Capítulo 2

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- ...Bebo em algum bar, beijo qualquer boca, eu traço algum plano. Só pra não lembrar, que ainda te amo... - sua voz saia baixa como um sussurro enquanto cantarolava a letra da música que tocava em seu fone de fio.

Este é Iwaizumi Hajime.

Treinador atlético da equipe japonesa, cabelos castanhos, olhos verdes oliva e 1,80 de altura. Estava deitado na cama do hotel em que estava hospedado junto de outros velhos rostos conhecidos, não deveria ter aceitado o convite, afinal, sabia que ele também estaria ali, mas não soube o porquê ficou tão nervoso ao o ver de longe conversando com Hinata, agitado - até demais - sua mente simplesmente parou de raciocinar ao ver aquele sorriso que tanto gostava de ver na época que eram adolescente, seu coração o traiu e começou a palpitar mais do que deveria.
Sentiu o ar faltar dos pulmões quando viu que o acastanhado notará sua presença, saiu do local o mais rápido possível e foi para onde estava atualmente.
Recusou o convite do ruivo para jantar com o restante, dizendo que estava cansado da viagem - o que não deixava de ser mentira.

- Minha visão tá turva... - proferiu enquanto lágrimas caiam de seus olhos - É de se desesperar, cê me jogou pro alto, só pra me ver quebrar....

A cada palavra mais lágrimas salgadas saiam de seus olhos, a esse ponto ele nem sequer as segurava, isso o lembrava claramente do dia que se declarou para o homem que um dia foi seu melhor amigo e amante, porém que agora era um desconhecido, um estranho com quem havia memórias, sentimentos e sabia de suas manias. Por exemplo, como ele ainda colocava um sorriso arrogante no rosto, erguia o queixo, uma mão na cintura e a outra passando nos cabelos, claro e velho sinal de falsa confiança e superioridade.

•Flashbacks on|14 de fevereiro de 2013•

Viu o garoto que tanto amava correto de si, o deixando ali de joelhos e coração quebrado. Sentiu as lágrimas salgadas molharem seu rosto, tentou correr e ir atrás dele mas sabia que não adiantaria mais assim que começou a chover, a água da chuva escondendo o dilúvio que seus olhos se encontravam.
Sentiu o peito doer como nunca, o corpo tremer, curvou o peito até encostar a testa na grama que a pouco estava seca e agora encharcada, levou uma mão até onde ficava o coração e cerrou a outra que com tinha uma caixa de veludo.

|31 de março de 2013|

Assim que a cerimônia encerrou cumprimentou algumas poucas pessoas e saiu do local, não tinha muito o que fazer ali.

Desde que teve o pedido de namoro recusado tentou e tentou conversar com o acastanhado, este que ou o ignorava ou simplesmente fugia de si, na cara dura. Queria saber o porquê, mas infelizmente não teve as dúvidas respondida.
Com o passar das semanas desistiu, desistiu de correr atrás e gastar suas energias com alho que ele sabia que não iria acontecer.

De agora em diante iria focar nos estudos e treinos que teria num futuro não muito distante.

•Flashbacks of 20 de maio de 2021•

- ...Só pra não lembrar. Que ainda te amo...

Não sabia o porquê, mas ainda nutria os mesmos sentimentos pelo homem mais alto, sabia que não deveria mas não conseguia evitar, já tentou diversas vezes o esquecer, seja com o cigarro ou com pessoas aleatórias de algumas poucas festas noturnas que já foi.

Sempre se lembrava do sorriso verdadeiro presenciava e sentia certo orgulho quando, na maioria das vezes, era o motivo de tal expressão alheia. Recordava-se do apelido pelo qual era chamado de forma infantil e as vezes dengosa, lembrava-se das manias do outro ao falar de algo que gostava, ficava feliz por ouvir o outro tagarelar por muito tempo, mesmo que as vezes o mais novo o interrompesse em algo para falar ou reclamar de algo ou do biquinho fofo que seus lábios formavam quando o chamava de algum apelido.
Contudo, tinha sua sua memória os dias - quase todos - que se irritava com o acastanhado por ele se esforçar tanto no vôlei que se machucava por isso, tanto externamente quanto internamente, recordava das vezes que faltava aula para ajudar o outro a se recuperar de alguma crise de ansiedade.

Se lembrava de amá-lo, mesmo que tal sentimento nunca fora correspondido como achou que seria.

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Continua?

Música usada nesse capítulo:

Ainda te amo - Jão

Reencontro (IwaOi)Onde histórias criam vida. Descubra agora