Nico: Um Romance Mafioso

Em cativeiro

Nico dá um passo para trás, o rosto dele é inexpressivo. Luca, o braço direito de Nico, empurra você em direção ao carro deles. Você se contorce, mas Luca domina você facilmente. Nico resmunga em desaprovação.

Você deixa seus membros relaxarem ao máximo. Você acaba no banco de trás de um carro, ainda lutando. Luca amarra seus pulsos com um guardanapo.

- Desculpe, querida. Mas o chefe me mataria se você escapasse, e já notei que você não está para brincadeira. Sem ressentimentos?

- Hum... Vamos acabar logo com isso.

- Justo.

A chave gira na ignição. Você fecha os olhos, ainda não consegue acreditar que isso está realmente acontecendo. Em uma hora, você sobreviveu a um pedido de casamento e a um massacre. Minutos depois, quando o sol nasce, você sai do carro e é empurrada até uma loja de automóveis. Luca enfia você embaixo de uma mesa em um canto e coloca um dedo nos lábios. Um momento depois, ele segue Nico.

Suas mãos ainda estão amarradas, sua garganta seca, mas você estica o pescoço para olhar ao redor. Alguns homens estão jogando cartas. Há carros, mesas e a sensação arrepiante de perigo.

Lutas contra suas amarras, tentando se livrar do nó complicado. Você ouve o ranger de uma porta se abrindo e olha para cima orando por um milagre. É Nico. Ele tirou o terno e vestiu uma roupa casual. Os olhos dele estão fixos em você.

- Bom dia, bella.

Nico puxa uma cadeira. Você ergue o queixo, avaliando-o com cuidado. Você mantém seu olhar firme nele. Quer mostrar que não está intimidada.

Ele sorri.

- Você parece estar com fome. E com sede. Temos bastante comida aqui, se quiser.

- Você vai me desamarrar?

- Nico. Vou ter que alimentar você.

Seu estômago se contorce. Você não consegue decidir se acha a ideia excitante ou humilhante. Talvez ambos.

- Temos muita comida. Doces, Frutas, café... o que você quiser.

Você quase mataria alguém por um croissant agora. Ou um pedaço de maçã. Ou mesmo só um gole de água. Você ergue seu olhar para encontrar o dele. Os olhos dele param em seus lábios, demorando por um longo momento.

- O que você acha, bella?

- Prefiro morrer de fome.

- Tem certeza?

Por mais que você queira comer, você não confia nele. Ou em você quando está perto dele.

- Azar o seu, bella.

Nico se junta ao resto dos homens jogando póquer. Você escuta os sussurros abafados.

- Dá para acreditar que alguém tentou matar três chefes em uma noite? Quem teria essa coragem?

- Bem, se tiver sido aquela garotinha ali, aparentemente ela é ruim da cabeça.

- Sabe o que mais eu ouvi? Aparentemente, Tony ainda está vivo. Graças a Deus.

- O restaurante está cheio de policiais. Nenhuma arma do crime foi encontrada ainda.

Nico fica olhando para você enquanto fala com os outros associados Toscani. Depois de mais alguns minutos conversando com os outros, Nico se aproxima do seu canto novamente. Ele aponta para sua roupa: o vestido punk, as botas, o vislumbre de uma tatuagem.