「 02 」

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Não estava sendo fácil para Taehyung trabalhar com sua mãe. Digamos que Yejiera uma alfa muito paciente principalmente quando se tratava do legado da família Kim e seu filho não lhe ajudava chegando sempre atrasado e não comparecendo as reuniões semanais como foi estipulado. Digamos que Taehyung preferia usar jóias do que administrar sua fabricação.

Nesses últimos meses, o jovem Kim fazia de tudo para se adaptar e sua mãe Chaeryeong, uma ômega gentil, se orgulhava de seus esforços, mas concordava com a esposa que era a vez do filho delas assumir os negócios da família, sendo necessário ter o treinamento adequado antes.

ー Mãe, pode, por favor, não brigar mais uma vez? Foi culpa do trânsito, não minha! ー alegava o Kim.

ー Eu te pedi que chegasse no horário, às oito e meia! E que horas são, Kim Taehyung? São quase onze! Assuma suas responsabilidades de uma vez! Isso tudo aqui será seu, meu filho, e quero que esteja preparado.

ー Eu sei, mãe, mas não foi culpa minha! O trânsito está um caos!

ー Pouco me importa! Amanhã esteja no horário, acorde mais cedo, venha andando ou de metrô, pouco me importa, só quero você aqui. Eu posso ser a sua mãe, mas também sou a diretora executiva dessa empresa e por tanto sua chefe. Chegue atraso mais uma vez e vou descontar do seu salário e nem eu ou a Chaeryeong vamos te dar um centavo.

Por fim, a alfa desligou o celular após o sermão. Era certo de que deveria ter mais responsabilidade, mas o trânsito estava mesmo congestionado, pelo menos dessa vez. Uma mão segurava o volante enquanto a outra estava apoiada em sua coxa coberta pela calça social, os cabelos bem penteados e o olhar perdido: era assim que se encontravq o único herdeiro da Família Kim.

Naquele momento, queria voltar alguns meses atrás quando sua única preocupação era com quem iria transar à noite.

Do outro lado de Seoul, Yoongi empurrava o carrinho de bebê pelo supermercado enquanto olhava distraidamente para as prateleiras. Tamanha era sua distração que sequer notou a mulher a sua frente.

ー Desculpe, moça. ー Yoongi pedia, as bochechas vermelhas pela vergonha.

ー Tudo bem, garoto. ー respondeu a mulher. ー Oh, que linda essa garotinha! ー se abaixou para ver melhor, analisando o rosto fofo de olhos redondos.

ー Essa é a minha Yesoo. ー disse num tom orgulhoso. ー Acabou de completar seu primeiro mês de vida.

ー Oh, certamente uma alfa! Ela me lembra o meu pequeno. ー seu tom era nostálgico. ー Quero dizer, ele não é mais um garotinho, mas sempre vai ser meu bebê.

Yoongi sorria para a mulher simpática quando se deu conta que nem havia se apresentado.

ー Sou Min Yoongi, é um prazer.

ー Kim Chaeryeong e o prazer é todo meu por ver essa fofura. ー levantou-se, ainda sorridente.

Yoongi logo notou que as roupas daquela mulher custavam, com certeza, o seu salário todo. Certamente, ela não morava por ali.

ー Bem, eu já vou indo. ー ele disse. ー Tenho que terminar as compras.

ー Claro, querido. ー então o observou partir, desejando que seu filho lhe desse netos o quanto antes.

[...]

O aniversário da pequena Yesoo foi comemorado com um bolo feito pelo seu pai, este que filmou cada momento, quando ela batia palmas ao som de Parabéns pra você e, claro, muitas lágrimas de sua parte por ela estar crescendo tão depressa. Queria parar o tempo e aproveitar esses momentos eternamente.

Namjoon era o alfa mais babão que Yoongi conhecia, ele fazia absolutamente tudo que sua afilhada queria. A pequena já dava claros sinais de que seria uma alfa territorialista, sempre de cara fechada para qualquer alfa que se aproximasse de seu papai, algumas vezes chorava ou gritava com o indivíduo. Já Yoongi achava uma graça e muitas vezes se sentia grato por isso, aos vinte anos só queria focar em seu trabalho e em criar sua filhote, relacionamentos estavam fora de seus planos.

Apesar da gravidez inesperada, sua vida estava tranquila, seu trabalho era estável e estava sabendo lidar com a paternidade. Naquela noite em especial foi acompanhar seu amigo Jimin em uma exposição de artes, deixando sua cria sobre os cuidados de Namjoon ー este que havia chamado o atual namorado para lhe impressionar ー e Park era insistente quando queria, esse ômega não é brincadeira. Claro que antes teve que checar sua filhote pelo menos umas quinze vezes.

ー Olha, Nam, você sabe que se acontecer qualquer coisa pode me ligar que eu venho o mais rápido possível, certo?

ー Yoongi, eu já fiquei sozinho com ela quando você teve que ir para o estúdio. ー avisou o alfa.

ー Eu sei. ー suspirou olhando para a pequena no colo do namorado do Kim. ー Seokjin sabe que não precisa ficar de babá, vocês podem querer sair, sei lá… não tem problema, eu ligo e desmarco com o Jimin.

ー Nem pense nisso, Yoongi! ー disse o mais velho dos três. ー Joonie e eu sempre saímos nos fins de semana e eu acho que ele, como padrinho e melhor amigo, tem que te dar essa folga. Então trate de ir. Jimin espera por você.

Convencido, porém não menos preocupado, Yoongi se despediu mais uma vez da sua filhote e saiu. Sabia que ela estava em boas mãos, mas, como um ômega protetor que era, deixar sua cria lhe agoniava. Suspirou saindo do elevador e encontrou o Park vindo em sua direção.

ー Eu ia subir para te arrastar. Está atrasado. ー advertiu.

ー Desculpa, mas eu só estou preocupado com a Yesoo.

ー Porque? Ela já ficou sozinha com Nam antes.

ー Eu sei, mas dessa vez é de noite!

ー E qual é a diferença?

ー E se ela chorar? Ou se ela quiser mamar?

ー Ela é a criança mais bem comportada que eu conheço. ー apontou Park enquanto entravam no táxi.

ー E quantas crianças você conhece, Jimin? ー Yoongi perguntou desconfiado.

ー O suficiente. Sabe a minha tia Bom? Ela tem três e são umas pestes!

ー Você é mal.

Mantiveram uma conversa descontraída durante todo o trajeto. A noite estava tranquila, o céu tinha poucas nuvens e a lua brilhava. Quando, enfim, chegaram a galeria, não perderam tempo em entrar, só que não era o tipo de arte que o Min costumava ver em exposição, deixando-o um tanto chocado.

ー Quando você disse que era uma exposição, esqueceu de mencionar que era erótica. ー resmungou o Min. ー Olha só, nunca vi tanto pinto na minha vida.

ー Eu também não sabia, espertinho, mas foi o primeiro programa que eu achei que não envolvesse álcool.

ー Nossa, acho que o criador disso renderia uns bons livros a Freud. ー disse e ambos os ômegas riram até ouvirem uma voz rouca soar atrás deles:

ー Bom, talvez, mas não acho que sou tão interessante assim.

Os dois olharam de imediato para o alfa com cheiro de café atrás deles, e, porra, Jimin adora café.

ー Gostaram da exposição? ー perguntou ele.

ー Sim, com certeza! ー respondeu um Park sorridente.

ー Sou Jeon Jungkook, e vocês?

ー Eu sou Park Jimin e esse é Min Yoongi, meu amigo.

Os dois conversavam e flertavam de forma tão descarada que Yoongi se perguntou o que diabos ainda fazia ali em meio aquele canavial de rola, como denominou mentalmente. Poucos minutos depois, os dois se lembraram de sua existência, então o alfa os convidou a se juntar a ele e seus amigos em uma área mais reservada da galeria. Antes que Yoongi desse uma resposta, seu amigo tratou de aceitar o convite, então os três seguirem para os fundos, onde havia sofás e champanhe sendo servido.

ー Pessoal, quero apresentar Park Jimin e seu amigo, Min Yoongi.

Havia cerca de três pessoas ali e Yoongi as olhou despretensiosamente até focar num par de olhos castanhos que lhe fitavam com curiosidade. Seu coração parecia ter parado: Kim Taehyung estava na sua frente.

You Da One ★ TAEGIOnde histórias criam vida. Descubra agora