Capítulo 9

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Batendo a porta atrás de si, Draco encolheu os ombros para fora do casaco e o colocou sobre o encosto da poltrona. Ele girou o pescoço de um lado para o outro, reprimindo o impulso de reagir de maneira afetada a um pequeno beijo.

Bem, ele pensou com um ar de superioridade, tinham sido várias instâncias que se seguiram de perto, uma após a outra. Isso era algo. Granger ainda não conseguia manter as mãos longe dele, e isso era um alívio. A pressão que o estava incomodando desde que ela aceitara a ideia de um encontro felizmente havia desaparecido.

Pelo menos por algumas horas, tudo estava do jeito que sempre deveria ter sido. Hermione riu de algo que ele disse e que realmente não era tão engraçado, enquanto engolia goles vorazes de vinho, com os olhos quase fechados.

Era perturbador saber que essa era a vida que eles teriam vivido se tivessem saído incólumes da guerra, mas o pensamento incômodo de como isso não tinha acontecido voltou – e alguém era o culpado.

"Vai sorrir como um bobo pelo resto da noite?" A voz de Potter soou baixa e divertida vindo da lareira.

Meio que esperando que seu parceiro estivesse deitado em sua cozinha – Potter iria onde houvesse comida para ser surrupiada – a cabeça de Draco se virou.

Pairando na lareira estava Harry, seus óculos tortos e seu cabelo tão bagunçado quanto sempre. "Do que você está tão feliz?"

Draco arqueou uma sobrancelha pálida, desinteressado em oferecer detalhes imediatamente. "Você perdeu sua escova de novo? Você parece um esfregão."

Harry revirou os olhos. "Sim, Malfoy, eu perdi minha escova no meio de todos os seus produtos capilares malditos. Sinceramente, por que você precisa de tantos?"

Draco realmente não tinha tantos produtos, mas Potter era um chato insistente e sempre trazia esse assunto à tona – especialmente na frente de qualquer pessoa que se divertisse com isso. "Some daqui."

"Eu deveria fazer um mapa. Se você passou da torre inclinada de produtos capilares masculinos, você foi longe demais..."

"Isso se chama gel de cabelo, seu tonto."

"Você está me chamando de tonto? Draco, odeio te desapontar, mas..."

Draco fez uma careta. "Eu vou alcançar através dessa lareira e..."

Sentando-se no chão, com as pernas cruzadas, Harry se inclinou para a frente. "Agora que preenchemos nossa cota diária de zombarias, que tal você me dizer do que está tão feliz?"

Ajoelhando-se, Draco sentou-se na frente da lareira, olhando para trás para se certificar de que não estava visível da janela. "Levei a Granger para jantar."

"É mesmo?" Potter sorriu. "Você não a levou para almoçar logo depois de chegar, também? E jantou com eles algumas vezes, não foi?"

"Pelo amor de Merlin, você está me vigiando?" Draco respondeu irritado. A última vez que ele havia falado com seu parceiro havia sido pessoalmente, após a reunião desastrosa com seus pais. "Robards te mandou fazer isso?"

Harry balançou a cabeça. "Vamos lá, você tinha que saber que eu ia ficar de olho em você. Eu sou curioso, com certeza, mas isso é mais sobre vigilância; em parte, por seu bem, mas principalmente por Hermione e Scorpius."

Fazia sentido o suficiente, mas o fato de Potter facilmente saber de tudo o que estava acontecendo não lhe agradava. Ele havia beijado Hermione até que ela se agarrasse a ele e emitisse sons doces e pequenos que ele imaginava há anos. Ninguém mais precisava saber disso.

"Robards quer que coloquem proteções mágicas na casa dela."

Draco acenou com a mão. "Já fiz isso, e elas já foram úteis. Ela colocou fogo no fogão, quase me deu um derrame. E nem foi a primeira vez. Pode imaginar?"

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