CAPÍTULO 2: Calamity's child

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Dois dias se passaram e Harry ainda não criou coragem para falar com Sirius. Por mais que ele tenha a aprovação (e animação) de James, ele não pôde deixar de pensar que se Sirius recusar seu convite, o projeto vai por água abaixo. Sirius não era só o vocalista da banda, como também o centro de vários acontecimentos marcantes da história deles. Claro, todos tinham sua importância, mas ao falar para qualquer um sobre os Marauders, a primeira pessoa que lhes vinha à mente é Sirius Black.

As aulas daquela quinta-feira tinham se arrastado, Harry só queria ir para casa descansar e passar mais uma noite rascunhando mensagens para mandar a seu padrinho, perdendo a coragem e apagando-as. No final do dia, Harry mal conseguia prestar atenção na explicação de Rony do porquê Brokeback Mountain deveria ter ganhado o Oscar, enquanto eles iam em direção a saída. Hermione estalou os dedos na frente de seu rosto.

"Terra para Harry" ela chamou. "No que está pensando?"

"Em como pedir para meu padrinho reviver todos os traumas de sua juventude."

"Acho que não é para tanto, Harry" disse Hermione. Harry ergueu as sobrancelhas. "Ok, realmente são muitas memórias ruins, mas como seu pai disse, também há muitas memórias boas."

"Mas e se ele se recusar a participar? E se for muito pra ele?" Harry passou a mão por seus cabelos, um gesto ansioso que herdou de seu pai.

"Acho que você está prestes a descobrir" falou Rony, apontando para uma comoção na entrada do colégio.

Harry olhou para onde Rony apontava e viu ninguém mais ninguém menos que seu padrinho. Sirius estava apoiado em sua moto, sorrindo enquanto conversava com alunos do colégio e autografava automaticamente cadernos que apareciam em sua frente. Ele estava vestindo suas roupas comuns do dia a dia e seus longos cabelos estavam presos em um coque solto, não fez nenhum esforço para esconder sua identidade. Monstro, seu segurança de longa data, estava parado a poucos passos de distância com os braços cruzados e usando um óculos de sol desnecessário naquela tarde nublada.

"Vai lá Harry!" disse Hermione, empurrando o amigo em direção a saída.

Nesse momento, Harry percebeu que estava paralizado em choque. Não era como se Sirius fosse ausente em sua vida, ele tinha visto-o menos de um mês atrás, mas não estava preparado para conversar com seu padrinho ainda. Agora ele não tinha como fugir, então se despediu de Rony e Hermione e andou até o portão. Ao vê-lo, Sirius abriu um sorriso genuíno, pediu licença para as pessoas a sua volta e andou em direção a Harry com os braços abertos para um abraço. Eles se abraçaram carinhosamente, Harry pensou ter ouvido cliques de câmeras e já estava pronto para ver esse momento espalhado pelas redes sociais. Quando o soltou, Sirius estendeu a mão para Monstro, que entregou-lhe um capacete.

"Quer dar uma volta?" ele perguntou, entregando o capacete a Harry.

"Claro" respondeu Harry.

Eles subiram na moto e Sirius pilotou até sua lanchonete favorita em Santa Mônica, o Três Vassouras. Eles entraram no estabelecimento, Sirius comprimentou Rosmerta, a barista, com um beijo na bochecha e pediu o de sempre para os dois. Ele costumava levar Harry naquela lanchonete todas as sexta-feiras após a aula quando ele era mais novo, era uma das memórias favoritas de sua infância. Os dois sentaram em uma mesa mais afastada, Monstro ficou de pé encostado na parede ao lado da mesa encarando qualquer um que passasse perto demais deles.

"Seu pai me disse que você quer me pedir algo?" Sirius disse, indo direto ao ponto.

Quase três dias escondendo um segredo de Sirius. Era um novo recorde para James.

"Não é nada demais na verdade" disse Harry, começando a cutucar suas unhas em nervosismo, Sirius colocou a mão em cima das suas.

"Você sabe que não precisa ter medo de conversar comigo, nada que você peça vai fazer eu te amar menos, prongslet."

Rebel RebelOnde histórias criam vida. Descubra agora