Cova

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30 de Outubro

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30 de Outubro

-- Sem gracinha, você ainda é uma prisioneira -- Aaron diz puxando meu braço e indo em direção a cerimônia

-- Não precisa ficar me lembrando disso o tempo inteiro -- Reviro os olhos

-- Vou deixar que se divirta um pouco -- Aaron segura em meu rosto -- Não beba muito e eu sei de cada lugar que você vai

Me viro e saio andando no meio das pessoas, pego minha bebida e bebo sentindo o líquido ardendo, descer em minha garganta.

-- Você é bem bonita -- Um garoto se aproxima de mim

-- Obrigado -- Devolvo o sorriso

-- Está sozinha? -- Ele pergunta me olhando de cima a baixo

-- Estou com um amigo -- Até então eu e o Aaron não tínhamos nenhum relacionamento oficial

-- Quer sair daqui? -- Ele pergunta

-- Não posso ir para muito longe -- O garoto segura em minha mão

-- Não iremos, me chamo Bento

-- Dolly, prazer em conhece-lo

Saímos de mãos dadas e seguimos para um canto onde não tinha tanta gente. Depois de alguns minutos bebendo, já estava completamente zonza. Bento agarra meus lábios e me senta em seu colo, retribuo o beijo, mas logo depois sou empurrada.

-- Você não consegue me obedecer né? -- Aaron olhava para mim com um misto de raiva no rosto

-- Ah, merda. Eu não sabia cara -- Bento diz quase gaguejando

Aaron agarra o garoto pelo cabelo e lhe dá um soco.

-- Eu vou arrancar seu coração -- Ele diz segurando a camisa de Bento

-- Ele não tem culpa, solta ele -- Tento chamar a atenção de Aaron

Tarde demais, Aaron crava um machado no meio do peito de Bento.  O sangue respinga por tudo, salpicando a noite com manchas carmesim. Respinga por todo o meu rosto e eu, enfim, respiro, a urgência se desfazendo dentro de mim. O corpo do garoto cai  de olhos arregalados, morto.
Quando Aaron se vira ele tinha um coração na mão.

Aaron larga o coração no chão e usa a mão ensanguentada para meu braço e me arrastar para fora dali.   Seu rosto está respingando sangue. Sinto um frio na barriga ao vê-lo coberto de carnificina.

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