Acabei cochilando por um pequeno pedaço do caminho. Acho que estou trabalhando tanto que não estou me dando as horas exatas de sono nessas últimas semanas, então não preciso de muito para dormir. Apenas um lugar para encostar é o necessário.
Quando chegamos na casa, vejo as luzes internas acesas enquanto estacionamos na frente. Acordei no momento em que escutei a música parando. Pisco os olhos de maneira ainda sonolenta e tiro o cinto de segurança.
— Tudo bem? — ele pergunta se virando pra mim.
— Tudo, eu só estava com sono, desculpa.
— Não tem nada a ver com o que você encontrou no meu porta-luvas?
Ele arruma uma mexa do meu cabelo atrás da orelha. Sim, tem exatamente a ver com isso mas não sei o quanto quero saber.
— Não é meu — explica. — Isso está aí a tanto tempo que tinha esquecido.
— Não precisa mentir — encaro minhas unhas recém feitas. — Está tudo bem.
— Não é mentira — ele ri. — Minha mala e a do Alek são idênticas, ele guardou isso na minha achando que era a dele. Está aí desde então, sempre me esqueço de devolver.
O olho com os olhos cerrados, ele continua com uma risadinha fraca presa nos lábios. Ele franze o nariz sem quebrar nosso contato.
— Ok, você parece inocente!
Ele ri outra vez. Saímos do carro e o ajudo esvaziar o porta-malas, assim que passamos pela porta de entrada Noah voa em minha direção, tomando de mim a única mochila que Ivarsen me deixou carregar.
— Bem vindos — Olive surge como uma mãe feliz por ter os filhos em casa no corredor ao sair da cozinha. — Temos hambúrgueres na churrasqueira e cerveja gelada.
Abraço Olive apertado como se não tivéssemos nos visto hoje pela manhã. Slinky corre desajeitado pelo chão de madeira atrás do seu brinquedinho, me ignorando completamente. Ivarsen e Noah sobem com as malas para o quarto. A casa de veraneio da família Turner é enorme — e linda.
Desde que eu e Noah nos conhecemos, viemos para cá quase todo verão e também algumas vezes no inverno. Seus pais me tratam como um terceiro filho, me sinto em casa, assim como Noah se sente com meus pais.
A última vez que estive aqui foi no final de janeiro, estava um completo frio. Mas Sra Turner insistiu em uma festa de aposentadoria para Sr Turner, dizendo que não aguentariam de ansiedade esperar pelo verão.
A casa tem quatro quartos, dois dividem o mesmo banheiro — o de Noah e seu irmão Nicky — e os outros dois são suítes. Como praticamente fui adotada pela família aos meus quase vinte anos, tenho meu próprio quarto aqui.
— Acordei meio ruim do estômago hoje, Ollie — digo enquanto a acompanho para a cozinha. — Não sei se deveria beber.
— Você sabe que isso é seu nervosismo com o restaurante, não é? — Olive cruza os braços me julgando, mais uma vez parecendo uma mãe. — Pêssego, você precisa descansar.
— Vocês já exigiram demais de mim — brinco. — Estou aqui, não estou? Masss meu notebook veio junto! Não se pode ter tudo.
Olive me olha com um semblante de traição, balança a cabeça e então vai até a geladeira em silêncio. Busca um suco de laranja e o coloca na ilha em minha frente.
— Ainda bem que não ouvi Noah e comprei bastante suco — coloca as mãos na cintura. — Ele queria comprar apenas álcool para todo o fim de semana... — revira os olhos. — Homem definitivamente não pensa.
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Meu Querido Goleiro
RomanceAs vezes o destino é tão sutil quanto bater seu rosto no peito do goleiro do seu time favorito de hockey durante uma corrida matinal. Entre tantas pessoas no parque, qual a chance de você ser derrubada pelo seu jogador favorito? * história também d...