꧁𝑪𝒉𝒐𝒊𝒄𝒆𝒔 𝒂𝒏𝒅 𝒘𝒂𝒊𝒗𝒆𝒓𝒔꧂

♡ Capítulo 54 ♡

- É o seu pai, Emily?- pergunta Miguel, receoso.

- S-sim. Mas por que ele está assim?- indago, começando a me desesperar.

Finalmente, meu pai se livra dos guardas e entra em disparada no restaurante. Ele procura, procura e quando me vê, fica mais furioso do que já estava.

- EMILY!- ele berra, correndo até mim- Vamos embora! AGORA!- ele pega no meu braço com força fazendo a cadeira em que eu estava sentada cair, enquanto ele me arrastava até a saída.

- Me larga! O que foi que eu te fiz?- berro, com lágrimas quentes escorrendo em meu rosto, sentido que todos estavam com os olhos pregados em mim.

- O que foi que você me fez?- ele grita, largando-me- Olha o que eu recebi hoje da escola!- e ele joga o papel em mim- Caso você tire mais uma nota baixa, você repetirá de ano! E tudo por causa desses seus amigos má influência!

- C-como assim?- pergunto, olhando para o papel. 

Era verdade. O meu boletim estava todo vermelho, já que não fazia mais quase nada na aula. Meus pensamentos corriam entre Miguel e Mason, na hora das aulas e fora delas. Eu nem sabia disso, de verdade. Eu achava que continuava a mesma de sempre em relação aos estudos. Afinal, sempre fui uma aluna excelente. 

- Para de se fazer de tonta!- ele continua gritando- Por culpa deles você vai repetir de ano! Eu pago escola particular para que? Eu me mato no trabalho para que? Para você ser um zé ninguém e tudo que eu fiz por você ter ido em vão? Nunca, eu não vou deixar!- e ele, estressado como eu nunca havia visto abre a bolsa na maior raiva e pega um passaporte e uma passagem.

- O que é isso?...- pergunto, passando as mãos nos olhos para eles conseguirem focar- Não, não.... você não vai fazer isso!

- Você é menor de idade e não sabe o que está fazendo da sua vida!- ele grita- Você irá embarcar amanhã para outro estado e não tem nada nesse mundo que faça me mudar de ideia!- e ele pega em meu braço com força, me levando para fora do estabelecimento, enquanto eu esperneava tentando me soltar.

- Não, por favor!- e chorava- Miguel me ajuda, pelo Amor de Deus!

- Larga ela!- e ele corre até nós, segurando meu outro braço- Você não pode mandar na vida dela desse jeito! Ela não é um brinquedo para que você faça o que bem quiser com ela!

- Quem é você para me dizer isso?- e ele para de andar, mas ainda com as mãos cravadas em meu braço- Você é apenas uma pessoa má influência que mexeu com a cabeça e coração da minha filha! Mas isso nunca mais vai acontecer, afinal vocês nunca mais vão se encontrar de novo! Vocês terão de passar por cima de meu cadáver!- ele empurra Miguel com força, que cai no chão e em seguida, me pega no colo e vai me arrastando até a saída, enquanto eu continuo tentando fazê-lo me soltar e gritando:

" Miguel... por favor, alguém..."

Quando Miguel conseguiu se levantar já era tarde demais: os seguranças haviam o pego e levado para outro lado do restaurante, para não deixar que algo pior acontecesse. Mas, o que de pior poderia acontecer? A minha vida estava um desastre! Meu pai me colocou no banco de trás e dirigindo, continuou me dando um sermão, mas eu nem ouvia mais. A única coisa que passava na minha cabeça era: eu nunca mais iria ver eles. Eu nunca mais iria ver ele. Eu não poderia deixar que meu pai fizesse isso comigo! Mas o que eu poderia fazer? Eu ainda sou menor de idade e nem se eu conseguisse fugir de alguma maneira, como eu me sustentaria? Acho que dessa vez, eu perdi a batalha e a guerra.