𝑴𝒚 𝒘𝒐𝒎𝒂𝒏 𝒁𝒆𝒍𝒅𝒂 𝑺𝒑𝒆𝒍𝒍𝒎𝒂𝒏 • 🇴 🇳 🇪 🇸 🇭 🇴 🇹 🇸 •

Ex-husband

Eu costumo reservar mesas para mim mesma em restaurantes. E depois, como sozinha. Eu compro carros muito rápidos, assim, eu posso dirigir devagar para caralho. Eu simplesmente sou assim. Eu gosto da minha própria companhia, não preciso de outras. Eu nem sempre sou fria, só estou bem comigo mesma.

Em mais uma noite sozinha na mesa em que eu mesma reservei, me permito pensar. Sempre me disseram que, algum encontrarei alguém que mudará a minha mente. Eu já tenho tudo o que preciso. As melhores coisas da vida já são minhas. Era isso que eu pensava até ver a mulher mais linda que já vi em toda minha vida entrar pelas portas do restaurante no braço de um homem qualquer.

Acompanhei a sua caminhada até a mesa com os olhos, não deixando de notar o suave movimento de seu quadril a cada passo que dava. O pesado sobretudo de pelo animal foi tirado de seus ombros pelo homem que entrou junto a ela. Ela exalava uma superioridade extraordinária, essa mulher parecia completamente divina.

Levei minha taça de vinho aos meus lábios ao vê-la se sentar, o moreno que lhe acompanhava puxando a cadeira para que se sentasse. Girando a taça em minha mão, deixei um suspiro escapar enquanto cruzava minhas pernas vestidas pela meia calça fina que usava.

Só agora voltando minha atenção para o homem que lhe acompanhava, pude notar que na verdade era alguém conhecido por mim. Faustus Blackwood, ninguém mais, ninguém menos, que meu ex-marido. Me perguntei como um homem tão desprezível e repugnante poderia ter a companhia de uma mulher tão bela.

Percebendo a oportunidade perfeita de me aproximar da mulher, tratei logo de terminar minha taça de vinho com um sorriso ladino em meus lábios pintados de escarlate. Caminhei a passos firmes em direção a eles, meus saltos finos ecoando pelo espaço e atraindo o olhar da mulher que tanto me chamou atenção.

Seus olhos percorriam-me de cima a baixo, sua testa se franzindo ao perceber que caminho eu tomava. Sorri maliciosamente aos seus olhos verdes encontraram os meus, minha língua saindo para molhar meus lábios e não pude deixar de notar o seu olhar descendo para o mesmo.

—Faustus, querido, quanto tempo!— me pronunciei ao chegar ao lado do mesmo, pondo minha mão em seu ombro.

Seu olhar surpreso e levemente assustado encontrando o meu.

—Catherine— me cumprimentou com um leve aceno de cabeça. —Como vai?

—Estou ótima, querido—, sorri maliciosamente, desviando meu olhar para a ruiva.—Não acredito que já tenhamos nos conhecido, prazer, Catherine Blackwood—estendi minha mão para ser apertada pela mulher, que logo tratou de fazer isso.

—Blackwood?— perguntou confusa.

—E você deve ser a mulher que está dormindo com o meu marido?— falei meio que em tom de pergunta, gesticulando entre os dois.

Continua?...