraçado como a maioria dos MC's se atacam na batalha e fora da batalha são tipo muito amigos, mas eu não consigo atacar quem eu amo muito tá ligado? O que eu vou falar do Barreto véi? Que eu acho que ele um muleque foda do caralho, e que mano onde ele chegou é maravilhoso, isso que é foda, a improvisação na rima nessas horas ajuda muito, você só sai falando o que vem na mente e que tem haver com a batalha, quem ganhasse essa batalha ia ir contra meu primo, então sim, eu estava mais que fudida, rimar contra o Barreto já vai ser mega difícil, com meu primo então nem argumento eu vou ter, aprendi a rimar com esse filho da minha tia viado

Hoje teria batalha e eu vou ter que batalhar contra o Barreto, pensar nisso distraia bastante a minha cabeça, era engraçado como a maioria dos MC's se atacam na batalha e fora da batalha são tipo muito amigos, mas eu não consigo atacar quem eu amo...

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Breno

Fiquei feliz ao acordar e ver que a morena já não estava na cama, isso significa eu acho que ela já estava um pouco melhor, hoje teria batalha dela e eu estava preocupado se ela vai conseguir ir fazer o corre depois do que aconteceu, porém acho que para ela assim como para todos nós geralmente as batalhas de rima é como um refúgio para a mente, é onde a mesma pode viajar e deixar os problemas para outra hora

Desci para tomar café e ela não estava na cozinha, eu já tinha em mente onde ela deveria estar, mas decidi deixar ela pensar um pouco sozinha, ficar grudado nela o tempo todo pode deixar ela meio desconfortável até por que como ela disse não gosta de grude

Após comer fiquei na sala conversando com o pessoal que estava na casa e com o pessoal novo também que chegou ontem de noite, o Barreto e o Jota estavam aqui e começamos o assunto da batalha

Ae, seis tão ansiosos para hoje? — o Lino perguntou e eu direcionei meu olhar para os garotos que estavam um do lado do outro

Ai viado, demais de verdade assim — o Barreto falou

Ta ligado né viado, naquele pique a mente está, estou muito ansioso, por que não importa quem ganhar tipo ou o Barreto ou minha prima os dois são fodas pra caralho então vai ser muito foda a batalha, fora que eu estarei torcendo para os dois — o Jota falou a parte dele, eu tenho que concordar, rimar contra o Barreto ou contra a Jessy, por experiência própria é muito difícil, da para desenvolver mas ainda assim é complicado demais

Ficamos conversando até chegar de tarde e o pessoal começar a ir se arrumar, a Jessy já tinha entrado, almoçamos tarde até e ela foi se arrumar com as meninas, acredito que pela aparência dela ela estava bem preparada mentalmente para a batalha

Não quero voltar pra casa - 𝘽𝙧𝙚𝙣𝙣𝙪𝙯Onde histórias criam vida. Descubra agora