Puxar o gatilho

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É como se você visse uma cópia fiel de você, como se estivesse voltado a ser criança

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É como se você visse uma cópia fiel de você, como se estivesse voltado a ser criança. Um pequeno sorriso podendo mudar completamente tudo, uma palavra que aquece seu coração. Nunca me imaginei sendo pai, não aprendi da maneira certa a dá amor, a ser carinhoso... Aprendi só jeito doloroso. Ver o sorriso da minha menina, é como se todos os problemas do mundo não existissem. Por muito tempo eu vive sem medo de morrer, hoje eu vivo por ela e com medo de morrer. Medo de deixar ela em um mundo cruel e sozinha. Ensinarei a minha filha não ter medo de nada.

Fico encarando o desgraçado do John na minha frente, ficamos em uma guerra de olhar, minha vontade era de rasgar a garganta dele.

-- Quanto tempo -- Ele se pronúncia -- É a primeira vez que vejo seu rosto

-- Como está os dentes? Lembro de ter quebrado alguns -- Debocho

-- E eu lembro de ter roubado sua mulher -- Cerro os punhos com força, tentando controlar a raiva

-- Aqui não é hora e nem momento para falar disso, tem uma criança na mesa -- Falo com a voz mais calma que consigo -- Se quiser, a gente pode resolver isso depois

-- A gente pode ir comer? Tô com fome -- Noah diz alisando a barriga

-- Vamos -- Seguro na mão dela

-- Vem comigo Noah -- John chama ela -- Vai sentar perto do papai

-- Mas eu queria ficar perto do papai Aaron, ele falou que é meu papai -- Ela faz bico

-- Não força a barra -- Dolly finalmente abre o bico

-- Se quiser ir ficar com ele, pode ir -- Falo carinhosamente com Noah

-- Não vai ficar chateado?

-- Não! Você tem direito a escolher o que quiser -- Beijo a testa dela

O jantar demora um século para acabar, a tensão estava no meio de todos nós. Tinha tanta vontade de estrangular o John, mas não iria fazer uma cena na frente da minha filha, não mesmo.

-- Vou por a Noah para dormir -- Dolly carrega a Noah que estava quase dormindo na mesa -- Eu peço por favor que não se matem, façam isso por ela

-- Pode ficar tranquila -- John diz

Em nenhum momento a gente parou de se encarar, era evidente a vontade de matar um ao outro.

-- Você voltou, né? -- John diz cortando o silêncio

-- Não, ainda estou fugindo -- Debocho

-- E se a polícia ficar sabendo que você voltou? Eu poderia fazer esse bem pela sociedade

-- Você não faz isso por que sabe que não vai ver o amanhecer do dia seguinte, antes mesmo de me denunciar, sua cabeça vai está em uma estaca

-- Está me ameaçando? Dentro da minha própria casa? -- John se faz de ofendido

-- Não é uma ameaça, é uma promessa -- Sorrio -- E não tô nem ai se essa é sua casa

-- Você é muito arrogante -- Cruzo meus braços

-- Anda batendo na Dolly? -- Pergunto, já sabendo que mentiria

-- Não levanto a mão para minha mulher -- Ele murmura

-- Se tocar na Dolly outra vez, eu corto suas mãos e te faço engolir cada dedo seu -- Ele congela, seus olhos se arregalando. -- Um por um -- Falo lentamente

John se levanta e vem em minha direção, me levanto logo em seguida ficando cara a cara com ele.

-- psicopata doente -- Ele rosna e me empurra

Antes mesmo que eu faça qualquer coisa, Dolly aparece.

-- Vocês podem parar? -- Ela pedi -- Tem uma criança aqui e eu não quero que vocês se matem na frente dela

-- Esse merda que provocou -- John se defende -- Esse filho da puta doendo do caralho

Eu puxo minha arma e bato em seu rosto, deslizo a trava de segurança. Pressionando em sua testa, encontro seus olhos com um brilho gelado. Vou puxar o gatilho sem hesitação. Eu não me importo.

-- Eu vou te matar, você pode ver nos meus olhos? -- Ele acena com a cabeça, o medo flutuando dele.

-- Aaron, por favor -- Dolly coloca as mãos sobre a arma -- Não faz isso

Não falo nada, só continuo segurando a arma firme.

-- Não puxa o gatilho, sua filha está dormindo -- Meu olhar continua penetrando no John -- Você não quer que ela te veja desse jeito, vai fazer merda agora e depois se arrepender e dizer que não é um bom pai, mas lá no fundo você sabe que isso seria mentira -- Abaixo minha mão

-- Preciso ir embora -- Guardo a arma -- Qualquer coisa é só me ligar, eu venho correndo

John não diz nenhuma palavra, só se retira e some da minha vista.

-- Obrigado por vim, a Noah está muito feliz

Meu corpo é tomado por uma força que me descontrola, puxo a Dolly pela cintura e a beijo. Um beijo cheio de saudade, agarro seus lábios sem nenhuma vontade de largar.

-- Aaron, isso não pode mais acontecer -- Dolly para o beijo e coloca sua testa em meu peito

-- Se precisar de mim, me liga que saio correndo. Não exite em fazer isso

Me viro deixando ela sozinha e saio de sua casa.

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Eu tô amando os comentários de vocês, fico rindo igual uma gazela 🤣🤣🤣🤣

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