O início de tudo

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O som da água enchendo a banheira era a única fonte de som naquela imensa mansão, me encontrava perdido pelos pensamentos.
Apenas queria saber se valeu todas as mortes, as torturas, os sofrimentos de várias famílias por uma guerra que se provou inútil.
Logo após a derrota de Voldemort, eu fui aclamado por salvador do mundo bruxo, herói da magia e várias outras homenagens, mas foi inútil. Eu não iria comemorar pela morte de vários bruxos, ou melhor não conseguiria, talvez fosse o choque, confusão, a tristeza pela morte de Fred, mas ao passar do tempo não conseguia sentir nada, um vazio extenso que me deixava sem fôlego, uma dor no peito inexplicável, um formigamento em meus pulsos.

Até tentei explicar para meus melhores amigos, mas as respostas de ambos não ajudavam em nada, sendo por sua maioria

– Você está apenas cansado, logo isso passa!

– Não é para tanto, agora que você derrotou você-sabe-quem poderá descansar um pouco.

Talvez fosse burro ou lerdo o suficiente para não notar o desinteresse deles, ou apenas um tolo que deixou pessoas interesseiras se aproximar, teria culpa? Alguém sem um mínimo conhecimento do que é o amor, cuidado, carinho ou pelo menos o básico em minha miserável vida.

Saindo de meus pensamentos apenas pelo baixo som de poop no cômodo.

– O senhor tem certeza? Se o senhor quiser monstro pode ajudar! Diz o olhando com os olhos nublados

– Eu tenho absoluta certeza, estive esperando por tantos anos e agora que tenho oportunidade não deixarei escapar. Dei um leve sorriso, mesmo com seu humor sarcástico e meio rude monstro ainda era uma boa companhia

– Você já sabe o que fazer, né monstro?

– Sim, mestre Harry. Após uma leve reverência com os olhos soltando algumas lágrimas ele foi embora 

Suspirei e entrei na banheira, dando um mergulho 

– É agora ou nunca 

Estico minha mão e pego minha varinha que se encontrava do lado da banheira, olhando para ela por alguns minutos, a coloco apontada para a minha cabeça e pronuncio o feitiço que iniciou e tirou a minha vida 

– Avada Kedavra 

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Escuridão, apenas ela em sua total força, seu aconchego, sua frieza que ironicamente me deixava confortável.

Ela foi a minha companheira por vários anos, seja na casa dos Dursleys pelo armário debaixo da escada, pelas surras que meu tio dava onde sempre eu acabava desmaiando, no dormitório da grifinória onde todos estavam dormindo, mas os pesadelos e a insônia não deixava eu fazer o mesmo.

Ela sempre esteve comigo….

Estava? Não conseguia sentir o meu corpo, mas parecia estar acordado depois do que pareceu horas me acostumando com o silêncio e calmaria que o ambiente me dava eu escuto uma risada, parecia ser bem longe como uma leve brisa, mais a cada momento que passava parecia estar cada vez mais perto.

Em um só movimento acabei pulando do que parecia um sofá, me acostumando com a claridade do local comecei a observar

Parecia um escritório bem chique e no meio estava um homem de terno com um copo de vidro onde se encontrava pela metade de algum líquido amarronzado.

– Hilário você não acha? Disse o homem sem levantar o olhar do corpo

– Ah? Me desculpe, mas eu não entendi

– Várias pessoas tentaram te matar, até com o mesmo feitiço e então você vai lá e acaba com todo o esforço 

Após alguns segundos ele fala novamente 

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