Olhos do Abismo

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Terminando de comer seu peixe frito enfrente a um lago rodeado de grandes árvores de pinheiro. Aislan se sente observado, como se alguém estivesse à espreita, ele conseguia sentir a respiração ofegante do ser que espreitava em alguma pinheiro próximo.

Parecia calmo demais para ser verdade, óbvio demais para não dizer o contrário.

Aislan estava dando mais um tempo para a criatura que estava escondida se revelasse ou atacasse. Vendo que a criatura havia pulado em sua direção Aislan, que em um movimento paralisou a criatura que apenas aceitou que não tinha nenhuma chance contra o cavaleiro. Os espíritos pareciam querer algo com ele.

O sorriso de surpresa, outro morto-vivo o incomodando, repetindo a mesma baboseira de sempre.
"Caídos no esquecimento, erguido do esquecimento...". Até as criaturas desprezíveis do submundo estão sendo usadas. Aislan olha para o lago em sua frente e pensa seriamente para onde ir dessa vez.

Depois de ter quebrado o feitiço do morto-vivo. Aislan pega seus matérias e segue caminho até a cidade de Valhir para pegar sua recompensa de missões antigas e visitar os estabelecimentos da região.

Seguindo a estrada cercada por árvores gigantes, novamente ele sente que algo o está observando, não um ser, mais vários, como se os passarinhos o estivesse observando, isso não era normal, não sobre aquela região, muito bem falado por sempre estar protegida pelo seu grande exército e o mago da região que a protegia. Aislan não estava alí por confusão, muito menos por riquezas, o dinheiro acabou se tornando a ruína desse mundo, as crenças nos deuses antigos, espíritos, demônios, são apenas mitos que os velhos contam para assolar as crianças desse mundo.

Chegando na entrada da cidade, que já estava lotada aquela hora da manhã, parecia ser alguma feira semanal ou alguma reverência.

Aislan passeando com sua longa capa escura sobre as bancas de frutas, peixes e legumes. Procurando por algo específico, não estava ali para fazer uma feira.

Aislan sai da feira e vai andando lentamente pelas ruas largas, casas e edifícios antigos, todas as casas continham um detalhe impossível de não se perceber, trepadeiras, flores crescendo por dentro dos tijolos, árvores nos quintais, crianças correndo de um lado para o outro, uma moça em específico escorada na janela de sua varanda, o encarando diretamente sem nem disfarçar. Aislan se intrigou com o olhar direto da bela mulher, ignorou-a e continuou a andar para ver se esquecia que estava sendo tão observado, estranho, diferente.

Viu que havia uma fonte no meio da praça que era rodeada por casas, tavernas, lojas de poções e bastante barris espalhados com rum e vinhos antigos. "Cidade bem interessante para se viver até agora, tirando o fato de haver muitas mulheres por todos os lados, cadê os homens dessa cidade?" Pensou Aislan enquanto olhava para um homem gordo jogado sobre uma cadeira com uma garrafa de vinho em uma mão e um gato deitado confortavelmente sobre uma mesa.

Para a surpresa de Aislan não foi tão difícil encontrar o lugar que estava procurando, havia diversas mulheres quase que seminuas com peças pequenas de seda branca, brincos dourados, rindo alto o suficiente para chamar atenção de quem esteja passando por ali. Ao chegar na entrada do estabelecimento as mulheres que estavam enfrente se afastaram até que uma mulher morena falou:

- Oque queres aqui jovem, temos vários tipos diferentes. Você escolhe, paga e tem oque quer.

- Não quero um amor.

- E quem falou em amor? Aqui te damos prazer belo rapaz!

- Quero falar com Juan, não creio que vocês possam me ajudar por hora.

- Entre e verei oque posso fazer por você, enquanto isso escolhe uma garota ou me espere.

Aislan não esperava um gesto tão bondoso logo assim de cara, certamente voltaria mais tarde.

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