𝐌𝐞𝐮 𝐐𝐮𝐞𝐫𝐢𝐝𝐨 𝐕𝐢𝐳𝐢𝐧𝐡𝐨- 𝐌𝐚𝐝𝐚𝐫𝐚 𝐔𝐜𝐡𝐢𝐡𝐚

Um mês sem você

25 de Janeiro

É estranho.

Tenho que acordar sozinha, escovo os dentes sozinha, tomo meu café da manhã sozinha e vou pra escola sozinha. Eu não tinha percebido como era dependente de você até me deixar...

Na nossa casa só sobrou nosso gato Piano e eu. Está tão vazio mas ao mesmo tempo tão cheio... Cheio de recordações e saudades...

Sabe Mãe, tenho sorte de ter meus irmãos, porque meu pai nem ligou pra mim, literalmente, nem pra perguntar se meus irmãos e eu estamos bem ou se já tínhamos te enterrado.

Como Tobirama e Hashirama moram perto de uma boa escola, decidimos que eu ia ficar com eles, vou sentir falta dessa casa e da antiga escola, mas estou pronta pra uma nova fase e com certeza vou te levar no meu coração e na minha mente.

To com saudades, mãe...

P.S.: na escola nova tem clube de teatro!!!!

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Hashirama- meu lírio branco, já terminou suas malas? - ele me grita da sala

Checo mais uma vez pra ver se nada ficou para trás. Desço correndo puxando duas malas e chamando por meu gato- vocês viram o Piano?- olho pra ele e para Tobirama, com as sobrancelhas franzidas em preocupação

Tobirama- temos que ir...- cruza os braços e se vira para porta- é bom ele aparecer logo...- me olha de soslaio e sai; até ouvimos ele batendo o portão

Fico mais acelerada e preocupada por atrasar meu irmão e quase entro em desespero chamando por Piano, mas Hashirama se aproxima e me puxa pra perto, seus braços me rodeiam e me acolhem- fique calma meu lírio, ele não está com raiva de você ou de seu "atraso", ele só não quer ficar na casa da mamãe...- explica com sua voz serena e apaziguadora

Cassidy- eu entendo...- o olho de baixo e sorrio sem mostrar os dentes- vou dar mais uma olhadinha la em cima...

De todos meus quatro irmãos, Hashirama sempre foi o mais próximo de mim, o que mais procurava saber de mim e me entender, não que eu não ame os outros, pelo contrário, sempre me trataram bem, me mimaram e me protegeram por ser a irmã caçula, mas Hashirama tem meu amor fraternal como ninguém, ele é como um verdadeiro pai para mim.

Olho em todos os cômodos da casa e passando pelo corredor vejo a porta do quarto da minha mãe aberta.

Vou até lá calmamente e empurro porta, fazia dias que não entrava aqui. Tudo está exatamente como ela deixou, sua manta dobrada em cima da poltrona, seu livro inacabado e óculos de leitura na mesinha de cabeceira, suas pantufas que ganhara de sua amiga... - sempre estará aqui mamãe...

Tentando segurar o choro, com meu coração saudoso, ouço miados fracos vindo do banheiro e Piano saindo de lá- também sente a falta dela, não é meu filho?- o pego no colo e o acaricio- eu também sinto...

Buzinadas incessantes me fazem correr dali. Os dois já tinham levado minhas malas e estavam no carro. Tranquei a porta e o portão dando adeus por tempo indeterminado pra casinha que tanto amava.

Hashirama- e quais são as expectativas pra escola nova? - me pergunta animado me olhando pelo retrovisor

Cassidy- eu não sei...- eu tinha uma amiga somente na escola antiga, os professores não gostavam tanto assim do meu pai, pelo histórico dele, o que faziam eles duvidarem de mim. O colégio não ofertava nada de interessante pros alunos, então era uma experiência morta estudar la...- espero que os clube de teatro me aceite...