22

25 2 0
                                    

Capítulo 22

Manuella Lewis

Estava deitada conversando em ligação de vídeo com Nicolas enquanto ele me mostrava sua nova composição.

Meu celular estava apoiado em minha mesinha de estudos enquanto eu estava desenhando e finalizando alguns projetos.

Nicolas tocava e cantava e eu prestava atenção em cada frase.

-Manu? - Sua voz rouca me chama após o verso acabar e volto meus olhos até a tela.

-Estou aqui. - Afirmo enquanto ajeito o celular. -Isso está incrível, você pretende tocar com a banda? 

-Não tenho certeza, talvez eu faça um show sozinho para mostrar a música primeiro e depois toque com eles. - Ele começa a guardar a guitarra em sua capa. -Não mostrei a eles ainda, então eles e muito menos eu temos noção de como ficaria com o resto do instrumentos...pra falar a verdade você é a única que mostrei até agora.

-Me sinto importaria assim, sabia?

Sorrio e ele revira os olhos como se eu tivesse falado algo muito burro.

E agora percebo que falei mesmo, era óbvio que eu era importante a Nicolas... mesmo que fossemos só amigos, era inegável que ele ainda tinha algum tipo de sentimento por mim.

-Não irei nem te responder, senhorita Manuella. - Ele diz com um falso tom seco.

-Deixa eu te contar uma novidade? - Não tinha certeza se era a hora certeza mas uma hora ele iria descobrir.

-Pode falar.

-Estou namorando.

-Com o moreno chatinho? - Ele se refere a Henry e da risada.

-Com esse chatinho aí mesmo.

-Estou feliz por você Manu. - Ele diz.

A ligação fica em silêncio por alguns segundos e quando olho o motivo na tela do celular vejo algumas ligações perdidas de minha irmã e de minha mãe.

No mesmo instante pego meu celular e escuto Nick falando.

-Manu? Está tudo bem?

-Preciso desligar, já volto. - Digo sem mais explicações encerrando a ligação e ligando para minha mãe no mesmo segundo.

A cada toque da chamada meu coração parece pulsar mais rápido...Tínhamos a regra de que se fossem mais de duas ligações e nenhuma mensagem era algo importante, e essa definitivamente era algo muito importante.

-Filha... - Escuto a voz trêmula de minha mãe e meu coração parece se quebrar em um milhão de pedaços pois ele sabia de alguma forma o que tinha acontecido.

-Mãe... - Digo com medo de escutar o que ela irá dizer a seguir.

-O seu pai voltou pro hospital filha...ele não tá nada bem.

E ali meu mundo desabou por completo.

Diferente da primeira vez que isso aconteceu quando eu estava com Henry, agora parecia que não tinha volta.

Meu coração dizia que era o fim, e a cada segundo que passava o meu parecia estar mais próximo também.

Como se fosse automático sinto minhas mãos ficarem trêmulas e lágrimas caindo pelo meu rosto. Tomo coragem antes de responder com a voz embarganhada.

-Estou indo...por favor diz que ele vai ficar bem.

E então...a ligação fica em um silêncio que faz meu desespero crescer ainda mais.

EternosOnde histórias criam vida. Descubra agora