CAPÍTULO III - Morangos

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Olá, leitores 👋🏼

Tenham uma boa leitura e deixem seus sentimentos, vou lê-los com carinho ❤️

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Capítulo 3
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Poucas coisas haviam mudado na pequena e pacata cidade, mesmo após os cinco anos, poucos prédios tinham sido construídos, haviam poucos comércios novos e a população tinha aumentado em um número muito baixo. Dentro do carro, Minho corria, mais uma vez, para aquele hospital, sentia seu peito pesado e seu corpo trêmulo pela ansiedade do reencontro. Treinou falas no caminho, ensaiou conversas, pensou em mil cenários, todos eles acabavam com ele indo embora, mais uma vez

Estacionou em uma vaga longe da entrada, arrumou a roupa, ajeitou o cabelo e respirou fundo, avisou por mensagem que tinha chegado e saiu do carro. Olhou em volta, passeou entre os carros do estacionamento, lendo as placas, acertando os retrovisores, tentando atrasar de alguma forma todo aquele estresse que viria, se sentia infantil, mas era inevitável sentir. Assim que finalmente chegou a entrada do prédio principal, viu Bang sentado de cabeça baixa, em um dos assentos de madeira pintada de branco na recepção, parecia dormindo, mas estava apenas quieto e imóvel.

- Bang Chan ? - Minho chamou. O mais velho levantou a cabeça surpreso quando ouviu a voz do antigo amigo - Olá, tudo bem?

- Quarto andar, final do corredor, penúltima esquerda, quarto 403 - Apontou para frente, com olhos cheios de olheiras fundas e voltou a cabeça para onde estava antes - Decorou ? As enfermeiras já sabem que você estava a caminho, pode ir sem problemas - O homem dizia encarando seus pés, amassando seus dedos

- Ah sim... Vou até lá - Respirou fundo e olhou em volta - Posso saber como você está ? - Minho perguntou tímido, com um sorrisinho amarelo simpático

- Não, não pode- Chan nem o olhou

Minho aceitou quieto, sem insistir, saiu dali e foi até o quarto de Lia. Os corredores eram tão gelados, o cheiro de álcool impregnado nas narinas, o hospital veterinário não era triste assim, pelo menos não parecia naquele momento. Quarto 403. Aparelhos espalhados por todos os lados faziam barulhos estridentes e sincronizados, o pequeno e frágil corpo estava ligado a todos eles.

A pele da garota estava com uma cor opaca e sem vida, seus ossos aparentes, devido a extrema magreza, eram visíveis por baixo da derme, o cabelo estava ralo, suas bochechas caídas e seus olhos estavam fundos. Nem em seu pior pesadelo, Minho imaginou uma cena tão triste, os roxos enormes na pele branca assustavam o jovem veterinário, eram resultados já esperados devido as inúmeras agulhadas diárias e de hora em hora, eles ocupavam todo o seu fino braço fraquinho

Lia estava desacordada a um tempo, sobrevivia pelos aparelhos e a vida já não habitava mais o seu corpo. Lino pegou sua mão gelada e magra, segurou acariciando seu rosto molinho entregue e chorou abraçando seu corpo sem respostas. Ficou ali por horas, vezes agarrado a ela, vezes apenas a observando de perto, balbuciando palavras baixinho, suas lágrimas caindo como garoa fina, até que uma enfermeira o chamou, pediu para que o garoto se afastasse, porque precisava trocar a medicação e verificar a paciente. Aproveitou a situação e saiu do quarto, Bang estava dormindo, com a cabeça encostada na parede, braços e pernas cruzadas, cenho franzido (dormindo) e sentado nos bancos de fora

- Chan... - Minho pôs a mão no ombro do mais velho, para tentar acorda-lo do jeito mais delicado possível - Pode ir pra casa, eu vou ficar... Vai descansar...

- Vai ficar ? - Bang acordou já irritado e o olhou desconfiado

- Vou sim...

- Mesmo ?

Mockingbird - Minchan - Stray KidsOnde histórias criam vida. Descubra agora