Surpresa

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Natasha Romanoff's point of view.

A música deixava os alto falantes de meu carro, enquanto Caroline cantarolava ao meu lado, só ela para estar com um incrível bom humor tão cedo, mas eu nem poderia julgá-la, ela foi dormir assim que voltou para nossa casa, enquanto eu continuei a trabalhar todos os lugares possíveis onde Bucky poderia estar neste momento.

O maldito homem estava tirando meu sono, eu não poderia descansar até finalmente vê-lo condenado pela justiça. Era uma questão de honra desvendar aquele caso por completo, e mostrar não só para Victor, mas como para mim mesma que eu era capaz de solucionar aquele problema.

— Não vai mesmo me contar como foi na Suíça? – ouvi Carol murmurar.

Soltei um sorriso para minha melhor amiga que mesmo depois de inúmeras tentativas de descobrir como havia sido minha viagem com Wanda, não ousou desistir. Suspirei, lançando um olhar entediado.

— Nem adianta fazer essa cara. Qual é, Natasha? Você sempre me conta tudo.

Deixei minha atenção concentrada na avenida movimentada aquela manhã, dando-me totalmente por vencida. Danvers não iria desistir nunca.

As imagens dos momentos com Wanda na Suíça vieram em meus pensamentos, fazendo-me recordar as sensações boas que senti ao estar com ela. Era estranho pensar que depois de tantos anos eu havia realmente me divertido com alguém, sem ser apenas com uma boa noite de sexo e bebida.

Eu conseguia recordar detalhadamente todos aqueles instantes ao seu lado, principalmente os nossos momentos em Saint Moritz. As imagens de Wanda sorrindo durante nosso jantar e a forma distraída como ela conversava estava impregnada em minha cabeça, da mesma forma como seu momento de pura teimosa no parque de patinação.

— Câmbio, terra chamando Natasha.

— O que você quer saber? – perguntei lançando um rápido olhar para ela.

— Como foi na Suíça com a casada.

— Ela se chama Wanda, Carol.

Eu mantive meus olhos atentos a fileira de carros a minha frente, que gradativamente foram parando diante o semáforo.

— Certo, desculpe. Como foi com a Wanda? Vocês transaram muito, acertei?

— Não acertou, não.

— Não? Como assim, não? – a surpresa em seu tom de voz era nítida. — Deus me perdoe, mas tem algo errado aí.

— Errado, por quê?

— Errado pelo histórico de ambas. Vocês não podiam se ver que resultava em preliminares ou sexo e agora que passaram dias juntas e sozinhas não abusaram disso? Olha...

Eu meneei com a cabeça em um sinal negativo, enquanto acelerava o veículo.

— Não começa, nós só fizemos outras coisas. – soltei de forma despreocupada.

— Tipo o quê?

— Nós saímos, jantamos, nos divertimos.

— Sem sexo?

— Sim, Carol. Sem sexo.

— Eu sabia que isso iria acontecer. – murmurou ao olhar pela janela.

— Isso o quê?

— Você se apaixonando por essa mulher.

— Você enlouqueceu? Eu não estou apaixonada! – respondi rápido o suficiente para convencê-la disso.

Carol tinha um ar de riso, como quem tivesse prendendo uma gargalhada em seu peito. Eu apenas neguei com a cabeça, mantendo minha concentração no trânsito.

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