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Yasmin 🌺

Me joguei no chão ao lado do Renan e do Lohan, que pareciam ter tinta até no cabelo.

Já ia dar três da tarde e nós tínhamos terminado a segunda mão de tinta branca no teto a segundos atrás.

- Bora comer?. - perguntei a eles.

- Nós vai ter que sair pra comprar?, tô morrendo de calor, andar nesse sol é até pecado!. - O Renan reclamou.

- Bora pedir a alguma lanchonete do morro,  motoboy tá aí pra isso!.

- Aproveita e pede uma maconha no delivery da boca!. - O Renan cutucou o Lohan e os dois começaram a rir e se bater.

Dois drogados.

- Na minha loja não entra esse tipo de coisa!. - me levantei limpando meu short - Levantem daí e vão lá buscar a comida!.

- E a gatona não vai não é?. - O Lohan questionou.

- Quem que vai pagar?.

- nós vamos comprar açaí com o troco!. - O Renan propôs se levantando do chão e ajudando o Lohan a se levantar - e na sua moto também.

- Porra!, tá querendo demais já!.

- É pegar ou largar, tá comigo tá com Deus, tem caô não!. - O Lohan disse, batendo no peito -

Eu respirei fundo pensando nas inúmeras possibilidades deles destruírem minha moto, mas eu estava na maior preguiça de sair daqui, então caso eu não aceitasse essas condições que eles estavam dando, eles iriam encher meu saco.

- Tá bom, vão lá!. - peguei a chave e o cartão que estavam na bolsa e entreguei na mão do Lohan - Se vocês chegarem aqui e tiver acontecido qualquer coisa, cês tão fundidos.

- Para de jogar praga, galinha!. - Renan disse, tomando a chave da mão do Lohan - Vambora antes que ela mude de idéia!.

Ele correram e saíram pela porta de vidro, fechando ela logo em seguida.

Eu fiquei alí, jogada no chão feito uma morta viva.

Ouvi o barulho da porta abrindo, mas não me toquei em olhar.

- O que que houve, esqueceram o dinheiro?, eu me lembro bem de ter entregue o cartão na mão de vocês!.

- Se fosse alguém querendo te matar, você já estava morta.

Levantei a cabeça para olhar o dono daquela voz e assim que eu vi me levantei na velocidade da luz.

- Dl que que você está fazendo aqui?. - perguntei indo até ele - pô cara em plena a luz do dia não dá né, vão pensar o quê da gente?.

- Que somos dois amigos?. - ele disse olhando em volta - Até que tá ficando maneirinho hein.

- não corta o assunto, seus irmãos Jajá tão chegando aí e você sabe o quê vai acontecer caso eles te verem aqui!.

- Tá bom, Yasmin, relaxa aí, só vim dar uma olhadinha em como tá ficando, tu tá ligada que o pessoal do morro tá tudo falando né?.

- Como assim, falando do que?.

- Que tu tá levantando uma loja e que não sabem dá onde tu tá arrumando dinheiro pra isso. Tão dizendo até que tu tá se envolvendo com um dos moleques.

Eu ri alto, mas não por achar engraçado e sim por perceber o quanto o povo desse morro e fofoqueiro e sem noção.

- Aí tu veio aqui vê se eu não tô me aproveitando dos seus irmãos?.

- Não, eu só vim aqui porque eu sabia que você estava sozinha. - finalmente ele me olhou, mas eu preferia que ele não tivesse olhado -

Por quais motivos ele viria, sabendo que eu estou sozinha?.

- Seja mais claro, Dl.

Ele veio se aproximando, ficando frente a frente comigo.

- Porra Yasmin, não paro de pensar em tu, papo reto mesmo!. - ele disse esfregando a mão na garganta.

- Dl a gente não pode, eu não vou negar que  a noite passada foi boa demais, mas a gente não pode ficar se encontrando assim não mano, a gente nem tem nada!.

- A gente não tem por quê você não quer!. - ele disse, com o tom de voz mais rígido.

- As coisas não são assim, a gente mal se conhecesse, fora que tem várias questões também.

- Então nós vai começar a se conhecer, não tem problema - ele falou, dando um sorriso filho da puta.

- Some daqui Dl, mais tarde a gente se vê!. - Falei empurrando ele para a saída.

Por um segundo ele parou e me olhou.

- Tu tá querendo dizer o que você isso?.

- entenda como quiser!.

Abri a porta e apontei pra fora.

- Vai logo Dl, tu tá querendo me foder né?, aparecendo por aqui do nada.

- Querer eu quero mesmo, mas não dessa forma que tu insinuou!. - ele disse passando pela porta - Até mais tarde, Yás!.

- Filho da puta!. - Esbravejei, prendendo o Cabelo em um coque frouxo.

Do nada bateu um calor.

Em segundos ele já estava do outro lado da rua e eu pude ver ele pegando uma arma com o Pl e colocando a mesma pendurada nas costas.

O foda foi que o Pl ficou olhando pra cá , parecia que sabia exatamente o que ele tinha vindo fazer aqui, mas eu não vou ficar batendo cabeça com isso não, eu não fui atrás de ninguém em nenhum momento.

Fiquei jogada no chão da loja, pensando no convite que eu havia feito ao Dl, O arrependimento já havia batido, porquê agora ele iria na minha casa na minha casa na intenção de fazer algo.

Mas eu não vou fazer nada que eu não queira, tem caô não!.

Passou uns vinte minutos até os meninos voltarem com QUATRO sacolas.

Duas delas tinha salgados e refrigerante dentro e as outras duas tinha açaí de 1 litro pra cada.

- Me faliram né?. - perguntei fazendo uma falsa cara de choro.

- Que nada pô, nós é cria daqui, pra nós o bagulho tem que sair mais barato!. - O Lohan falou abrindo as sacolas.

Nós nós sentamos no chão e começamos a comer.

- Porrã, tô cheião!. - O Renan Falou batendo na barriga.

- Papo reto, tô afim de tirar um cochilo!.

- O horário de almoço de vocês já acabou!. - me levantei e fui em direção ao rolo - bora logo, a gente tem que terminar isso hoje ainda!.

- Escravidão já acabou faz anos hein, quero vê se nós vai poder pegar roupa de graça aqui!.

- ahh se manquem né!.

Predestinados - MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora