... Helena Miller...
Meu Deus, esse garoto é uma peste. Ele não pode simplesmente sumir?
Me sento ao lado de Milly e o professor de biologia entra alguns minutos atrasados. A aula dele era chata, dava sono e angústia... Ele não era um professor ruim, mas falava de um jeito que fazia todos quererem chorar em cima dos cadernos.
-Por hoje, é isso. Estão dispensados... Helena, vc fica.- O professor diz. Todos saem da sala e eu caminho até ele.
-Olha... Você é uma ótima aluna, mas tem tido um comportamento indesejado ultimamente.- Ele afirma.
-Que tipo de comportamento?- pergunto.
-Suas notas diminuíram significativamente. Como professor responsável pela sua sala, me pediram pra ter uma conversa com você. E você também tem andado cabisbaixa... Tá acontecendo alguma coisa?
Eu não podia contar pra ele... minha mãe estava doente e talvez estaria morta nos próximos dias... mas isso não é algo que ele precise saber.
-Não, não tá acontecendo nada.- Respondo, sendo breve. Pego minha mochila do chão e saio da sala rapidamente.
[13:00pm]
Caminho até em casa, mas ao chegar, vejo um caminhão de mudanças em frente a ela. Confusa, ando mais um pouco e vejo Milly e Robby discutindo na porta de casa. Corro até eles.
-O que tá acontecendo aqui? Alguém pode me explicar?- Pergunto.
-A mamãe precisa de uma casa que seja perto do hospital, pra economizar o dinheiro que ela gasta com gasolina.- Robby responde
-QUE? Mas essa é a NOSSA CASA. E o hospital da mamãe fica a menos de 3km daqui- Retruco.
-Eu sei, mas essa foi a desculpa que eles me deram. E tá óbvio que esse não é o motivo pelo qual eles vão abandonar a NOSSA CASA.- Robby diz, mas Milly permanecia sem reação, apenas observando a conversa.
Entro em casa, olhando aos redores e vendo ela completamente vazia... aquilo doeu muito, era a minha casa. Eu a amava.
Meu pai desce as escadas, segurando uma placa enorme de "vende-se esta propriedade." -É UM RECOMEÇO, FILHA!- Ele diz animado, beija minha testa e vai para fora de casa. Ele parecia feliz e eu arrasada.
Eu precisava dar um último mergulho. Corro pros fundos do terreno e me jogo na piscina, com uniforme e tudo. Eu senti como se fosse me afogar naquela água... mas aquela sensação não importava, eu provavelmente sentirei saudades dela em breve.
-HELENA! SAIA JÁ DAI. VOCÊ VAI FICAR DOENTE.- Minha mãe grita, de cima de uma sacada do 2° andar. Rosane conseguia ser muito chata as vezes... mas apesar de tudo, era minha mãe. Obedeço e saio, me enrolando em uma toalha que por coincidência ainda permanecia ao lado da piscina, talvez eles tenham esquecido ela aqui.
E enquanto aos planos que nós fizemos?
Ando até a porta novamente, com uma lágrima escorrendo de meus olhos. Logo me lembro do meu quarto e corro pro andar de cima, tentando vê-lo. No caminho, esbarro em minha mãe.
-Desculpa filha, tô tão distraída!- ela diz, se certificando de que estou bem... -Helena, isso é uma lágrima escorrendo dos seus olhos?
Seco a lágrima. -É difícil pra mim, deixar essa casa, mãe.- Ela me abraça.
-Eu sei, filha. Também está sendo difícil pra mim... mas eu sei que vamos conseguir passar por isso, você vai conseguir passar por isso!
Aperto seu corpo contra o meu no abraço, fortemente. Eu não sei o que seria de mim sem ela.
-Eu te amo, mãe.
-Eu te amo mais, meu amor.
Deixo ela descer e vou pro meu quarto... Percebo que havia um ursinho de pelúcias no chão pego o mesmo e vejo um bilhete. "Boa mudança, gatinha"... de quem aquilo poderia ser? Eu não fazia a menor ideia...
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O filho da inimiga da minha mãe.
FanfictionUma garota descobre que um garoto, que é filho de uma das inimigas de adolescência de sua mãe, é na verdade um gato e melhor amigo secreto do seu irmão mais velho.