Cap 2

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Pedro Bala chegava cada vez mais perto, então quando ele finalmente chega perto o suficiente ele fala

"Vamo sair daqui, ir pro trapiche, eles vão se preocupar se ficarmos muito tempo aqui" ele falou isso e foi me arrastando pra fora do mar, assim q saímos eh logo vesti meu short e coloquei a blusa. Ele se vestiu também e fomos pro trapiche enquanto conversamos

"Eu n sei o seu nome ainda" ele fala

"Maria Fernanda.. pode me chamar de Maria se quiser" eu o respondo

Ficamos jogando conversa fora até chegarmos no trapiche onde por incrível que pareça eu fui até "bem recebida" depois daquela confusão toda. Quase todo mundo tinha dormido e eu n sabia onde eu poderia dormir..fui até Pedro Bala perguntar sobre

"Pedro? Tu tá acordado..?" Eu pergunto

"Tô pode falar" ele responde sem se levantar de um colchão no chão onde estava

"Queria saber onde eu posso dormir" eu pergunto

"Ela pode dormir no meu canto" um menino baixo que aparentava ser bem novo disse se "entromendo na conversa

"Te aquieta Boa Vida, num confio em tu não." Ele responde o menino em um tom um pouco grosso, porém baixo pra não acordar os outros

"Não tem mais cama aqui não, mais se tu quiser pode dormir comigo" ele responde

"Não quero incomodar você não Pedro..qualquer coisa eu deito no chão direto mesmo" eu respondo

"Tu nao vai deitar em chão não, é moça é mais frágil...e eu não sei se algum deles pode fazer algo pra tu, agora deita aqui logo antes que essas mísera acorde" ele fala como se estivesse mandando

"Por que com tu ela pode deitar?" Boa Vida fala indignado

"Porque sim Boa Vida agora de aquieta e para de intrometer onde num foi chamado" Pedro Bala responde com um pouco de raiva.

"E tu num vai vir deitar não é?" Ele pergunta olhando pra mim que ainda estava meio sem reação com tudo aquilo

"Vou" respondo envergonhada

Me deito no colchão que não era muito largo, fazendo assim Pedro Bala e eu ficarmos praticamente "abraçados", eu me viro pra um canto e ele pro outro. Dormi e acordei em meio a madrugada, Pedro estava me abraçando por trás, como se estivéssemos de conchinha, eu fico sem jeito pra me soltar dele então só tento voltar a dormir com ele abraçado em mim.. acordo mais cedo que eles.. por volta das 04:30 da manhã eu acho ja que o sol ainda nao tinha nascido direito..isso já era meio que um costume. Pedro Bala ainda estava dormindo, praticamente agarrado em mim então não tinha como eu levantar ainda, fiquei lá por mais um tempo esperando até ele acordar. Demorou umas meia hora até ele conseguir acordar por completo.

"Bom dia Princesa demorou com esse soninho da beleza em" eu falo debochando dele

"Vou te mostrar a Princesa" ele fala de olhos fechados ainda meio com sono.

"Já que a senhorita já acordou tem como me soltar pra eu levantar?" Eu pergunto

"Como assim soltar?" Ele fala quase dormindo denovo.

"Você me abraçou de madrugada, tá agarrado comigo até agora, se alguém ver você desse jeito vão até perceber que tu dormiu de conchinha comigo" Eu falo rindo um pouco

Ele toma um susto ao perceber que estava realmente abraçado comigo, e me solta. Finalmente eu consigo me levantar. Após isso eu vou até a cidade com meu único dinheiro eu vou até uma padaria, gasto todo meu dinheiro comprando coisas pra aqueles meninos comerem decentemente pelo menos uma vez na vida. Passo perto de uma mulher, ela parecia ser muito rica e estava com uma bolsa na mão, aquilo tava tao fácil de conseguir que eu não poderia perder essa oportunidade de arranjar mais dinheiro. Chego perto dela com uma carinha de quem não quer nada, mas logo entro em ação arranco a bolsa da mão dela e saio correndo

"LADRA!! LADRA!! PEGUEM-A ELA ROUBOU A MINHA BOLSA" ela gritou desesperada e com lágrimas nos olhos

Eu já tava longe, corri muito, pelo simples fato de que uma menina com 5 sacola de pão e roupas rasgadas correndo por aí com uma bolsa chique ia ser mais que suspeito. Despisto algumas pessoas que corriam atrás de mim e quando não tem mais ninguém me vendo, caminho ate o trapiche, chegando lá já tem alguns meninos acordados que se aproximam ao ver a bolsa e as sacolas

"Qui é isso?" Um menino pergunta com falta de educação

"Conversa com a dama direito Sem Pernas. Mas oque seria isso aí em Maria?" O gato fala

"As sacola é pão..eu acordei cedo e comprei pra nós" eu explico pra eles

"E a bolsa? Onde tu conseguiu?" Pedro Bala que estava de longe ouvindo a conversa pergunta

"A bolsa eu roubei de uma mulher na volta, alias eu ainda num abri pra ver oque tem dentro não" eu falo

Eles chegam mais pra perto e comem, o brilho nos olhos daqueles meninos quando viram a comida é inexplicável..é como se comer algo assim não fosse comum pra eles.. bom eu admito que também não é tão frequente pra mim mas os olhinhos brilhando era linda a gratidão deles com tudo..depois de todos nós comermos Pedro Bala chama alguns de nós pra sentar perto dele no caso ele chamou o João Grande, o Professor,  o Sem Pernas, o Gato, o Boa Vida, Eu e um tal de Pirulito. Eles ficaram conversando mas como eu era "novata" não tava entendendo nada, aproveitei que o Gato tinha parado de falar e eu puxei papo com ele

"Gato." Eu o chamo

"Oi Maria" ele me responde

"Quer me ajudar a ver oque tem nessa bolsa?" Eu pergunto

"Bora" ele responde

Começamos a mecher na bolsa. Achamos dinheiro, um óculos, algumas linhas de custura e agulhas, também tinha uma escova de cabelo lá.

"Tem uma agulha aqui Gato, se você quiser eu sei custurar e remendo a sua roupa" eu falo

"Quero, deixa eu so pegar uns pano pra tu remendar" ele fala até um pouco feliz

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