Entrego-lhe Minha Alma: Um Presente Para O Diabo ღ 4halo

CAPÍTULO 01 | O sangue escorre de minhas mãos

"Oh! Senhor, todo poderoso, rogo-lhe que acabe com minha vida, que dê um fim a este sofrimento. E se minhas orações não forem atendidas, reze que para o inferno seja uma boa prisão." —

[20 anos depois]

Forever sorriu animado e passou o braço por cima dos ombros de Pac. Este tropeçou um pouco e olhou assustado para o loiro. O sorriso animado foi substituído por um malicioso, e Forever sussurrou no ouvido de Pac.

— O Fit tá bonito hoje, né? — apontou para o homem que estava do outro lado do campos.

— S-sim, ele é sempre bonito! — Pac respondeu no automático, e o sorriso no rosto de Forever cresceu ainda mais ao perceber as bochechas do outro corar, — Quer dizer...

— Moço, você devia chamar logo ele pra sair! — Forever puxou Pac para mais perto e deu um tapinha em seu peito, — Ele tá tão na sua!

Pac revirou os olhos: — Forever, não inventa. Ele só é gentil e...

— E come na palma da sua mão, Pac. — uma voz interrompeu os dois, e ambos olharam para trás, dando de cara com um cabelo rosa. — E aí, Forever?

— Mike! — Forever o cumprimentou com a mão livre e o puxou para apoiar o outro braço em seu ombro. — Concordo com você, não sei se viu, mas quase fui fuzilado agorinha a pouco pelo Fit.

Mike sorriu e olhou para Pac, que puxou o capuz do moletom azul para esconder o rosto, então seus olhos viajaram para uma careca lisinha, que vez ou outra olhava na direção dos três.

— Forever aposta quanto que o Fit não aguenta um mês de ciúmes?

Pac riu indignado, — Que história é essa?

— 100 conto. Duas semanas!

Pac suspirou e olhou para Fit. Era verdade que o homem era bonito e fazia totalmente o seu tipo. Também era verdade que Pac tinha uma queda por ele, mas não tinha coragem de tentar alguma coisa e estragar a relação que os dois tinham.

No fundo ele sabia que Fit não tratava qualquer um da mesma maneira que o tratava.

— Fechado! — Pac disse, ele se soltou de Forever e ficou na frente dos dois, que lhe encararam confusos. — Uma semana, e eu quero meu dinheiro.

Dizendo isso, o moreno se virou e andou em direção ao Fit. Forever e Mike ficaram parados, olhando para o jovem de moletom azul se aproximando de um careca, que ao perceber sua presença, abriu um sorriso bobo e deixou qualquer coisa que estava fazendo para dá-lo atenção.

— Merda... — Forever cruzou os braços.

— Uhun... parece que perdemos.

Forever grunhiu baixinho. Ele não devia ter subestimado Cellbit, entre os cinco, ele era o mais provável de ganhar a maldita aposta. Não à toa, o mesmo estava estudando para ser um detetive.

— Na real, não devíamos ter concordado... — Forever deu um tapinha no ombro de Mike e abriu um sorriso, — Mas vai ser divertido! Te vejo de noite Mike. E trás o Pac, vou avisar o Cellbit e o Felps, vamos fazer isso na minha casa.

Se despedindo de Mike, Forever correu para o banheiro. Quando chegou lá e viu que estava vazio, suspirou aliviado.

Era a primeira interação do dia e ele já se sentia cansado. Suas bochechas estavam doendo pelo esforço e ele mal sorriu. Forever parou em frente ao espelho e se encarou, ele forçou um sorriso e fitou a fileira de dentes brancos, a barba rala ao redor do queixo, o cabelo longo e loiro.

Ele piscou e desviou o olhar. Aquilo não era ele.

A cada dia que passava era mais difícil manter um sorriso no rosto. Era mais difícil fingir que estava tudo bem, mostrar que estava triste com alguma coisa ou com raiva. A verdade era que Forever estava cansado de atuar o tempo inteiro, cansado de programar uma personalidade, de criar um personagem que ele deveria ser.