Acidente fatal

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- Kassy!!! O que você fez?!! Seu monstro cruel!!....

Acordo de mais um pesadelo repentino que tenho tendo, dês do dia daquela tragédia...todas as noites, continuo sonhando com aquele acontecimento.

Me levanto da cama com um pouco de dor de cabeça e logo vejo minha mãe entrando no quarto, onde eu estava dormindo.

- Kassy, já está pronta?

- Já irei me arrumar...mãe

Eu e minha mãe não temos uma relação boa, ela me odeia dês daquele dia horrível.

Me arrumo rapidamente logo que minha mãe se retira do quarto, pego minha mochila e a coloco no ombro. Antes de sair do quarto, fico parada por alguns segundos na porta, encarando a maçaneta, com os meus pensamentos bagunçados, mas logo consigo organiza-los e saio do quarto.





6 anos antes...




Era mais um dia na escola, eu tinha 10 anos, e, era o penúltimo dia de aula.

Chego na escola com minha mochila do Olaf alegremente. Enquanto caminho para minha sala, sou encarada por outras crianças e adolescentes com olhares de julgamento, mas eu estava acostumada com esses comportamentos, então apenas não me importei e segui para minha sala de aula.

Naquele dia, haveria uma festa de comemoração ao último dia de aula, que iria acontecer no penúltimo. Todos os pais dos alunos foram convidados a ir nessa festa e se divertirem, junto de seus filhos.

Essa era minha sétima escola, dês de então, tenho sida expulsa das anteriores por motivos de brigas ou quebra de regras, e também, por descobrirem minhas habilidades. Eu sou anormal, como chamam as pessoas de "Bizarros" ou "Monstros", dês de que nasci, tenho poderes de gelo, posso controlar conforme meus sentimentos e desejos, mas não consigo controla-los completamente.

E lá estava, uma criança com cabelos brancos e lisos, olhos claros e azuis, na festa, sozinha. Minha mãe tinha recusado ir nessa festa, porém eu não poderia faltar, já que perderia nota. Então tive que ficar sozinha.

De repente surge um grupo de delinquentes, havia mais ou menos uns 4 ou 5 meninos, aparentava ter entre 14 ou 15 anos. Eles se juntam na frente da cadeira que eu estava sentada, e um deles se pronuncia.

- Eai bizarrinha, parece que você está sozinha aqui né.

Ele soa com uma voz autoritária e sarcástica. Eu apenas o olho de forma séria e o respondo.

- Me deixem em paz.

Todos eles estão me olhando, suas caras estão estampadas com maldade e planos ruins contra mim.

- Não iremos te machucar, geladinha, apenas queremos que você derrube esse copo de suco na diretora, só isso hein.

Um sorriso se revela em seu rosto, sendo sarcástico, ao falar ele aproxima o rosto em direção a mim, esperando minha resposta.

Eu comecei a ficar nervosa e com medo, quando isso ocorria, eu exalava frio como um ar-condicionado, foi o que começou a acontecer.

- Por favor...me deixem em paz!

Digo repetindo minha frase, era notável meu desconforto, tentava me distanciar o máximo possível do delinquente, mas era quase impossível, quando finalmente me levantei da cadeira, me distanciei.

Estava frio, muito frio para humanos comuns, e era notável já que o copo de suco que estava na mão do delinquente, começou a embranquecer e o suco congelar.

- Olha aqui, sua engraçadinha, não estou pedindo, estou mandando!!! Quero que você derrube isso naquela velha desgraçada, agora!!!

Seu tom de voz era alto e assustador, ele falava enquanto seu rosto mostrava raiva e autoridade, eu me senti desafiada, então fiquei com raiva por ele estar agindo assim comigo, como se mandasse em mim!

Minha cabeça e mentalidade de criança só pensava em uma coisa, fazer picolé desse delinquente, o que cada vez estava esgotando minha paciência. Era visível as pessoas estarem demonstrando que estavam com muito frio, e os outros delinquentes também, eles se afastavam cada vez mais, porém, o que estava falando comigo continuava me provocando e me enfrentando.

Ele então joga o copo no chão, ficando louco de uma vez, e começa a gritar comigo.

- FAÇA O QUE EU MANDEI!!! SUA PIRRALHA DE MER...

E aconteceu, antes dele acabar sua fala, eu construo uma barreira de gelo com espinhos pontudos e grandes, eles alcançam o estômago do delinquente, e o perfura, o espinho se prevalece até o alto, deixando ele pendurado.

Gritos altos de pessoas desesperadas e inconformadas tomam o local, pessoas me chamando de monstro e tudo o que é de ruim. Os outros delinquentes vão até mim novamente, eles tiram facas de seus bolsos e na minha direção, vão com elas.

No ato do desespero, torno de minhas mãos uma grande tempestade e neve, como nos filmes ou séries. Eu acabo preenchendo todo o salão de festa com neve, matando sufocada e congelada algumas pessoas inocentes.

Depois disso, fico paralisada por alguns minutos, a gritaria que estava, se tornou num silêncio devastador, e o local cheia de pessoas, apenas havia neve anormal ali.

Logo ouço barulhos de sirenes do carro da polícia, o que me faz voltar o controle sobre meu corpo paralisado antes, me levo a uma janela e fujo do lugar.

Saio correndo em direção a minha casa, sem expressar nenhuma expressão facial ou som, apenas corro o mais rápido que posso cambaleando um pouco.



Incrivelmente, consigo fugir até para casa, mas quando chego, apenas me tranco em meu quarto e penso sobre meus atos passados, me sento contra a porta, impedindo de ser aberta por minha mãe, que chamava pelo meu nome assustada e confusa.

- Filha, o que houve meu amor?! Você brigou com alguém? Por favor, saia daí e me responda, Kassy!

Abro minha boca porém...não sai uma palavra dela, não saia um som, nada, apenas fiquei paralisada por um longo tempo com os olhos arregalados. Aquela cena se repetia na minha cabeça, os gritos e silêncio em um instante...estou completamente paralisada, meu corpo não se meche, minha mente está bagunçada e confusa, apenas fico ali até o amanhecer...






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Coração De GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora