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samuel oliveira,
jogo da copa do mundo
13:47

(. . .)

Sarah Batista é a garota dos meus sonhos.
Podemos desconsiderar o fato de que ela não me suporta e o máximo de contato pacífico que temos são cumprimentos, mas eu sei que, algum dia, ela será a mulher da minha vida, a nora da minha mãe, e a minha esposa. Bom, pelo menos eu estou pronto para ser dela.

Ou talvez eu apenas esteja viajando.

Eu não consigo entender como um ser humano consegue ter um sorriso tão maravilhoso e contagioso quanto o dela. Sempre que eu a observo sorrir ou ao menos ouço sua risada, parece sinto uma vontade irreversível de lhe dar um sorriso, por mínimo que seja.

É uma pena que quando eu esteja por perto o único sorriso que ela demonstra é maldoso ou presunçoso.

Nós dois nos conhecemos em uma festa de aniversário da Tia Luciene, ela é melhor amiga da minha mãe e a tia materna de Sarah. Nós tínhamos onze anos, e foi ela quem me convidou para jogar uno com suas primas.

Sarah me fez comprar quatro cartas e duas o tempo todo, mas sinceramente eu nunca fiquei tão feliz em fazer isso, até porque eu faria de novo.

Ela é alegre, simpática com a maior parte das pessoas (exceto eu), falante porém ao mesmo tempo misteriosa. Esse é o fato interessante sobre Sarah Batista. Eu tenho uma vontade imensa de bater um papo extenso e longo com ela sobre literalmente qualquer coisa, e descobrir algum segredo seu.

O problema foi que nesse mesmo dia que nos conhecemos ela já começou a me odiar. Até hoje em dia, eu não entendo muito bem o motivo. Eu sei que naquele dia não fiz nenhuma merda.

Nos outros talvez eu tenha feito. Porque devido a todo ódio que ela demonstra eu comecei a provoca-la com brincadeiras estúpidas. Isso auxiliou para que ela criasse ainda mais raiva de minha pessoa.

Hoje em dia eu não a irrito tanto. Só quando ela mexe comigo (sempre).

Mas eu continuo sendo um iludido que é apaixonado por Sarah Batista mesmo sendo odiado por a garota em trinta idiomas diferentes.

─Escuta aqui, desempregado.─ Escuto Arthur chamar a minha atenção de uma maneira muito delicada. ─Se você, agora, nesse momento, tá pensando na menina, eu juro que eu vou arrastar ela aqui a força pra vocês conversarem.─ Diz enquanto toma um gole de fanta laranja do seu copo de plástico rasgado nas bordas.

─Você não vai fazer isso, seu infeliz. E eu não tô pensando nela. Talvez só um pouco.─ Respondo passando a mão pelo meu cabelo, eu havia o lavado hoje, e a Ana Luiza (minha irmã mais velha) quis finalizar para mim, ela sempre faz isso quando consegue, então os meus cachinhos estão definidos. Fico satisfeito quando isso acontece.

Mas ela não veio hoje porque estava muito ocupada com coisas da faculdade.

─Porra, você tem que tomar uma iniciativa! Não dá pra ficar seis anos babando na Sarah e esperando que ela magicamente se apaixone.─ Arthur retruca, claramente irritado, meu melhor amigo nunca foi muito paciente de qualquer jeito. O garoto continua a reclamar com os braços cruzados contra o peito quando vejo Isabela, a prima de dez anos da Sarah, passar por nós. Consigo ter consciência de que ela escutou todas essas besteiras que Arthur está falando, ao sentir seu sorriso presunçoso no rosto. Merda.

─Continua a gritar para você ver como o meu pé fica lindo dando um chute no seu saco.─ Resmungo empurrando seu ombro e indicando para onde ele deve olhar.

Atrás de Arthur, estava Sarah, sentada em uma cadeira (meio capenga) de plástico, um shorts jeans desfiado, chinelo branco, e uma camiseta branca com detalhes azuis do Brasil, parecida com a minha.
Seus cabelos caíam perfeitamente sobre seus ombros e ela estava usando o seu colar de sempre. Um dia, eu ainda perguntarei o significado para Sarah. Quando formos mais próximos. Seu irmão mais novo de três anos, Gustavo a abraça, pedindo por carinho.

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