CAPÍTULO XI - Entre nossas paredes

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Olá 👋
Ouçam as músicas!
Boa leitura 💋
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Capítulo 11

Em um passado não muito distante, quando Lia tinha recém saído do orfanato, o dinheiro era pouco e seus conhecimentos sobre a vida fora de sua bolha eram rasos, algumas amizades lhe ofereceram trabalhos rápidos e de dinheiro fácil. Transportar pequenas quantidades de droga, disfarçadamente, sendo uma menina bonita e educada, era muito fácil, ninguém desconfiava, era fácil de entrar nas festas, fácil de oferecer e fácil de vender

Por um tempo, tudo funcionou muito bem, as coisas fluíam de maneira tranquila, a conta girava sempre e Lia conseguia juntar uma grana pra levar seus meninos no cinema ou nos parques no final de semana. Poder comprar roupas novas para sair ou ver o sorriso de seus irmãos postiços ao receber um novo tênis, eram coisas impagáveis, mas que o dinheiro fácil pagava. O lema era vender e ficar só por isso, a maconha e o álcool já davam a onda que queria pra relaxar, não precisava de mais nada

Porém, como é de praxe, tudo que gira em torno desse meio ilegal, uma hora acaba dando errado. Em uma das saídas com um de seus novos namorados, Lia acabou experimentando novas sensações, a vida estava dura, a saudade estava insuportável e tudo parecia tedioso, resolveu tentar algo novo, por pura curiosidade e esse foi seu erro. Em segundos, a garota bonita que era o carro chefe de vendas de um negócio, condenou sua vida inteira e mal sabia as reais consequências daquilo

O problema maior foi quando perdeu o controle total da situação. Chan já cuidava de Hailei desde que a menina tinha nascido, apenas continuo quando tudo descarrilhou de vez e começou a trabalhar triplicado quando Lia sumia pelas semanas. Inúmeras vezes quando Bang chegava em casa, um móvel tinha sumido, um eletrodomésticos tinha desaparecido ou algum enfeite da casa evaporava. O único cômodo que nunca era tocado, era o quarto de Hailei, nada era mexido, tudo ficava no lugar

Lia se endividou com bancos, com agiotas de alguns bairros, com conhecidos e com perigosos traficantes, suas dividas eram espalhadas por todos os cantos. Em seu último ano de vida, trabalhava na boate do traficante em que tinha a dívida mais alta, como garçonete e sabe lá Deus com o que mais, Chan preferia não saber e também não perguntava. Muitos detalhes poderiam lhe causar nojo

Os homens que vieram atrás do professor, nada mais eram do que capangas do antigo chefe de Lia, a dívida não tinha sido paga totalmente durante seus anos de trabalho no estabelecimento. Mesmo sabendo do falecimento da jovem, o homem sabia da vida de sua família e não deixaria barato, até porque não perderia a chance de ganhar o dinheiro que era dele

Enquanto Chan contava a Minho todos os fatos, as lágrimas do jovem veterinário caíam, ele estava de cabeça baixa, só enxugando o rosto vez ou outra. Ouvir a história doía todo seu corpo, saber a dor de quem ele ama sem ter feito nada a respeito, o dilacerava por dentro, deixava todo seu coração em pedacinhos minúsculos. Quando Bang terminou de falar, Minho o encarou por longos minutos, o abraçou forte, como se não houvesse amanhã, chorou entre soluços no ombro do homem que amava e pedia desculpas

Chan o apertava de volta, chegou a se preocupar com a intensidade da tristeza do outro, algumas lágrimas caiam dele também, sentia na voz do mais novo a dor nas palavras. Minho parecia uma criança perdida e desamparada, por mais que o mais velho dissesse que estava tudo bem agora, que tudo aquilo tinha passado, ele não se cansava de pedir desculpas.

- Hyung... Algum dia você vai me perdoar por eu ter deixado vocês pra trás ? - Minho largou o professor e secava suas próprias lágrimas - Por favor diz que sim, senão eu não vou aguentar...

Mockingbird - Minchan - Stray KidsOnde histórias criam vida. Descubra agora