1. [Promessa de sangue.]

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A sala estava decorada com tapeçarias luxuosas e iluminada pelo brilho suave das velas, criando uma atmosfera que era ao mesmo tempo, solene e grandiosa. As paredes de pedra sólida de uma antiga mansão dos Malfoy testemunharam diversas reuniões familiares ao longo dos séculos. A mesa comprida de carvalho escuro, as duas famílias se sentavam, cada uma em lados opostos, como se a própria mobília reconhecesse a divisão que as separava.

O patriarca dos Malfoy, Lucius, um homem de cabelos platinados e olhos frios, tomava seu vinho enquanto olhava com autoridade para a família Sanders. Do outro lado, William, o pai de Sophie, mantinha uma expressão firme, seu semblante demonstrando a importância dessa reunião.

— Caro William, como você sabe, nossas famílias compartilham uma linhagem de sangue puro a muitas gerações. É uma honra e responsabilidade que levamos a sério. — Lucius disse antes de levar sua taça de vinho até a boca. 

Sophie, uma jovem bruxa de apenas 6 anos de idade, não sabia ao certo os significados daquelas palavras e nem mesmo o motivo de estar ali. A pequena olhava com curiosidade para Lucius e seu pai. De frente para ela, estava Draco Malfoy, visivelmente desconfortável com a situação. 

— Eu compreendo a importância de nossa herança. — William suspirou, seus olhos encontrando os de sua esposa. 

Penélope deu um aceno, insinuando que William fizesse logo o acordo. A mãe de Sophie sempre foi muito ambiciosa, fazer parte da família Malfoy apenas lhe daria mais privilégios. 

— Então você entenderá que, ao unir nossas famílias por meio  deste compromisso, estamos reafirmando nossa devoção à preservação da pureza de nosso sangue e a continuidade de nossa linhagem. — Lucius manteve seu tom firme.

— Meu marido só está preocupado com a felicidade de nossa filha. — Penélope disse antes que William pudesse abrir a boca. 

Era evidente que ambos não se importavam se Sophie seria ou não feliz com o pequeno Malfoy, eles apenas tentaram passar um "ar" de pais preocupados. Os Sanders eram tão obcecados pela linhagem de sangue puro, quanto os Malfoy.

— A felicidade de Sophie é importante para todos nós. Draco é um menino de muitos talentos e recursos, tenho certeza de que, juntos eles vão encontrar uma maneira de manterem a linhagem e serem felizes. — Narcisa falou com um sorriso leve em seu rosto. 

Draco e Sophie se olharam confusos, ambos não faziam ideia do acordo que os envolvia, para eles era apenas mais uma reunião normal entre as famílias. 

— Muito bem... Aceitamos o compromisso e daremos a mão de nossa filha a Draco. — William concordou. 

— Papai, o que isso quer dizer? Draco vai ser dono da minha mão? — A pequena Sophie perguntou confusa, olhando para suas mãos.

— Querida, isso significa que vocês serão "amigos especiais", vocês vão se casar quando crescerem. — Narcisa disse em um tom de conforto. 

— Eu não quero me casar com ele, quando eu crescer, eu quero escolher quem vai casar comigo. — Sophie olhou para Draco e fez uma expressão de desgosto.

Draco sentiu-se rejeitado. Ele era apenas uma criança, mas seu ego estava ferido. Como ela poderia dizer isso? Não querer se casar com ele. Draco a olhou como se a condenasse para o resto de sua vida. Ele pensou que ela pagaria por suas palavras.

— Não se preocupe com isso, ela é só uma criança, não entende a importância disso. — Penélope acariciou os cabelos acinzentados de Sophie. — Vamos dar continuidade a esse acordo.

— O acordo é selado pelo sangue, como manda a tradição. — Lucius pegou a adaga de prata de uma caixa ornamentada em uma das extremidades da mesa. Ele a segurou com firmeza.

William Sanders pegou uma adaga similar de sua própria caixa, e as duas adagas brilharam à luz das velas enquanto os dois homens asseguravam-se de que estavam afiadas o suficiente.

Os dois fizeram um pequeno corte em suas mãos, deixando que algumas gotas de sangue escorressem para um pequeno cálice de prata à frente deles. As crianças observavam, fascinadas e um pouco assustadas. 

Lucius e William pegaram uma pena e molharam sua ponta no sangue recém-derramado, ambos assinaram os papéis que formalizavam o compromisso entre as famílias O acordo estava feito, assinado e selado com sangue.

Sophie e Draco, destinados a se unirem por uma promessa de sangue, trocaram olhares rápidos, sem palavras, mas com uma compreensão mútua. Suas vidas estavam irrevogavelmente entrelaçadas agora, e o destino havia traçado um caminho incerto diante deles.


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Este capítulo é curto, apenas para que vocês saibam sobre o acordo e entendam a importância disso. As famílias são fanáticas pela linhagem de sangue puro. E também para que vocês entendam o motivo pelo qual Draco e Sophie se odiavam na adolescência.

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Prometida ao Sangue Puro. [Draco Malfoy]Onde histórias criam vida. Descubra agora