O SEGREDO DA MONTANHA 5 [HANDY]

CAPÍTULO 1

L I L I A N E
“Lili”

Meu melhor amigo resolveu que seria divertido se mudar para a antiga cidade, e não mandou nem mesmo notícias. Tínhamos planos que incluía viajamos conhecendo novos lugares, talvez temos contatos com alguns humanos e me fazer relembrar um pouco a época que vivia na planície. Sabendo que a tia Kammy estava nos seus últimos dias, jurei que o sobrinho viria vê-la, junto com Rubens, Karin e sua fêmea, porém, me decepcionei sem medidas, ao saber que não fez questão de vir, ou mandar ao menos alguma notícia.

— Olá! – A garotinha de aparência estranha se aproxima, seus olhos extremamente azul chega a ser intimidante e mágico.

— Oi. Está gostando de estar aqui? – Pergunto vendo ela sentar devagar ao meu lado, próximo ao lago natural, olhando para os banhista com uma expressão sabedora.

— Sim! – confirmou e bateu os pezinhos na água, sorrindo quando salpica em seu rostinho preto, mostrando que apesar de toda o misticismo que a cerca, seu poder e presença, ainda é uma criança que sorri com uma brincadeira qualquer. — É bom brincar com os filhotes. – Finaliza sorrindo para mim.

— Rubens disse que Handy é seu professor. Gosta dele? – Pergunto, querendo apenas saber um pouco sobre aquele idiota rabugento, que se atreve a se manter distante dessa forma.

— Não muito. Ele fala demais. – reclamou baixo, e sorri porque ela é muito fofinha. — Eu sei tudo o que ele me ensina. Eu sei mais que ele.

— Imagino. – Declaro, sorrindo da sua forma de falar.

— Você não acredita. Mas, é verdade. Tudo o que ele ler para mim, eu já estava lá, quando foi escrito. – Finaliza calma, e olho para a garotinha, tomando consciência de quem ela é.

Não é segredo para ninguém que ela é além de uma criança, um fruto místico que carrega uma presença esmagadora e ao mesmo tempo, acalentadora. Eu sei que parece uma contradição, porém, não sei exatamente como explicar, ainda mais falando de um bebê de quatro anos, porém, é como se ela carregasse tanto poder, que nossos espíritos se mantém submisso a ela. Sua áurea é diferente, e agora sinto que sei o motivo.

— Você não é filha da deusa, como todos acham. – Afirmo e ela nem mesmo responde, uma de suas borboletas vindo e pousando na ponta do meu nariz. — Você é literalmente a deusa. – finalizo em um sussurro, e ela não faz questão de negar, usando seu dedinho para fazer elas voarem em círculos rápidos.

— Olha como são bobos. – Apontou os dois filhos do Hagar, brigando de socos, dentro da água. — Meus pais disseram que, todos os meninos são bobos. – Inflou as bochechas e soltou o ar, e vejo que não importa se ela é a deusa ou uma criança como todas as outras, ela carrega as duas essências.

— Seus pais tem razão. – confirmo, pensando no idiota do Handy.

— Ele é o pior de todos. – Eu engulo devagar, não querendo acreditar que ela fez isso com a minha mente. — Não precisa ficar com medo. – sorriu indiferente, e não sei exatamente o que dizer para sair dessa situação.