De noite Will se sentia vazio, ele achava que na correria da manhã ele não tinha tempo para pensar, então de noite ele não conseguia dormir. Ele pensava na sua vida de m, em seu pai bêbado, em nunca sair desse buraco. O gueto era um campo minado, ele já pensou em se jogar dali várias vezes, mas a área dele era tudo que ele tinha, a vida dele era ali e ele não podia fugir, ele não queria negar quem ele era, o ensinamento do gueto por mais que cruel era útil para ele.
— Wiiiuuuu— Ele ouve voz de Apolo. Ele não podia fugir, era ele ou os outros. Seus irmãos tinham de 7 à 10 anos e Austin nunca estava em casa. Aquele era o dever dele.
Ele desce as escadas e encontra seu pai com uma garrafa de pinga na mão em frente a porta. Ele respira fundo.
— Oi— Ele diz, sem se aproximar.
— Oi? É assim que se fala com seu pai mesmo é" sim senhor"— Ele sempre fazia isso, o chamava e depois arranja qualquer motivo para o bater. Mas dessa vez ele faria motivo.
— Cala sua boca, você está morto para mim. Não me surpreende que a mãe abandonou você — Ele diz e seu pai vai para cima dele. Seus irmãos estavam espiando, mas logo saem correndo. Eles poderiam ser os próximos.
Will até revidaria, mas seu pai era faixa preta em judô e tinha muita força e músculos. Não havia oque fazer.
Apolo começa lhe dando um chute na barriga, Will cai. Seu pai monta em cima dele. O desferindo vários socos no rosto. Depois na costela e depois no seu peito, o ar começa a faltar e o sangue mancha seis olhos.
— Você é um péssimo filho, precisa ser educado— Ele sempre falava isso antes de dar o último golpe, que havia sido nas costelas.
Ele se levanta e vai para sala, assistir ao jogo do dia passado. Will não solta uma lágrima sequer, seu pai sempre o bateu, então ele não sentia falta da segurança, ele nunca a teve, então não há como sentir falta.
Ele volta ao cômodo de cima e se dirige ao banheiro para ver os estragos. Primeiro ele observa suas costelas, nada quebrado, isso já era algo bom para ele, arranjar desculpas no hospital sempre foi chato. Então ele olha para o seu rosto, era lá que o verdadeiro estrago estava. Sua sobrancelha estava rasgada, sua bochecha esquerda também. O resto dos socos apenas o deixaram roxo. Seu abdômen estava intacto, apenas vermelho. Ele passa água fria em seus olhos e abdômen, ajudava a pele a se recuperar mais fácil. Ele pega uma linha e uma agulha na caixa de primeiros socorros, que tinha tudo que ele precisava graças aos furtos que ele fazia na farmácia. Ele pega um sequeiro no seu bolso e esteriliza a agulha. Ele a segura até estiver morna e enrosca a linha.
— Lá vamos nos — Ele fala antes de se autocosturar. Era a parte mais dolorosa.
Ele adentra a agulha em sua sobrancelha, e solta um gemido. Mas ele continua dando dois pontos. Em seguida ele vai à bochecha e sem exitar enfia a agulha, cinco pontos são necessários. Ele estava tonto e com os olhos lacrimejando. Mas ele não poderia parar. Ele faz um curativo na bochecha com a gaze que havia sobrado. O corretivo havia acabado, então ele teria que sair assim mesmo. Ele vê no celular, 2:30 da manhã. Ele enrola para se arrumar, ele estava cheio de dor. Por isso coloca roupas mais folgadas. Uma calça cargo beje, uma camiseta qualquer e um moletom branco largo. As 3:00 ele desce pela árvore com dificuldade, sei pai havia pegado pesado.
— Will eu sinto muito — Leo diz sério, vendo Solace entrar no carro.
A essa altura, eles não perguntavam se ele estava bem, ou oque tinha acontecido, todos sabiam perfeitamente como era seu pai e como Will se sentia vazio depois das porradas cotidianas. Então eles só falavam que sentiam muito.
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Devil Town
FanficWill tinha muitos problemas. Ter seis irmãos, um pai louco, uma mãe ausente, ser pobre e etc. Mas seu principal problema era sua estranha personalidade, a qual o afastava de todas as possibilidades de ter uma adolescência normal. Ele vivia com amigo...