Contrato assinado

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ANTONELLA


Chegando no restaurante fui diretamente até o senhor Eliot. Estava ele e o seu filho, um dos acionistas da empresa e que sempre foi muito educado comigo.

— É um prazer vê-la novamente, senhorita. _Disse o acionista.

Fico sem reação quando ele é mais rápido, beija meu rosto e puxa uma cadeira para mim.

— Finalmente estou conhecendo a moça que encantou o meu filho. _Disse o senhor Eliot. Eu já havia visto foto dele em jornais no ramo empresarial, assim como já vi também do demônio do Ramón, mas nunca conheci o senhor Eliot pessoalmente.

Recolhendo minha mão, o senhor depositou um beijo.

Fico como um peixe fora d'água com tamanha atenção.

— É um prazer conhecê-lo, Senhor Eliot. _Digo e estreito o olhar no seu filho. — Bom vê-lo também, Hélio.

Sorrio com gentileza e retiro meu casaco e sento-me na cadeira confortável.

Eles me induziram a pedir algo e eu não tive saída a não ser aceitar os acompanhar já que precisava desse contrato assinado ainda hoje, não importasse o tempo que levasse. E eu só sairia daqui com ele assinadinho.

Como vim para o restaurante depois do meu expediente, não havia dúvidas de que jantaria com ele. Só não imaginei que fosse com o pai e o filho junto.

Foi uma luta árdua ter você aqui conosco. O Ramón quase não cedeu. _Comentou o senhor Eliot, bebendo o seu vinho.

Meu chefe deve ter feito de propósito. Tenho certeza que para ele dinheiro é o que mais importa.

— Era de se esperar que o Ramón agiria assim já que a Antonella é um diamante naquela empresa. _Completou o seu filho galanteador.

— Que nada. Eu faço somente o que está ao meu alcance, afinal trabalho naquela empresa. _Bebo minha água. — O senhor poderia ter passado na empresa, teríamos honra em recebe-lo.

— Era preferível que você viesse. Queria muito conhecê-la. Você é tudo o que o meu filho falou e mais um pouco.

Me engasgo e toco meu peito.

— Me descupem. _Aceito o guardanapo que o Hélio me estende.

— Tudo bem?

Assinto.

— Só não estou muito acostumada com tantos elogios. _Rio constrangida.

— Você não está aqui pelo simples contrato, querida. _Ouço e estreito o olhar no senhor. — Por gentileza, me entregue para assinar antes que eu me esqueça.

Pego a pasta dentro da minha bolsa, abro e o entrego a caneta, arrastando também o contrato para ele, que assinou todas as folhas e sorriu, entregando-me.

Guardo o contrato e torno a olha-lo com curiosidade.

— Por qual motivo estou aqui?

— O meu filho Hélio pretende se casar o quanto antes. _Revelou e eu fiquei duplamente confusa, sem saber o que eu tinha a ver com isso. — Ele se encantou realmente por você. Eu nunca o vi tão deslumbrado com uma mulher antes. Meu filho vai assumir o meu lugar na presidência da companhia, creio eu que não exista um partido melhor que ele para você.

Eu tusso e bebo água. Estou definitivamente impactada.

— Não estou entendendo. _Não minto. Isso é sério?

— Tenho uma proposta para você. _O senhor Eliot continua. — Case-se com o meu filho e me dê netos antes que eu morra...

De pressa, levanto-me.

— Que maluquice é essa? _Alterno o olhar entre um e outro.

— Aceite ser minha, Antonella. _Falou o Hélio, ficando de pé também. — Estou encantado por você.

— Meu Deus! A gente só se viu duas vezes e isso foi na sala de reuniões, sequer conversamos. _Estou indignada. O povo aqui na Europa é rapidinho, em. Sorrio. — Que loucura! _Reviro os olhos.

— Meu filho vai assumir a companhia aérea...

Viro-me para o senhor Eliot.

— Isso aqui não se trata de poder ou dinheiro. É um absurdo o que estão me propondo. Eu nem conheço o seu filho senhor. É preciso mais que isso para casar com alguém. _É horrível ter que explicar para uns marmanjos o contexto de uma situação inusitada.

Recolho meu casaco e minha bolsa. Eu iria sair de perto deles quando o senhor sentado agarrou em meu pulso.

— Você acha mesmo que está em condição de negar o meu filho? _Seu olhar me observou de cima abaixo. Eu me senti miúda naquele momento. — Olha para você. Em poucos anos não caberá numa cadeira de restaurante.

Meus olhos arderam e uma lágrima pingou.

Foi irremediável, uma mão grande e com relógio de ouro agarrou na mão do senhor que estava agarrada a minha e puxou. Foi tudo muito rápido quando vi que se tratava do Ramón derrubando o senhor Eliot da cadeira com um soco violento.

Assustada coloquei as mãos na boca e logo o Hélio estava avançando no Ramón, e fazendo companhia ao seu pai no meio do restaurante, o dois estavam no chão com o nariz sangrando. Aquilo virou um caos, e quem quer que aproximasse o Ramón espancaria de forma truculenta. Eu sabia que ele lutava, mas nunca havia assistido tanto estrago.

— Esquece minha empresa e essa merda de contrato. Não tem mais negócios. Acabou para vocês dois. _Ele gritou nervoso. Os seguranças chegaram, e o Ramón dando-se por satisfeito, fechou seu terno, virou-se e passou esbarrando os ombros entre os seguranças.

Perto, ele pegou minha mão e quando percebi estávamos saindo do restaurante chiquérrimo com todos nos contemplando.

No estacionamento, desvencilhei minha mão da sua tão morna e ele parou de andar para me olhar.

— Eu estou de carro. _Digo.

Ele observou em volta.

— Está em condições de dirigir? _Perguntou, parecia preocupado. Preocupado comigo.

— Sim.

Ele deu um passo e eu retrocedi. Entendendo que eu não queria que ele se aproximasse ele cessou seus passos.

— Toma cuidado. _Pediu.

E eu assenti, virando-me e vagando para o meu carro, colocando o cinto e ligando o veículo. Então acelerei e abruptamente freio, olhando-o do lado, encostado em seu carro.

— Obrigada. _Agradeço. Ele me defendeu e eu não compreendia a real intenção dele com tudo isso.

Ele era um mostro.

Tinha que ser.

Era mais fácil para mim se ele fosse.

Com tudo, novamente acelerei e arranquei com meu carro.





CONTINUA...

😊

Meu CEO é um Demônio Onde histórias criam vida. Descubra agora