Prólogo

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Nos becos escuros e vielas vazias, neblina espessa e os chiados das ratazanas brigando pelos restos de algum animal que fora sugado o sangue ainda parecia espantado com os seus olhos mortos intactos e vazios. Uma moça jovem se aproxima de uma casa qualquer e bate em sua porta.

- Vamos, diga que está aí! Não me faça esperar, não nos faça esperar.

- Quem me incomoda a essa hora da noite? Os espíritos ficarão chateados com tamanha importunação.

- Pare de falar e nos escute, você sabe oque queremos, não se faça de besta.

- Quem te manda aqui jovem garotinha? Oque te aflige? - a moça não à responde e entra na casa da senhora - Vejo que não veio com um bom humor, serpente do mar? Baiacu? Nautilo?

- Tente mais uma vez, certeza que não acertará, nunca acertam.

- Vamos garota, me diga oque você quer.

- Sou eu velha, não me reconhece mais? Ou já está caducando? Esqueceu do nosso último pacto? Sorte sua conseguir cumprir se não ainda estaria sobre a minha custódia. - A senhora agora encabulada finge não estar supresa.

- Então você veio, quantos anos depois? 50? 100? Não me lembro, 200 anos atrás? Oque queres comigo Leviatã? Aonde achou essa pobre moça?

- O pirata Melk interceptou uma navegação em que o capitão não havia dizimado o seu tesouro, estava mantendo essa pobre criatura presa nos seus aposentos, pedi para que a trouxessem, tenho planos para ela.

- Oque ela te fez para te chamar atenção? O corpo belo não faz o seu estilo, muito menos uma humana.

- Pobre garotinha, não aguentava mais sofrer, então se entregou para mim, nadou como uma bela sereia até o meu encontro, ela escolheu isso, se houver um fim, não serei o intermediário do fim.

- Você prega o fim, de tudo que amamos, porque eu deveria te ajudar? Não à nada que você possa me oferecer, nada nesse mundo que você me dê, vai me tirar o medo do fim.

- Baboseiras, o fim não existe, o medo sim, não recomendo me desafiar, recomendo que me obedeça e te darei oque quiseres, estar ao meu lado quando não existir mais fim, o fim será apenas um ponto insignificânte embaixo de nossos pés.

- Oque queres de mim? Ainda não entendi como irei lhe ajudar.

- Até que enfim, pensei que teria que exigir o mínimo de respeito.

- Vamos Leviatã, meu tempo está acabando

- O tempo passa velha e estamos apenas começando, apenas começando.

A Terra de KhandOnde histórias criam vida. Descubra agora