sarah batista,pós jogo da copa
18:12
(. . .)Quando eu tinha onze anos eu sofri a minha primeira desilusão amorosa. Eu não fiquei apaixonada pelo garoto era apenas uma quedinha mas, de qualquer jeito ele acabou destroçando o meu coração em pedaços quando disse que ninguém nunca amaria uma garota como eu, com essas palavras exatamente.
Palavras que foram guardadas na minha mente e trancadas com uma chave que eu acabei perdendo.
Hoje em dia, esse mesmo garoto que disse isso, pede igual um cachorrinho sem dono para ficar comigo. E eu rio da cara dele.
Pois é, as coisas mudam.De qualquer jeito, a frase dele foi um tanto quanto traumatizante para mim ao ponto de, a minha eu de onze anos de idade prometer a si mesma que nunca se apaixonaria.
E eu cumpro essa promessa até os dias de hoje. Ao menos tento.
Eu levo essa filosofia de se envolver sem sentimento, beijo alguns garotos e já beijei duas garotas e depois os esqueço, e faço questão que me esqueçam para que desse jeito ninguém se machuque.
Normalmente funciona. Com algumas exceções de pessoas que criaram sentimentos, mas eu sempre resolvo tudo.
Eu vivo tranquilamente, relacionamentos não são tudo nessa vida, não consertam tudo, às vezes pioram. Então eu aproveito com a minha família, meus amigos, meu irmão mais novo cujo eu daria a vida por ele, meu porto seguro e os momentos importantes.
Além disso, eu sigo a regra dos sete b's: books before boys because boys bring babies.
(tradução: livros antes de garotos porque garotos trazem bebês.)Livros são o caminho para fugir da realidade. Eu sinto que tenho o poder de vivenciar tudo apenas passando os olhos pelas palavras que formam singelas frases e tudo se torna muito mágico.
Eu amo ler.Enfim, voltando a minha vida desastrosa.
Podemos dizer que parte de mim é intocável. Eu não me apaixono, sigo regras importantes e continuo cumprindo minha promessa.
E estou feliz assim. Inclusive acredito que estou mais feliz do que estaria se estivesse em um relacionamento com alguém.
Hoje acabei de assistir ao jogo mais lindo do Brasil da copa até então, contra a Coréia do Sul, ganhamos de quatro a um e eu gritei tanto que sinto minha garganta arder.
─Mano, você tá parecendo um pimentão!─ Ouço Samuel dizer, depois que eu termino de abraçar meu irmão quando o jogo termina e o Brasil é vitorioso. Eu fico muito vermelha quando estou animada ou nervosa, são detalhes singelos sobre mim que ninguém repara. Mas ele reparou.
Não sei por que.
Samuel é um garoto divertido (segundo sua mãe.)
Eu sempre o noto nos lugares que estamos, escuto as histórias que tia conta sobre ele. E eu não consigo gostar desse garoto.Me lembro do dia que nos conhecemos, eu o achei bonitinho mas não me esqueci da minha promessa (na época eu levava muito mais a sério do que hoje em dia) e apenas o chamei para jogar uno.
Ele é o típico garoto engraçado, que não é muito extrovertido e nem introvertido, que eu imagino ser do tipo que pode bater papo sobre tudo com você e educado.
Eu acho que comecei a odia-lo quando percebi que estava gostando demais dele. Então, como eu deveria cumprir a minha promessa, anotei em uma folha papel tudo que eu não gostava sobre Samuel Oliveira.
VOCÊ ESTÁ LENDO
our summer ✷
Romanceonde ele é apaixonado por ela a cinco anos. & onde ela nunca se apaixonou, e odeia ele. (ou talvez não) ── e eles tem apenas um verão para descobrir tudo isso. ♡