O que diabos deu nele?

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- Izuku -
 
Nervoso, é assim que eu me encontro após aquela desastrosa reunião, não me entendam mal, eu gosto do meu trabalho e uma missão assim só aparece uma vez na vida, principalmente quando você é apenas um trabalhador quirkless, porém o fato de que terei que trabalhar logo com ele me faz pensar que tipo de ser humano horrível eu devo ter sido na outra vida para ser castigado assim nessa. Confesso, os anos podem ter lhe feito bem na aparência física, entretanto a personalidade tsundere ainda continua a mesma. Como a vida não são mar de rosas vou para o meu trabalho pensando em onde devo começar para formar uma equipe que seja pequena, eficaz e que mantenha sigilo, anoto em um caderno quem eu acho que seria uma boa escolha até que sou tirado dos meus pensamentos por uma pessoa familiar me cutucando.

– Desse jeito não sobrará neurônios para continuar o trabalho shounen. – O sorriso gentil e o rosto um pouco cansado aparece na minha frente, em suas mãos uma pequena marmita é estendida a mim.

– Toshinori-san? O que faz aqui? - Pergunto curioso, pois é raro o mesmo aparecer no jornal.

– Midoriya pode me acompanhar no almoço? Receio que talvez deixei coisas em aberto. – Seu olhar preocupado me arranca um suspiro, sei que é inútil discutir algo, então aceno a cabeça em concordância, nos dirigimos para o terraço do jornal e observamos a paisagem da cidade, continuamos em silencio até o mesmo começar a falar.

– Midoriya shounen, o que aconteceu entre você e o Bakugou? E não me diga que não é nada, ninguém reage assim com desconhecidos, nem mesmo ele - O mesmo me encara, me deixando sem saída, suspiro e olho para a cidade, procurando as palavras certas, para conseguir me expressar sem falar de mais.

– Senhor, como você reagiria quando uma pessoa que esteve sempre presente com você se tornasse um completo estranho? - O encaro esperando uma resposta, seu olhar expressa uma leve confusão, suspiro e continuo: – Eu e o Bakugou crescemos juntos, porém com o passar dos anos nos tornamos estranhos, peço que não insista em saber um porque então por isso lhe pergunto, eu sou humano, por que tenho que fingir que algo me agrada quando o passado ainda está tão presente? Eu quero esquecer o rancor, mas depois de anos, mesmo sem nenhum contato, ele ainda está lá, então me diga All Might, como posso fingir que está tudo bem quando esse passado ainda me incomoda? – Seu rosto expressa surpresa, porém após absorver as informações o mesmo solta uma risada sem graça.

– Faz anos que você não me chama assim Izuku, sinal que isso lhe incomoda ainda. – O mesmo olha para o horizonte e suspira. – Eu irei respeitar seu espaço a isso e não vou perguntar o que ocorreu entre vocês, mas você mesmo já disse, é algo que lhe machuca, eu sei que certas atitudes do passado não se podem mudar, a sombra do que eu te fiz passar ainda me atormenta, mas mesmo assim você jovem, me perdoou, mesmo eu não merecendo, o tempo muda as pessoas Midoriya, talvez esse Bakugou não seja o mesmo que você conheceu, mas pode ser uma versão melhor do que o que te machucou, cabe a você dizer se quer correr o risco. – Penso em suas palavras enquanto sua mão aperta suavemente meu ombro, um sorriso gentil e cansado é dirigido a mim, o alarme em meu telefone é ouvido, sinalizando o fim do meu horário de almoço, me despeço do mesmo e volto para o meu turno, suas palavras ecoam em mim, e me geram duvidas, talvez eu me arrependa, porém correrei esse risco.

Após o final do turno, vou para casa, comunico Shinsou e peço que ele e Mei entrem na equipe, dando apenas os detalhes essenciais, e peço ao mesmo comunicar ao Kaminari.

Em meu quarto crio coragem e mando uma mensagem ao bombinha, seu comportamento explosivo e desconfiado me arrancam algumas risadas, talvez isso seja divertido, sem duvidas amanhã promete.

Talvez não seja tão ruim assim

- Quebra de Tempo -

Uma batida ritmada é escutado na porta do meu apartamento enquanto organizo algumas pastas com possíveis dados, uma mania que reconheço ao longe ser de Kaminari, escuto Shinsou andar até a porta e a abrir, suspiro audivelmente e vou em direção a sala, e junto ao loiro elétrico se encontra o outro loiro, em roupas comuns, uma regata preta e calças jeans, admito que apesar de simples as roupas lhe caiam muito bem.

– Bem já que todos já chegaram aqui, acho melhor conversarmos em meu escritório, tenho receio das paredes terem ouvidos – Indico com o dedo para os apartamentos vizinhos, entramos no meu escritório e indico meu sofá.

– Desembucha logo Deku, a gente não tem o dia todo para decifrar seus murmúrios - Bakugou diz, com sua habitual carranca, respiro fundo e com o melhor sorriso irônico que possuo o encaro.

– Bakugou, peço que mantenha o decoro em minha casa, afinal sei que Mitsuki-san lhe deu educação, então sugiro que a use na minha casa – a carranca de Bakugou piora e Kaminari segura um riso.

– Bom, como todos sabem, alguns ataques a certos heróis andaram ocorrendo nos últimos meses, ataques em fraquezas não óbvias, que só pessoas próximas a eles conseguiriam, acredito que é uma ação da Liga dos Vilões. – Começo a explicar serio, enquanto uso um projetor com alguns slides para mostrar os atuais fatos.

– Mas Shigaraki e alguns outros membros foram pegos após a guerra – Kaminari exclama e Shinsou concorda silenciosamente

– Nem todos, aquela loira psicopata sumiu após a luta dela com a cara redonda – Bakugou diz serio, analisando os gráficos mostrados.

– E o Dabi está sobre a tutela da família Todoroki vinte e quatro horas. – Shinsou completa também.

– Bem, acredito que o infiltrado nos heróis possa ser algum discípulo do All For One, afinal, depois que Shigaraki se rendeu e ajudou na guerra, eu não tenho certeza que ele ia gostar de perder sua melhor carta no baralho.

– Então... qual é o plano? – Kaminari pergunta, com um misto de apreensão

– O melhor passo para conseguimos informações agora é achar os antigos membros da Liga dos Vilões, se tem alguém que sabe de algo, são eles.

– E como você pretende ir atrás deles "chefe"? –Bakugou sorri com escárnio, esbanjando irônia a cada palavra.

– Não se engane com minha aparência Bakugou, até os espelhos podem ser falsos - sorrio de forma inocente, afinal, enganar para conseguir informações nesse trabalho não é difícil. – Soube que um dos antigos membros, Compress, fica em um dos bares da zona norte do distrito, talvez eu consiga fazer ele falar e...

Kaminari solta uma gargalhada alta, o olho confuso e um pouco chateado pela interrupção repentina.

– Algum problema Kaminari? – Pergunto sério, cruzando os braços sobre meu peito.

– Oh nada hahaha, mas se for o bar que eu to pensando ao norte que ele frequenta, acho que so oferecer uma conversa não será suficiente – O loiro elétrico observa meu olhar confuso e algo clica em sua cabeça. – Você não sabe... – ele me olha chocado – Zuzu, o Hot Flames é uma casa de prostituição.

Olho para ele em um momentâneo choque – Não vejo o problema nisso, trabalho é trabalho, so preciso das roupas certas para tentar uma tática diferente. – Dou de ombros

Bakugou se levanta abruptamente e vem em minha direção, segurando meu braço e me puxando.

– Vamos conversar lá fora a sós, agora. – Ele diz cada palavra com raiva e seus olhos se assemelham a brasas, ele me puxa para fora do meu escritório, me empurrando em um dos cômodos da casa e trancando a porta logo em seguida, me olhando serio.

O que diabos deu nele?

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⏰ Última atualização: Sep 25, 2023 ⏰

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Reconhecendo seu Mérito (Bakudeku - Katsudeku)Onde histórias criam vida. Descubra agora