Daniel Charles e William se encontram pela primeira vez

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William colocou um buquê de flores no túmulo de seu tio Rômulo e diz:

William: Descanse em paz tio Rômulo, o senhor sabe muito bem que se eu estivesse aqui, eu não teria perdido por nada desse mundo o seu enterro, porque o senhor sempre foi como um pai para mim, e eu sempre te considerei muito porque o senhor foi um ótimo irmão pro meu pai, e um ótimo tio pra mim...

Depois ele se benzeu e olhou para o túmulo de Francisco se sentindo horrível por dentro

William: Francisco meu amigo... nem ao menos você tem uma lápide com o seu nome escrito nela, mas eu te prometo que quando eu ajeitar tudo eu vou resolver isso o quanto antes ok?

William coloca um buquê de flores no túmulo de Francisco, e começa a conversar com ele querendo colocar pra fora tudo o que o machucava de uma vez por todas, porque ele sentia que iria sufocar com tudo isso que ele guardava consigo desde que recuperou a memória

Estava pesando muito, e ele não estava mais sabendo lidar com tanta dor assim...

William: Como são as coisas, não é?

William se ajoelha na frente do túmulo de Francisco na intenção de mostrar que ele estava lá muito arrependido, e diz com os olhos cheios de lágrimas:

William: Me perdoa meu amigo, eu não queria ter te deixado sozinho lá, mas aconteceu tanta coisa comigo que você nem imagina, mas sei que você viu tudo daí de cima de onde você está, Francisco eu não queria ter demorado tanto pra visitar você nesse túmulo, e pra falar a verdade pra você, eu não sei como vai ser esse lance de eu conseguir descobrir quem tentou me matar

William se levanta do chão e diz:

William: Isso tudo é um enigma Francisco, que eu não sei solucionar, e não sei como agir, mas eu juro pra você, que eu teria dado a minha vida pra que você não tivesse morrido nesse acidente porque você era incrível, era bom, e acima de tudo isso você era meu amigo!

William limpa as lágrimas que ainda insistiam em cair, então ele desiste e deixa que elas sigam o caminho delas

Pois lágrimas caem dos olhos das pessoas para mostrar, ensinar, e ao mesmo tempo purificar os seus sentimentos, que muitas das vezes estavam escondidos, ou estavam neutros, e completamente impedidos de aparecer com base na trajetória de vida de cada ser humano existente nesse mundo

E então, naquele instante ele começa um desabafo profundo e pesado com aquele túmulo, que todos que o ouvissem de imediato sentiriam o impacto daquelas palavras, e o impacto avassalador de todos aqueles sentimentos que William carregava com ele

William: A dor que eu senti naquele acidente foi indescritível Francisco, eu fiquei com medo, e agi no impulso de resolver isso, mas a dor de se perder no meio do caminho é como se ela fosse um assassino a sangue frio, porque dores na alma são perigosas e elas destroem a alma da gente, elas não são um passatempo, muito menos são uma brincadeira, elas são sérias e banais, e não são brinquedinhos que se acabam com o tempo, se eu pudesse eu não teria dado abertura para essas dores me invadirem Francisco, mas infelizmente a vida é assim, eu sei que essas dores trazem amadurecimento mas elas machucam muito e ninguém sabe como vai ser o desfecho delas, e o que elas vão causar dentro de você, porque elas podem trazer sequelas sim, porque elas são intensas e quando querem se intensificar não há quem consiga fazer isso parar...com tantas dores assim eu sinto que eu morri um pouco por dentro

O que William não tinha percebido é que Daniel Charles chegou ao cemitério com um buquê de flores em mãos e o viu

Pensamentos de Daniel Charles: "O quê? Mas não é possível!"

A continuação de dores na alma são perigosas Onde histórias criam vida. Descubra agora