ANTONELLAMorto...
O Ramón havia o matado.
Eu não queria que o Ramón voltasse a fazer isso, matar, não gosto e nunca gostei de pertencer a esse mundo, eu sempre quis fugir e até que fingia bem estar confortável entre eles, mas a verdade é que tudo nesse meio é muito triste, ainda que meus pais e meu irmão mais velho tenha feito da máfia deles uma nova revolução, mudando regras e dispensando certos negócios, como tráfico humano, prostituição e casamento por conveniência. Ainda assim era muito feio tudo que rolava dentro, quem está fora não mensura o quanto é ruim, o que mais me assustava era o peso de saber que já matamos pessoas, que meu sangue já matou. É uma parte nossa que quero tentar esquecer, ou ao menos ficar longe...
Eu quero uma vida normal. Quero casar com quem amo, ter uma menininha e ser feliz... Não é pedir muito.
Mas eu devia saber que o Ramón não deixaria o irmão impune, eu devia saber que ele me amava, e eu não devia jamais desconfiar dele. Eu pensei que era ele... o infeliz me fez uma lavagem celebral tão grande em poucos minutos que me fez realmente acreditar que o Ramón pudesse está mentindo. Ele, o Ramiro estava me olhando estranho, com brilho no olhar, matou seu comparsa por que ele me bateu, não sei, foi isso que deu a entender. Era difícil não imaginar que era mesmo o Ramón, eles eram tão idênticos. Transtorno dissociativo de identidade podia ser o fator por trás daquilo.
No entanto, não era e o verdadeiro Ramón apareceu e me salvou do meu miserável algoz.
Quando chegamos em seu apartamento, o Ramón me levou diretamente para o seu quarto, ele retirou sua camisa do meu corpo, me deixou completamente nua, me avaliou inteira, cada minucioso pedaço de pele e veio segurar meu rosto, beijando-me nos lábios sem aprofundar o beijo e suspirando forte ao unir nossos rostos.
Eu chorei. Fiquei muito decepcionada comigo por ter sido tão burra ao ponto de não entender que estava correndo perigo, que não dividi com ele a minha ida a boate. Isso certamente havia o machucado tanto, não confiar nele.
— Me desculpa...
O Ramón negou, evitando àquele assunto por agora e novamente me levava ao banheiro, onde enchia a banheira, me conduzindo a entrar e sentar-se dentro.
Logo o assisti ficar nu, ele também entrou na banheira e ficou atrás de mim, puxando-me para encostar as costas em seu peito e deitar-se ali enquanto ele mergulhava uma esponja na água aquecida, e a espremia em meu ombro, cuidando de mim ao me dar banho com toda a paciência do mundo, pensado certamente em um milhão de coisas e mesmo assim me dando atenção, carinho e cuidado, me priorizando quando nem eu mesma fiz isso.
Ele matou o próprio irmão, a cabeça dele podia estar pior que a minha e ele simplesmente pegou a dor dele, seja ela qual fosse, dor, raiva, ou satisfação, e escondeu no bolso, tudo para me cuidar. Aquele era o Ramón, e ele amava-me assim, não sabia amar de outra forma.
Não preciso nem dizer que por pouco eu não dormi em seu peito, demorados minutos depois ele saiu da banheira, vestiu um roupão e veio secar-me e colocar um dos seus roupão em mim.
Havíamos voltado para seu apartamento já de noite, naquele fim de noite não teve conversa, não teve nada que não fosse carícias, cuidado e aconchego. Naquela noite, dormimos abraçados e foi uma das noites mais significativas da minha vida. Foi a noite em que descobri que eu o queria para sempre, que o amava de coração e alma, e que ele seria perfeito para o pai da minha filha que virá em alguns anos.
***
No dia seguinte, acordei com um cafuné. Abri os olhos e o Ramón estava com o rosto pertinho do meu, me deu um beijo na testa e me puxou para deitar o rosto em seu peito, acariciando minhas costas.
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Meu CEO é um Demônio
RomanceO Ramón não tem noção do problema em que ele está metido. E isso pode lhe custar muito caro.