Mesmo sem flores

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Era um fim de tarde quando Sanji estava voltando do trabalho, ele era sous-chef de um dos melhores restaurantes da cidade, Baratie. O loiro passou pelo seu jardim antes de entrar em sua casa, era quase como uma tradição. O rapaz tinha um lindo jardim ao lado de sua casa, com as mais diversas flores.

— Olá, minhas queridas. – Poderia ser estranho, mas o loiro tinha um grande costume de falar com as flores, mesmo que elas não respondessem.

O Vinsmoke adorava flores desde muito cedo, talvez seja por conta de sua mãe. A progenitora do loiro era tão bela, cabelos loiros, lembravam um reluzente girassol. O loiro então molhou suas diversas plantinhas e logo após isso entrou em sua casa.

Da janela de sua casa Zoro observava tudo, ele achava extremamente engraçado o jeito do vizinho, mas também não deixava de achar encantador. Nunca havia conseguido conversar com o outro, não era por vergonha, longe disso, só não conseguia achar uma maneira de conversar com o loirinho.

Roronoa Zoro era o vizinho bonitão de Sanji, inúmeras vezes o loiro se pegou observando o outro. O moreno morava basicamente do lado da casa do cozinheiro, então não era difícil ter alguma visão do outro rapaz.

Sanji já estava dentro de sua casa quando resolveu fazer algo para entregar ao vizinho, nunca havia feito nada do tipo, então o mesmo estava extremamente nervoso. O Vinsmoke somente sabia o nome do esverdeado.

“O que vou fazer?“ Sanji se perguntava, não tinha noção do gosto alheio, mas iria tentar acertar. O cozinheiro então fez originis, era impossível alguém não gostar.

Então o Vinsmoke caminhou até a casa do outro rapaz e após chegar apertou a campainha. Já haviam se passado diversos segundos e nada do vizinho aparecer, o nervosismo do cozinheiro somente aumentava.

O moreno estava cochilando no quarto quando estou sua campainha tocar, se perguntava quem seria o infeliz que estaria atrapalhando o seu tão precioso cochilo. Quando abriu a porta deparou com seu vizinho, para sua própria surpresa.

Sanji se arrependia de ter feito aqueles originis, qual desculpas daria para o outro rapaz? Ele não havia pensado nisso.

– Então, olá. – Sanji disse, mesmo envergonhado.

Zoro estava paralisado, seu vizinho estava na porta de sua porta e com um pote em mãos.

– Olá. – O Roronoa não sabia o que responder para o outro e estava com medo de responder algo errado e estragar tudo.

– Eu te trouxe alguns originis, espero que goste. Nunca havíamos conversado antes, então resolvi lhe fazer algo. – O cozinheiro então estendeu o pote para o rapaz em sua frente.

– Ah, sim, obrigado. Não quer entrar?

Sanji concordou com a cabeça e logo o esverdeado lhe concedeu passagem. Entrou na casa do outro e sentou-se em uma das cadeiras de uma pequena mesa de jantar. A casa era relativamente grande, se fosse considerar que somente Zoro morava lá. Ficaram longos segundos em silêncio, mas que logo foi cortado.

– Está muito bom! – Zoro disse após se deliciar com os originis que o outro havia lhe trazido.

Os olhos de Sanji brilhavam de felicidade, o rapaz adorava que falassem de sua culinária, e ficou ainda mais feliz recebendo o elogio do outro. Ficaram algum tempo conversando até que o loiro anunciou que iria voltar para sua casa, haviam conversado muito.

— Você gosta de flores, não é? – Zoro perguntou antes que o outro fosse embora.

— Sim! Elas são incríveis. Pode ir em minha casa, caso queira ver elas. – Sanji estava com um lindo sorriso no rosto, a respiração do esverdeado falhou por um breve momento.

– C-Claro. – E Zoro gaguejou, mesmo sem querer.

Então o Vinsmoke foi embora. O esverdeado ajeitou sua cozinha e subiu até seu próprio quarto, não esperava que o outro aparecesse em sua casa tão de repente, muito menos que lhe trouxesse maravilhosos onigiris.

Zoro não era muito interessado em flores, mas pelo outro rapaz ele tentaria. Ele iria fazer algo, sim, com certeza ele iria. No outro dia o esverdeado foi até o quintal da sua própria casa e tirou os diversos matos que haviam lá e ele tentou fazer um jardim, fracassou.

O loiro apareceu no quintal de Zoro, mesmo não tendo sido convidado e se deparou com um moreno choramingando por não ter conseguido ajustar um jardim, extremamente fofo. Sanji havia colocado diversas vezes a campainha da casa do outro rapaz, mas nada dele aparecer, então ele escutou um barulho vindo do fundo do quintal e resolveu ir averiguar.

– Oe, marimo. O que houve? – Pela primeira vez o loiro havia chamado o outro pelo apelido que havia criado.

– Não consegui fazer um mini jardim, sobrancelhas enroladas. – Ele falou em um tom desapontado.

O cozinheiro achou fofo o fato do outro rapaz ter tentado fazer um jardim, então para consolar o outro ele puxou o esverdeado para perto e lhe deu um forte abraço.

— Prometo amar o seu jardim. – Sanji disse em voz baixa, mas audível pelo fato de estar tão próximo do outro.

– Mesmo sem flores?

– Mesmo sem flores. – O loiro desfez o abraço e encarou o rapaz em sua frente, um sorriso genuíno apareceu no rosto do Vinsmoke.

Naquele momento Zoro só conseguia pensar que aquele loiro de sobrancelhas enroladas iria deixar seu mundo de cabeça para baixo.



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