Àquela Para Quem Escrevo

O Garoto Da Escada

Aviso rápido: as letras em itálico indicam falas de outra língua e as normais são falar em português.
Qualquer erro de português na FALA dos personagens é proposital.
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Em uma noite de verão do ano de 1953, a pequena Jade Stella acompanhava os pais numa visita à casa do novo amigo do pai dela, Sérgio Buarque.

Aparetemente o sr. Buarque e sua família haviam se mudado do Brasil para Roma pois ele recebeu a ótima proposta de ensinar na Universidade de Roma, onde o pai de Jade, Jorge Silva, trabalhava desde antes mesmo da pequena Stella nascer.

Jade era miscigenada, seu pai era brasileiro e sua mãe, Giorgia, era italiana. Eles tinham uma linda história de amor impossível onde e aluna se apaixona pelo professor e eles começam a viver um romance proibido até que a gravidez um tanto quanto não planejada acontece e a família da moça acaba descobrindo, mas aceita desde que o rapaz case com ela. Eles não cansavam de contar essa história para a pequena que, mesmo com meros 6 anos, já a conhecia de có.

Jade não estava nem um pouco empolgada com a visita, ela nunca ficava quando se tratava de conhecer novas pessoas, sua timidez não a permitia. Mesmo depois de seu pai ter lhe contado que eles tinham filhos de sua idade e que poderiam se dar bem.

Jorge: -Anime-se, filha. Você vai ver que eles são bem legais.

Para Jade, o português ainda era um pouco complicado. Ela preferia o italiano ou inglês e seus pais sabiam disso, mas a instigavam a aprender o português para o caso de um dia precisarem voltar para o Brasil.

Ela lançou ao pai um olhar sem ânimo e voltou a olhar através da janela.
Ninguém falou mais nada durante o percurso.

Quando Jorge estacionou à frente da casa do Buarque, Giorgia olhou para a filha.

Giorgia: -Tente pelo menos um pouco, querida.

De novo, a pequena não disse nada.
Saíram do carro e Jorge bateu na porta. Não tardou para serem atendidos por uma jovem que não parecia passar dos 16 anos.

Xxx: -Posso ajudar? – Questionou com um tom simpático.

Jorge: -Olá. Sou Jorge, amigo do seu pai. – Cumprimentou sorrindo.

Xxx: -Ah, oi! Estávamos esperando vocês. – Deu espaço para eles entrarem.

Sérgio: -Jorge! – Surgiu da grande sala de visita.

Jade analisou bem o lugar, não era tão diferente da sua casa, tirando que essa parecia um pouco mais clássica e aconchegante.

Sérgio: -...e essa é a pequena Jade? – Foi quando ela voltou a prestar atenção na conversa. -Seu pai fala muito de você, sabia? Diz que é super educada e inteligente.

Ela sorriu sem jeito e se escondeu minimamente atrás dos pais.

Jorge: -Ela é bem tímida. Não vai ser fácil fazê-la falar, por hora. – Explicou colocando a mão no ombro da filha.

Sérgio: -Oh, estou vendo. Pena que as meninas já foram pra cama, caso contrário poderiam ficar juntas.

Se antes ela não estava ansiosa por essa reunião, agora estava ainda menos.

Acompanhou os pais até a sala de estar, onde estavam reunidas pelo menos mais cinco pessoas. Houve toda a casualidade das apresentações, mas Jade não prestou bem atenção.

Depois os adultos começaram a conversar e ela ficou sentada numa poltrona observando os pés balançando como se fossem as coisas mais interessantes do mundo.