Esta história é a versão que ninguém vos conta. Estou a falar da minha infância presa num silêncio doloroso enquanto observava as sombras sinistras a dançar pelo meu cenário familiar a que chamava casa. Estou a falar da experiência que os meus olhos inocentes testemunharam e agora escutam inocentemente também. Uma dança maldita de raiva e medo que se desenrolava nas paredes que me deviam fazer sentir segura e amada. Ainda ecoam nas profundezas da minha alma as palavras gritadas e os gestos violentos. Ainda tenho cicatrizes que me moldam a infância, ainda procuro uma casa em que me sinta em casa, não apenas um sítio com quatro paredes, mas uma casa. Lado positivo disto tudo? Não de forma clichê, mas acreditem que me moldou enquanto pessoa. Continua a moldar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Rica Infância
DiversosA versão que não ouvimos. A versão da criança inserida num ambiente de violência doméstica.