Capítulo 45

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Point Of Views- Kara Danvers

Outubro.

Um mês se passou e mesmo que tenha se passado rápido demais, muitas coisas aconteceram nesse meio tempo. Eu e Lena fizemos um mês de namoro. Eu a levei em um piquenique a tarde, junto com os gêmeos para passarmos um tempo juntas e consequentemente ela ficar um pouco com os sobrinhos também, a noite fiz um jantar para nós duas em meu apartamento e passamos o resto da noite e um pedaço da madrugada apenas aproveitando a companhia uma da outra, tomando vinho e namorando na varanda. A alguns dias atrás aconteceu o tão esperado evento de artes beneficente que minha namorada foi convidada para participar e me levou junto como acompanhante.

Flashback on

-Não vai me falar mesmo qual é a tal surpresa? - Perguntei em seu ouvido pela milésima vez e Lena olhou com tédio por breves segundos antes de voltar a atenção para o jovem rapaz que explicava com orgulho o seu trabalho e negou com a cabeça pela milésima vez.-Não é justo, eu sou muito curiosa.

- Você já vai ver, kee-kee. - Ela sussurrou de volta e sorriu, batendo palmas quando o carinha agradeceu a presença de todos. Lena entrelacou seus dedos nos meus e me guiou para a próxima sala, onde uma mulher de uns 40 e poucos anos aguardava sorridente em frente a porta com seu nome. - Preciso que você fique aqui por alguns minutos.

- O que? Onde você vai? – Perguntei em desespero quando ela soltou minha mão e me deu um beijo na bochecha.

- Lena, você vai me deixar aqui sozinha?! Você sabe que eu não entendo nada de artes.

-Apenas sorria e bata palmas quando ela acabar. - Neguei com a cabeça arregalando os olhos quando ela começou a me empurrar para dentro da sala junto com as pessoas. Lena riu  e pegou minha mão, beijando a palma tentando me acalmar. - A próxima sala será a minha, preciso ver se está tudo ok e me preparar, te vejo em poucos minutos.

Fiz um biquinho e assenti. Beijei seus lábios e a observei se afastar por alguns segundos antes de entrar na sala. Fiquei ali por quase meia hora, meio isolada no cantinho com uma taça de champanhe e comendo todos os aperitivos que o garçom me oferecia quando passava por mim. Quando, finalmente, a mulher parou de falar sobre os significados de suas obras que não faziam sentido para mim mas que os outros ficaram maravilhados, eu seguí para a próxima sala que de acordo com a Lena era a dela. E diferente das outras pessoas, minha namorada não aguardava em frente a porta com o seu nome. Franzi o cenho e segui a pequena multidão de mais de 100 pessoas para dentro, ouvindo alguns burburinhos de pessoas que já conseguiam ver as obras. Consegui chegar até o centro e senti alguns olhares em mim, encolhi os ombros e corei mas, quando levantei a vista perdi o fôlego.

Haviam muitas pinturas dos nossos amigos e familiares. Havia quadros da Alex sozinha, com os gêmeos e com a Samanta. Quadros dos gêmeos juntos e sozinhos, sorrindo e distraídos enquanto brincavam. Havia Samanta, o Kevin com o Isaque e ambos sozinhos em quadros coloridos. Pude perceber que também tinha um ou dous quadros da Minerva, sorri para isso. Era óbvio o quanto a asiática foi importante na vida da Lena.

Ofeguei e encarei a minha namorada que sorria largo parada em frente a um enorme quadro. E quando eu digo enorme, era enorme mesmo. Era eu ali. Eu estava séria, meus cabelos estavam com dreads e eu segurava uma cobra envolta em meus pescoço. Acho que por isso atraiu tantos olhares para mim na sala. [N.A: Mídia]

-Eu nunca fui boa em ter uma família de verdade. Eu não tive uma infância e uma adolescência fácil, perdi o meu querido irmão em uma tragédia a alguns anos atrás e me afundei em uma depressão profunda.- Lena começou a falar em voz alta e um pouco embargada. Sorrir para ela que me olhou preocupada algum tipo de apoio e eu apenas a sentir com a cabeça a fazer respirar fundo.- Meu irmão era minha luz, o meu porto seguro, meu melhor amigo e quando ele se foi eu perdi uma parte de mim e jamais será recuperada novamente. Foram mesmo de sofrimentos e quando eu pensei em desistir de tudo, foram eles me salvaram.- Apontou para as pinturas de Sam, Alex e Lucas e River.- Foram  em todas essas pessoas que eu pude finalmente compreender o verdadeiro significado da palavra família. Foram nessas pessoas que eu encontrei um lar e fiz deles a minha casa principalmente, nessa pessoa aqui.- Lena se virou e apontou para o meu quadro. Senti vários olhares  em mim direção e encolhi  os ombros, sentindo minha bochecha corarem. Lena virou-de novamente e me procurou com os olhos, me fitando intensamente.- Kara Danvers, o Amor da minha vida. Foi ela que me convenceu de que eu posso ser feliz e amando novamente foi ela que me mostrou que nem tudo estava perdido e que eu ainda tinha uma vida inteira pela frente e, tomara, que seja ao lado dela. – Lena deu uma risadinha e molhou os lábios, olhando em meus olhos. – Foi em você, meu amor, que eu fiz a minha casa e não pretendo sair tão cedo.

All Again Supercop (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora