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08: 30 A.M, Interior de Joinville
(12/09/1970)

Hector POV

Abro a porta do quarto de Teo e pra minha surpresa meu menino está sentado na cama encolhido. Me aproximo devagar.

- Bom dia filhote... - Só então percebo que o mesmo está dormindo. - Teo... Teo!

- Não o acorde. - Ouço a voz de Enzo. Ele me encara no batente da porta - Ele é sonâmbulo. - Ele se aproxima do irmão mais novo.

- Sonâmbulo? O que diabos é isso?

- É quando uma pessoa dorme mas faz coisas que ela faria ao estar acordada. Tipo ficar sentada com a coluna ereta. Nunca se deve acordar um sonâmbulo.

- Isso é conversa rapaz. Teodoro Silva, ande levante!!

Com meu grito Teo abriu os olhos e num só chute acertou as partes íntimas do irmão.

- A-AI! - Enzo se agachou gemendo.

Segurei firme o braço de Teo.

- Menino que palhaçada é essa?!

- O- OQUE? - Meu caçula me encarou. Parecia assustado.

- Peça desculpas ao seu irmão agora!

- E-eu...

*PAFT** AU!

Lhe acertei um tapa certeiro em sua coxa.

- Desculpa papai! Eu acho que fiquei sonâmbulo outra vez.

- Acha é?... - Enzo arfou e saiu do quarto mancando. Depois irei verificar se não machucou de verdade.

- Isso é tolice e não é desculpa para não acordar na hora que eu chamar muito menos para chutar seu irmão nos países baixos! Que isso não se repita, me entendeu rapazinho?

- S-sim senhor papai ...

- Agora vá se lavar. Iremos eu, você e Enzo a cidade. Hoje é dia de caça.

- Mas eu não quero ir hoje papi. - O menino disse se espreguiçando.

Tive que respirar fundo para não esquentar aquele bumbumzinho. Já acordei irritado, mas não poderia descontar em Teo.

- Eu vou ver se seu irmão se machucou e quando eu voltar é bom você está pronto para ir conosco, caso contrário vai levar uns tapas.

Antes de eu terminar de falar o pequeno deu um salto da cama se prontificando de se arrumar. Suspirei e fui em direção ao quarto do meu mais velho.

Bato na porta e a abro rápido. Vejo Enzo tentando descer pela janela. Céus, o que está havendo com essas crianças?!

Pigarreio e o menino se vira bruscamente.

- Paaii... Tudo certo?

- Não fale comigo assim, não sou seus parceiros. E que merda você tá tentando fazer?

- É que... Eu... Ela...

- Ela? - Vou até a janela e encaro lá embaixo. Vejo Bianca, nossa vizinha. Meu filho tem um rolo com ela e sabe que eu não aprovo. - Que droga Enzo. - Meu filho sorri amarelo. - Sabe que eu não concordo com isso, nunca concordei na verdade e nós já vamos sair. Vá embora moça antes que eu chame seu pai!! - O pai de Bianca voltou de viagem a alguns dias, somos amigos mas não gostamos do relacionamento dos nossos filhos e eles sabem disso. Eu sei que tenho dinheiro e eles se casarem seria uma ótima ideia, mas Bianca ainda não foi para o convento no qual se tornará uma dama, além de que está prometida para um jovem de uma família mais rica que a nossa. E meu filho, bem... acho que ele tem que ser responsável antes de cuidar de uma mulher.

- A dor melhorou... - Ele coça a própria nuca.

- Percebi. - Reviro os olhos. - Não quero te ver perto daquela garota senão como amigos.

- Mas pai...

- Não quero saber. - Vou até a porta e abro. Assim que a abro vejo Capitu e Theo puxando os cabelos uns dos outros.

- AIII!!! - Capitu grita e soca o irmão no rosto.

- Mas que porra é essa?! - Grito segurando o braço de Capitu. Olho Theo, sua boca está sangrando. - Menina, o que deu em você?!

Seguro no braço de Capitu e ela tenta se soltar. A viro bruscamente e desço a mão no seu traseiro com força.

PAFT** PAFT** PAFT** PAFT** PAFT** AIAIAI

- Vocês não podem brigar assim! Pelo amor de Deus! - A arrasto até a sala e a sento no sofá. - Theodoro venha até aqui! - Meu filho
vem com a mão na boca. Está sangrando. - Olha o que essa briga besta de vocês causou!

- Papai tá doendo! - Theo se senta no sofá. Seguro em seu queixo e o encaro.

- Seu dente ficou mole. Viu o que fizeste, Capitu ? - Aponto pra minha filha.

- Desculpa papai... - Ela começa a chorar. Respiro fundo.

- Pai, Potifar tem uma coisa pra lhe falar - Enzo traz Potifar no colo. Minha filha está com os olhos marejados.

Céus, o que foi dessa vez?

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⏰ Última atualização: Nov 05 ⏰

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Silva - Anos 1970Onde histórias criam vida. Descubra agora