Capitulo um

19 11 0
                                    

No aeroporto

Aqui estou, em pé, em uma fila para poder fazer meu check-in, no entanto, tudo hoje resolveu dar errado, desde a hora em que acordei atrasada até agora que estou aqui esperando minha vez nessa fila imensa. Estou começando a ficar impaciente, pois a moça que está na minha frente com um bebê em seu colo, o mesmo não para de chorar. Como se por instinto meus pês começam a bater no chão, tento focar em algo que não seja a criança chorando em minha frente, começo a olhar pelo lugar, fileiras e mais fileiras de bancos em um tom de cinza-escuro, pessoas passando mexendo em seus celulares outras com seus fones de ouvido, cada uma perdida em sua própria bolha de pensamentos, o som das conversas e risadas de outras pessoas, os alto-falantes alertando sobre a saída de vários voos, fico assim por um tempo não sei dizer quanto, até sentir alguém me cutucar, olho para a pessoa atrás de mim.
— Sua vez querida —a senhora diz com um sorriso no rosto apontando para a atendente a alguns passos de distância.

— Obrigada —respondo sorrindo indo em direção a atendente, entrego a ela meu passaporte e alguns outros documentos que são importantes, assim que ela faz a confirmação minha confirmação no voo, despacho algumas malas, ficando apenas com minha mochila, a atendente me entrega meu cartão de embarque e eu me dirijo até uma das cadeiras cinzas espalhadas pelo local, assim que me sento pego meus fones de ouvido para silenciar toda a falação ao meu redor.
Agora tudo parece mais tranquilo apenas eu e a música que ecoa em meus ouvidos, foco meus olhos em uma TV que esta a minha frente para ver a hora que posso embarcar em meu voo, agora um pouco mais relaxada, é quando cai a minha ficha e o frio na barriga me atinge com força, estou a minutos de cometer a maior loucura da minha vida, me mudar para uma cidade totalmente nova, sem amigos, sem família e sem emprego para recomeçar a minha vida, eu diria que isso soa um tanto quanto inconsequente, mas para falar a verdade, isso não me assusta, me traz uma paz!
Fico mais alguns minutos sentada, até aparecer o nome do meu voo e portão de embarque, me levanto caminhando em direção ao mesmo, assim que me aproximo do atendente entrego meu cartão de embarque e passo pelo aparelho de raio-x, assim que sou liberada sigo pelo corredor que da acesso à entrada do avião, logo que passo pela porta dou um aceno para a comissária e mostro meu ticket, ela sai guiando-me para a respectiva poltrona. Acomodo me na poltrona, notando o quão confortável ela é, como estou sentada perto da janela tiro uma foto postando em minha rede social com a legenda: "até breve minha querida cidade, vida nova aí vou eu". Mando uma mensagem para minha mãe informando que embarquei no avião e que ficaria sem poder mexer no celular até chegar em meu destino, feito isso desligo o mesmo e fecho meus olhos para tirar um cochilo.
Acordo algumas horas depois com uma das aeromoças me chamando, sorrio para a mesma e me levanto para pegar minha mochila e sair do avião. Vou seguindo as pessoas que estavam no mesmo voo que o meu para a saída, pego um daqueles carrinhos de mala e vou até onde estariam as outras malas a procura das minhas, assim que as localizo e pego uma por uma as pondo no carrinho, vou em direção à onde estão os taxis. Me aproximo de um senhor que está parado na porta do passageiro, assim que nota minha presença ele sorri amigável, retribuo o sorriso.
— Deixe me ajudar você —ele diz abrindo o porta-malas e pegando as malas do carrinho para guardá-las, sorrio com o ato e entro no banco de trás, logo após ele entra no lugar do motorista, dou-lhe o endereço do meu respectivo apartamento e assim seguimos viagem.
Após longos minutos dentro do carro, ele finalmente para em frente ao meu futuro prédio, pago pela corrida e agradeço mais uma vez por sua ajuda com as malas. Já dentro do hall de entrada, toco a campainha em cima do balcão, após centésimos de segundos aparece um senhor.
— Pois não? —diz ele suspendendo uma de suas sobrancelhas grossas.
— Sou a nova moradora do 307, me chamo Isabel Brown —sorrio tentando parecer gentil, enquanto ele me olha com curiosidade.
— A claro —ele assente olhando em uma espécie de ficha, e logo após pega a chave de meu apartamento entregando-me — Espero que goste daqui —ele sorri, sorrio para ele.
— Eu também —me viro para puxar as malas e seguir para o elevador, chamo pelo mesmo, leva alguns minutos para que o mesmo chegue onde estou, assim que as portas se abrem um casal sai dele sorrindo para mim, sorrio para eles também e entro no elevador com minhas malas, aperto o numero do meu andar e as portas se fecham, me olho no espelho, minha aparência está horrível meus cabelos ruivos ondulados estão embaraçados quase ao ponto de um passarinho fazer um ninho ali, meus olhos azuis quase cinzas estão com leves olheiras, sem contar pela minha pele com algumas manchas vermelhas, suspiro cansada, mesmo que tenha dormido durante o voo todo e da poltrona ser confortável, uma cama é tudo que preciso.
  Fico mais alguns minutos no elevador que logo para em meu andar, puxo as malas para fora e sigo pelo corredor escuro que logo se ilumina me permitindo enxergar os números nas portas. Sigo andando mais alguns minutos até achar o número de meu apartamento, destranco a porta e entro, analiso a sala por alguns instantes, a sala é conjugada com a cozinha separada apenas por uma bancada, a sala é composta por um sofá de três lugares marrom, um rack branco com a televisão logo a cima fixada na parede em um tom de bege, a cozinha e composta por alguns armários pretos, uma geladeira de inox e um fogão cooktop, sigo o corredor que da para o quarto e o banheiro, o banheiro tem um tamanho bom, todo em bege, sigo para o quarto, ele é todo rústico, não possui armários, ele segue um conceito de closet, composto por varias prateleiras e alguns cabideiros em uma parede, na parede oposta encontra-se minha cama. Fico impressionada em como minha mãe cuidou de cada detalhe e se manteve fiel aos meus gostos, mesmo que não à agrade nenhum pouco, e é nesse instante que lembro do meu celular, pego o mesmo no bolso da calça, assim que ligo, ele começa a vibrar sem parar, inúmeras mensagens da minha mãe, ligações perdidas dela, mensagem de alguns amigos entre outras notificações, caminho calmamente até a cama me preparando para ligar para minha mãe e já receber seu sermão. Disco o seu número de telefone a mesma me atende no segundo toque.
— Filha como você está? Chegou bem? —reviro os olhos e respondo.
— Estou bem mãe, acabei de chegar no apartamento, acabei esquecendo de avisá-la antes —ela suspira, e eu já me preparo para o que viria a seguir.
— Como sempre ne Isabel, não sei por que ainda fico impressionada com isso, já deveria estar acostumada com sua falta de responsabilidade, só te digo uma coisa, não faça eu me arrepender de ter te deixado ir morar sozinha em Minnesota —bufo me jogando na cama, ela é incrivelmente macia.
— Está bem dona Clarisse, já entendi que sou irresponsável, mas não se preocupe vou provar para você que sei me cuidar e me virar sozinha, agora se não se importar, vou tomar um banho e dormir, pois estou exausta da viagem, beijos amo a senhora —desligo sem dar a ela a chance de me responder, coloco o celular ao meu lado no colchão e respiro fundo, sinto meus olhos começarem a pesar, me levanto indo de encontro com minhas malas pegando minhas coisas para tomar meu banho, assim que termino meu banho coloco um pijama confortável e ajeito a cama para me deitar, faço minha skincare noturna e me deito, levando poucos segundos para adormecer.

Fatos Inegáveis Onde histórias criam vida. Descubra agora