Escolhida pelo mafioso

07

Estava mais que nítido que esses mafiosos não enxergavam as mulheres como pessoas, e sim como objetos.

Eu engoli o seco após ouvir as palavras de Dominic sobre seu primo.

Ele me encarou e eu olhei para baixo, fazendo com que minha vergonha e medo ficassem escondidos.

Mas se eu aceitaria esse contrato teria de ser com as minhas regras, eu não poderia simplesmente me entregar sem condições. Eu sabia que de qualquer forma eu não teria mais vida, ele estava me oferecendo a opção de aceitar e de não aceitar, mas todos nós sabíamos muito bem o que aconteceria se eu não aceitasse.

Mas eu não permitirei que ele me use. Não deixarei que ele me destrua.

Olho ao redor daquela sala de escritório e a casa parecia ter câmeras por todo lado. Eu literalmente não teria por onde e nem como fugir.

- Então, voltando ao assunto, você disse sim para o meu acordo? - ele disse.

- Sim porém eu tenho algumas condições. Já que será benéfico pros dois, eu só quero que este um ano passe, e sair viva daqui.

- Você está impondo condições para um chefe da máfia senhorita Walker? Ou você é corajosa ou deseja morrer.

- Não estamos negociando? Só estou te falando as minhas condições.-falei.

Ele riu alto, como se algo que eu tivesse dito fosse engraçado ou sarcástico. Enfim resolvi ignorar a sua piadinha e continua a prosseguir.

- Se realmente eu aceitar este contrato, pois eu já vi que não tenho muitas opções. Não poderá haver nada de toques desnecessários, nada de sexo, somente fingiremos que somos um casal na frente dos outros.

- Isso não será um problema,não quero sexo com você, tenho várias que matariam para estar ao meu lado, querida.

Encarei bem os olhos dele, como esse cara era asqueroso.

- Então se você concordar com os meus termos, posso aceitar este contrato.-suspirei.

- Sábia decisão Sophia. Amanhã mesmo você assinará o contrato,agora você é a minha noiva. Mas... Por que está propondo essas condições? Seria dificil para você ficar tão proxima a mim e não me beijar? " ele aproxima seu rosto do meu e exibe um sorrisinho.

A tensão é nitida.

"Eu.. , não sabia o que dizer então fiquei calada.

Naquele momento, tudo o que eu desejava era ser qualquer coisa neste mundo, menos a noiva daquele homem. Meu peito doía com a intensidade dos acontecimentos, eu não tinha absolutamente nada, nem ninguém para me ajudar ou socorrer. Nem mesmo um celular estava ao meu alcance, pois tinha deixado todos os meus pertences para trás naquele lugar. Provavelmente já os haviam descartado. O que eu tinha lá se resumia a algumas mudas de roupas e documentos nos quais não constava sequer a minha filiação. Eu me sentia quase como uma indigente.

Qual era o propósito de tudo isso? Colocar uma criança no mundo apenas para depois abandoná-la em um lugar sujo, onde, se ela cometesse um erro, seria brutalmente punida? Assim era o orfanato onde cresci, e constantemente era assombrada por pesadelos. Havia algumas pessoas boas, como a moça que me acolheu, mas a maioria era cruel, tratava-nos como o lixo que a sociedade preferia esconder. E quando éramos considerados "lixo" o suficiente, éramos jogados na rua.

Já havia passado fome, frio e enfrentado inúmeras adversidades que preferia manter escondidas em minha mente melancólica. E agora, o destino me reservava a oportunidade de conhecer um mafioso psicopata que desejava se casar comigo. Eu pensava nisso a cada segundo.